O que seria um Retardado Moral, ou um "moralmente retardado"?
Será que o Google me responde? Vou tentar agora mesmo...
Pronto! Ao pesquisar usando os termos em português, nada obtive. Ao digitar em inglês (morally retarded), o resultado foi imediato. Isso já é muito revelador!
O "Urban Dictionary" (urbandictionary.com) oferece esta definição, que coincide com a que eu tinha em mente ao pensar nessa expressão - espontaneamente, sem nenhuma referência anterior - como própria para descrever certos comportamentos que eu venho observando com frequência cada vez maior, no cotidiano. Eis a definição: When one has backwards morals or has no conscience. One who is morally retarded will likely believe things that are completely immoral are justifiable.
Then is shows an example:
Student: I think lying is good under all circumstances.
Teacher: You are morally retarded.
Traduzindo: Um retardado moral provavelmente apontará como justificáveis coisas que são completamente imorais.
O exemplo:
Aluno: Acho que mentir é bom em todas as circunstâncias. Professor: Você é um retardado moral.
Aqui no Brasil, principalmente nas cidades principais, Rio de Janeiro e São Paulo, se um professor diz, como no exemplo acima, que seu aluno é moralmente retardado, ele, o professor, é capaz até de ser preso, especialmente se for um professor sem nenhum poder. Isso é outro forte indicador do próprio conceito de retardo moral. Mas quem vê essa condição de retardo moral, se ele impera? Eis a questão. Essa doença gravíssima já se alastrou - restou tão somente este blog para registrar isso. Com eloquente atraso. Mas é quase um milagre que reste, ao menos. este.
O Brasil, dizendo mais claramente ainda, é caracterizado por uma população, marcadamente nos grandes centros, em que predomina o tipo retardado moral.
Baseado em que você, Mariangela, afirma isto?
Em muita, quase exaustiva, observação. Margem de erro? Praticamente nenhuma. Não é preciso teste estatístico. Fundamental é não se ter corrompido, se tornado um retardado moral. Sem essa condição, aí sim tudo estaria perdido. Sequer haveria este único registro.
Você, leitor, sente-se afrontado. Já vai fugir desta página, resmungando. Ora, o que o faz tão desconfortável? Pense, ao menos, uma vez. Pensar é o caminho da cura.
Vamos às minhas evidências. Apenas algumas delas. São tantas... Tive uma ideia! Abrir uma página no Twitter apenas para registrar as ocorrências que eu, a partir de tal abertura, observe - sem planejar - todo "santo dia". É certo. Todos os dias, um não retardado moral fica, ele, afrontado com a situação vigente.
Mas quantos são os não retardados?
Davos. Fórum Econômico Mundial. Antonio Patriota diz que o silêncio pode ser mais eficaz diante de violações dos direitos humanos. Celso Amorim já dissera o mesmo.
Antes de detalhar o que aconteceu há três dias, em Davos, vou demonstrar o que é o retardo moral em si, com casos que observei, bem antes do de Davos.
Começando pelo que acaba de acontecer, no clube Hebraica, São Paulo.
O segurança, na portaria da R. Hungria (marginal, pista-bairro) me faz passar pelo scanner, após eu ter de deixar meus pertences na mesa ao lado. Então, ele diz para eu abrir minha bolsa e minhas sacolas. Declaro: "Nada possuo de mais. Só coisas pessoais. Abra você. Eu mesma não vou abrir as bolsas". Ele estava exagerando na revista desde o início. Fez-me passar pelo scanner duas vezes. Talvez tenham se lembrado do incidente que aconteceu ali mesmo, há alguns meses. E se vingava.
Seja como for, não me intimidei. Duas adolescentes chegaram. Estavam uma na companhia da outra. Uma delas foi muito gentilmente tratada pelo mesmo segurança que tinha sido grosseiro comigo. Com palavras doces demais para um típico machão nacional, ele pede para a adolescente abrir a bolsa para "dar só uma olhadinha". Ela não era sócia, mas estava na companhia de uma sócia. Isso justifica - para o retard... moral do segurança - seu modo doce de falar com ela. Mas não afasta a "necessidade de revista". Puxa, se está acompanhada de uma sócia e se a sócia "não precisa ser revistada", para que revistar a não-sócia? Isso sou eu quem pergunta, bem claro.
A sócia fez cara de espanto ao saber que eu me negava a abrir as sacolas. "Isso é contra nosso ordenamento jurídico. E constragimento inquestionável". Então, ao ouvir isso, outro segurança aperta o passo e me interrompe: "Posso ajudar"?
Pausa. Quantos moralmente retardados já temos identificados nesta história (real)? Leitor, você não viu retardado moral algum. Apenas viu uma encrenqueira - eu. Normal. Mas isso é ponto para mim, para meu argumento sobre, precisamente, um retardamento moral generalizado entre nós.
Prosseguindo com o acontecido, o outro segurança, diferente do anterior, mostra-se simpático. Respondo-lhe (diante do "posso ajudar?"): "Já fui liberada pelo setor de identificação. Vim para o programa Meio-dia (Hebraica para todos, no slogan do próprio clube...). Parece-me que vou perder o programa. Eu não entendo a dificuldade.
O segurança diz que é norma da casa "dar uma revistada" (memorize esta expressão, leitor) mas que ele não pode abrir minhas bolsas.
Retruco: "Ora, você mesmo se contradiz! É norma. E você não pode.."
Então, ele diz que pode chamar uma mulher, já que eu não quero abrir para ele. O outro segurança está mais visivelmente preocupado com a "cena". Com as outras pessoas que a presenciam. De praxe, o esconder... Mas, não é "norma da casa"?
Nova pausa. Caro leitor, então, quantos moralmente retardados você consegue agora apontar nesta história? Entendo sua dificuldade. Como entendo!
"O que vocês estão fazendo aqui? Por que ainda não entraram"?, indaga o primeiro segurança, para as adolescentes. A sóica, sem se abalar, diz algo como esperar alguém... O segurança mostra-se muito preocupado. O outro, propôe para mim, ainda com tom ameno, que me lembra uma mãe que manipula uma criança: "Por que não ajuda a senhora mesma, e abre logo suas bolsas"?
"Ajudar a mim"?!
Ele não me deixa falar mais. E chama uma das mulheres da bilheteria, pedindo-lhe para que reviste minhas bolsas. Ela se nega. Não que veja o absurdo, a ilegalidade do ato. Apenas não quer "se meter". Típico? Com isso, já está bem familiarizado, não é, leitor?
Como a história termina? Vem uma mulher, feitio autoritário, gestor brutos, expressão sisuda, tipo nazista. Remexe minhas coisas, parecendo especialista na coisa. Não diz uma palavra. Levanta o dedo menor para o segurança. Perco o início do filme. Como foi a "revistada"? Não pegaria o que teria de pegar, se eu de fato portasse algo perigoso. Foi por cima.
Todos presos a papeis, enganando outros, além de si mesmos; exteriorizando o incontrolável ímpeto de dominar o outro. De se mostrar "forte".
De novo, quantos são os retardados morais? Ah! Melhor agora, leitor.
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Outra situação recente:
- Você viu? Um representante do Vaticano assinou - as-si-nou - o livro de posse da Dilma!
- A Igreja Católica sempre foi muito popular...
Além de retardado moral, o cara da segunda fala é um alienado total.
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O campeão é Lula. Sim, o ex-presidente. Com 80 por cento de aprovação, índice explicado justamente por seus fãs serem retardados morais. Quem não o é, nem de longe aprova Lula, mas se envergonha dele, do tanto de coisas vexatórias que disse diante... do mundo.
Eis sua pior declaração, que deixa Lula distante de qualquer outra figura na história: Lula reduziu os presos políticos de Cuba a meros criminosos.
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Outra que rendeu muitas notícias:
Uma estudante de direito é massacrada por tuitar algo bem próximo disto: Alguém aí, por favor, afogue um nordestino. Ela assim portestava pela eleição de Dilma, que teria recebido mais votos dos nordestinos do que de votantes de outras regiões.
A OAB vocifera que vai levar o caso para o Ministério Público. O escritório de advocacia em que ela estagiava corre para declará-la, publicamente, demitida. Que bobagem, ela vez, todos comentam. E isso é motivo de comentário geral, com tanto coisa mais chocante ou importante para se comentar. E todos estão contra a estudante.
Quantos retardados morais há neste caso? Apenas a estudante?
Discordo totalmente.
Vou explicar minha resposta recorrendo a outro caso. Veja a seguir e, depois, retorne e compare com este.
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Um escritor famosíssimo, colunista da Folha de S.Paulo, escreve um texto - que é publicado, num domingo, naquele jornal - em que ele claramente diz que pedofilia é mera preferência sexual e que o sujeito já nasce pedófilo. Ninguém comenta nas ruas. A Folha não publica um só comentário, ensaio, reportagem sobre isso. Claro, abafou. Seu ombudsmnan é demitido dias mais tarde, por "manter contato via internet com leitores", o que espanta, já que o papel de um ombudsperson é, fundamentalmente, manter tal contato e a atual ombudswoman já me escreveu, por email, diversas vezes. Sim, eu escrevera, por email, para o tal ombudsman logo demitido, apontando o fato de a Folhar ter "blindado" seu colunista.
Então... Quantos moralmente retardados há nesta história?
Bom, o principal deles, aponta você, meu leitor, é o tal escritor e colunista do jornal, que assinou texto publicado em que defende a pedofilia, os pedófilos.
Mas você não sabe quem é esse escritor. Eu omiti seu nome até agora, intencionalmente. Você, leitor, ao saber quem ele é, vai confirmar sua opinião de que ele é moralmente retardado? Ficou em dúvida?!
O número de retardados morais só aumenta. Não veja nunca diminuir!
No final desta postagem, eu revelo o nome do "grande, aclamado" escritor que, em 2010, ganhou um o maior prêmio literário do País.
Jura, Mariangela?
Não juro. Mostro. Mas não deixe de comparar este caso com o da estudante de direito, apresentado antes deste. Isto! Caiu a ficha! Ela foi "massacrada", por ter se "soltado" justamente num meio que leva todo "cristão" a se voltar. Senão é "careta". O escritor, sessenta anos mais velho do que a estudante - isto, 60 anos -, escreve um texto formal, a ser publicado, preto no branco. E sai ileso. Cadê a OAB? O Ministério Público? Pois. Ela era pobre, sem poder. O escritor... empregado da Folha de S.Paulo.
Caso contundente, evidência de que este País prima por "dois pesos, duas medidas". Isso não é... retardo mental? Ah, você aprende rápido, leitor. Basta querer...
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O que mais motivou esta postagem: a 'saia-justa' do Brasil em Davos (leia-se Fórum Econômico Mundial).
"Saia-justa" não é minha avaliação. É a do Estado de S.Paulo. E o fato de ter sido empregada tal expressão, saia-justa, revela, de novo, muito sobre nosso retardo moral generalizado.
Aquele jornal diz, em manchete de sexta (dia 28), que "venezuelano deixa chanceler brasileiro em saia-justa".
Para demonstrar o retardo moral neste caso, deve-se notar que:
a) a manchete contrapõe, marotamente, um chanceler brasileiro a um mero venezuelano. Claramente, o venezuelano resta rebaixado. Mas o venezuelano não é um qualquer, longe disso. É um professor de Harvard.
Jura, Mari? Não juro, eu mos... Isso, leitor!
O "venezuelano" - a nacionalidade dele nem caberia ressaltar, resta ora evidente - era o moderador do debate, naquele Fórum. Ou seja, temos que quem deixa o chanceler brasileiro - Antonio Patriota - em saia-justa, segundo o Estadão, é o moderador do debate em que os representantes do Brasil estavam na berlinda. E ele é um figurão, já consagrado até em Davos também. Ele é o professor Ricardo Hausmann, cuja página na internet é uma mina: http://www.ricardohausmann.com/. Felizes os que são capazes de ler as publicações dele.
Tendo apontado esse primeiro viés intencional do Estadão, trago agora à consciência do leitor que o jornal, com sua redação, além de rebaixar o moderador em relação ao chanceler, dá a entender que a falta é exclusivamente do "venezuelano", causador da saia-justa. Coisa típica de ret... moral. Que saia-justa é essa? O Prof Hausmann, diretor de um centro para o desenvolvimento internacional, indaga nossa equipe sobre a parceria do Brasil com governos autoritários, sobre a omissão em casos de violação dos direitos humanos. A matéria mesmo do Estadão esclarece que Mr. Hausmann prossegue para ser específico:
- silêncio do governo brasileiro diante do apoio venezuelano às Farc,
- comentário de Lula sobre a morte de um oposicionista cubano em greve de fome - Lula comparou os presos políticos a bandidos,
- silêncio diante das violações aos direitos humanos por governos autoritários, como o do Irã.
É a isso que o Estado de S.Paulo chama de saia-justa. Para mim, é um questionamento muito oportuno, mesmo inadiável para todo aquele que não é um retardado moral. Ele é imprescindível para um estudioso sério e competente do contexto mundial. É típico do retardado moral ver-se no centro, e ter um conceito exagerado de si mesmo, algo acima de questionamentos. Isso leva à distorção na manchete do Estado de S.Paulo. Um venezuelo nos coloca em saia-justa. Como ousa ele? Não somos responsáveis. Um retardado moral jamais é. Somos donos do universo, do multiverso. Enquanto todos estão em crise, nós...
Retardo moral já parece, agora, pouco para descrever nossa situação. A doença é mais grave.
Alguém se manifestou no Twitter sobre a resposta do Brasil diante das questões do "venezuelano". Não??
Mari, a geladeira do povo está cheia. Tem até presunto italiano, no meio de um monte de mortadela Cerati. Não estamos nem aí para essa encrenca de direitos humanos, aliás, coisa só para bandido.
Obrigada, leitor. Não havia me lembrado desse... detalhe precioso que você acaba de trazer à tona. O que está na boca do povo é isto mesmo: Direitos humanos é coisa só para bandido.
Alguém aí, neste tão vasto espaço, discorda? Mande-me uma flor, por favor.
Referências:
Matéria do Estado de S.Paulo:
Em Davos, venezuelano deixa chanceler brasileiro em saia-justa ...
28 jan. 2011 ... Estadao.com.br. Sexta, 28 de Janeiro de 2011
www.estadao.com.br/.../nacional,em-davos-venezuelano-deixa-chanceler-brasileiro-em-saia-justa,672486,0.htm
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O escritor que defendeu a pedofilia na Folha de S.Paulo é Ferreira Gullar, cogitado até para o Nobel de 2010...
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Sunday, January 30, 2011
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