Monday, December 1, 2008

Agora em português, repúdio ao texto de Gullar

Mais insights sobre a "democracia" de Ferreira Gullar

"Se o sujeito nasceu pedófilo, por que sua preferência sexual é considerada crime? Por que punir alguém que apenas obedece a impulsos inatos que lhe são impostos pela natureza"?"Se o cara cheira, fica doidão e sai assaltando os caretas, é problema dele. O assaltado que se vire"."E depois ainda se tem o desplante de afirmar que vivemos numa democracia".
O autor desses trechos ainda "traz" Nietzsche para o lado dele.

O demais foi constatar que o jornal no qual o artigo que defende tais idéias foi publicado não ofereceu ao público - até onde eu pude averigüar - nenhuma linha com pensamentos que contestassem o artigo. E, claro, tal não ocorreu por falta de tais pensamentos.

Isso me fez lembrar de artigo também recente em The Economist, em que se lê: "The quality of the argument, not the quality of the access to power is what matters." (Fev 16, p 14) [A qualidade do argumento, não a qualidade de acesso ao poder, é o que importa.]


Entre nós, restou patente a força da "qualidade do acesso ao poder". O artigo que contestava as alegações de Luciano Huck, após ser assaltado, era muito mais "suave". E foi amplamente "combatido".

Assim, sem uma dieta que resolva o excesso de hipocrisia - o que é ético está subordinado àquele acesso -, fica no ar rarefeito o sonho de um debate sobre concepções de democracia. O contraste entre as duas visões pode ser associado a outros fatores relevantes, como moralidade, etc.

Está feita a sugestão. Ainda mais porque o silêncio do jornal - só isso mesmo o conseguiria - conseguiu ser mais aviltante do que o próprio artigo. Pena mesmo que não vigore de fato entre nós o enaltecido "mercado de idéias", mas "o se esconder" em abrigos de "privilégios" (do mesmo artigo de The Economist)
Sim, omiti até agora o autor daqueles trechos do início intencionalmente. Para deixar evidenciado o condicionamento geral de, antes de mais nada, ver quem escreveu. Todo o julgamento, então, não é em relação às idéias em si, mas é moldado em função dos laços de poder, status, etc. que tal indíviduo usa para... se esconder quando convém.

Bem, para usar uma das expressões do próprio autor, Ferreira Gullar, ele "é que se vire", para começar a experimentar a própria "democracia" que defende.
Estaria tudo "muito errado"? Talvez percebamos, deixando a hipocrisia de lado por alguns segundos, que ainda não somos hábeis em elaborar uma tese robusta sobre democracia, especialmente diante da visão de Gullar, para ele inquestionavelmente "democrática".

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