Monday, December 1, 2008

Vinte dias após me responder, Mario Magalhães misteriosamente cai

Descubra por que Mario Magalhães de repente teve de deixar de ser ombudsman da Folha de S.Paulo.


Em carta ao então ombudsman da Folha de S.Paulo, Mario Magalhães (hoje reconhecido pela biografia de Marighella), denuncio que aquele jornal abafou todo e qualquer comentário ao artigo do colunista Ferreira Gullar que apresenta uma defesa da pedofilia. Mario responde que irá ler meu artigo "hoje". Cerca de vinte dias mais tarde, a Folha não renova o contrato com o jornalista, dando como razão para tal que Mario mantinha contatos com leitores pela internet.

Não há como não deduzir que Mario não topou fazer parte daquele abafa-esconde do jornal. Nâo combina mesmo com ele. E meus termos na carta são contundentes em defesa... de valores universais.

Sim, leitor: minha carta foi enviada a Mario por email; sua resposta a mim também foi pela vulgar via eletrônica. Essas duas mensagens estão reproduzidas a seguir - primeiro vem a minha carta; depois, a resposta de Mario a mim.


O artigo de Gullar em que ele defende a pedofilia está nesta postagem.

To: ombudsman@uol.com.br
Sent: Thursday, March 06, 2008 7:10 PM [Quinta-feira, 06 de março de 2008]
Subject: Gullar - defecando na Folha



Sehor Ombudsman da Folha de S. Paulo [Mario Magalhães],
Não sou poderosa no sentido de que posso escrever horrores, consigo publicá-los e, depois, decido não ter o "troco", a antítese publicada, e assim evito ver-me exposta às severas críticas, em alguns casos irretorquíveis.

Entretanto, sou poderosa no sentido de ter apreendido valores, de, sim, ter-me "transformado em outra coisa" (termos de Gullar no artigo-ssshit), coisa essa acima de tudo capaz de perceber o quanto se manipula a idéia de democracia ao sabor de hipocrisia.

Hipocrisia não é ter "duas caras". É não fazer valer valores universais de forma universal e, ainda assim, defender tais valores. Ou seja, a justiça depende do status, o respeito depende da renda, a liberdade de expressão, desses dois fatores e outros mais... Mas o discurso democrático está sempre no ar.

Sabe, não encontrei nenhuma linha comentando o ssshit de artigo. Caiu mal. O silêncio, em cima do artigo.Envio-lhe o que elaborei tendo em vista o escrito de Gullar - que foi à escola e, transformado em "outra coisa" que nossa sociedade chamou de escritor, deu às costas, se não a "impulsos ditados pela natureza", à Beleza.

Não proclamaria que alguém "nasce pedófilo". Muito diferentemente, defenderia que nascemos com o instinto programado para o que é Belo. E que se perde com tanta freqüência.Beleza. Eis uma boa "bússola", em meio à perdição. Moralidade é um constructo, uma elaboração de quem foi à escola por um bom tempo. Mas ser sensível à Beleza não requer escolaridade.

Um dos meus escritos, que ora envio, foi elaborado em inglês. Depois dele, vem outro em português, que traz idéias adicionais.
Saudações,
06 de março de 2008
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On Mon, 3/10/08, ombudsma@uol.com.br
wrote:
From: ombudsma@uol.com.br
ombudsma@uol.com.br
Subject: OMBUDSMAN FOLHA SP
To: xx
@yahoo.com
Cc: ombconfirmado@folhasp.com.br
Date: Monday, March 10, 2008, 5:33 PM [Segunda-feira, 10 de março de 2008]
Cara Amélia,

muito obrigado pela mensagem.
Encaminhei-a à Redação, para envio ao colunista Ferreira Gullar.
Separei seu artigo, para leitura ainda hoje.
Escreva sempre.
Cordialmente,
Mário Magalhães
Ombudsman - Folha de S.Paulo
Al. Barão de Limeira, 425 - 8o. andar
01202-900 - São Paulo - SP
Telefone: 0800 159000
Fax: (11) 3224-3895
ombudsma@uol.com.br
http://www.folha.com.br/ombudsman/

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