Foi com esse espírito que fui até A Hebraica mais uma vez. A visita mais recente tinha sido há dias, em 14/07, também para assistir a um filme.
No domingo, 25, tudo desabou no meu conceito em relação àquele estabelecimento. Puxa vida! Nem A Hebraica escapou. O atendimento reproduziu o miserável "padrão" que está também sedimentado, para dar outro exemplo, no Pão de Açúcar.
Estou um pouco atrasada. Vim para o filme... das 16h.
A morena é jovem, bonitinha, mas foi petulante, ante meus olhos, até no trato de uma sócia com uma criança de colo. Ela deixara o clube, mas pedia para entrar de novo, para levar a criança ao banheiro. A recepcionista que comandava a catraca foi um nojo: "A se-nho-ra sabe que não pode"...
Esse senhora arrastado, desdenhoso, dá vontade de matar. É pior do que ser abertamente xingado.
A mãe repetiu que precisava levar a criança ao banheiro. A morena, cheia de autoridade e desdém, então consentiu, deixando patente sua grande "benevolência", promulgando, em tom de pito-ameaça: "Vou abrir uma exceção. Para a criança ir ao banheiro".
Imaginem como me tratou, a mim, que não sou sócia!
Senhora, (urrr) quem não é sócio só entra para o "meio-dia". [exibições de música, dança, etc. ao meio-dia].
Eu estive aqui outro dia, para ver um filme.
A outra faz cara de nojo, duvidando.
Eu insisto e ela pede documento.
Revista meu documento, faz caras de m... todo o tempo.
Como você acha que eu fiquei sabendo da sessão?...
A garota blindada na gaiola não quer saber.
Por fim, com a mesma petulância, dispara agora: "A senhora só esteve aqui uma vez para uma palestra", tom de "viu, sua embusteira!"
Não. Eu estive aqui várias vezes, e a maioria para ver filmes. Não está registrado porque então sequer me pediram documento. Eu passava ali [no detector] e entrava.
Não apresentava documento?
Não.
Então fizeram errado!
É incrível. A parvidade e despreparo dessa gente é tal que eles culpam os colegas deles de fazerem coisas erradas em alto e bom som, perante os "outros".
Depois de jogar meus documentos de volta, ela ranhetou: "Só para sócios e convidados de sócios".
Havia mais duas mulheres com essa indigesta porteira. Todas com o mesmo espírito.
Qual é seu nome?
Meu nome?
É.
Aí, ela recobra a petulância e faz como se fosse esfregar o crachá na minha cara, só que ele está preso:
A senhora não quer também meu RE? (mais deboche)
Pois não. Quero sim.
E se quiser, pode pegar o RE das outras também. (mais deboche ainda)
Então, anoto tudo, conforme me ditam:
Priscila Melo - RE 010.312
Elen Jaime - RE 010.095
Juliana Andrade - RE 010.207
Qual é o email?
Não sei.
Que dia é hoje?
Não sei. (Priscila insiste em bater para marcar seu poder.)
Então, peço para ela chamar o chefe dela.
Vou chamar o segurança (ela diz, tentando me intimidar).
Não é o segurança. Ele não é seu chefe. Se você tem um RE, tem um superior, alguém do clube.
Ela diz "tá bem". Mas chama o segurança.
Vários minutos depois, aparece o "galã" fora de forma. Tal é sua pose. Em matéria de caráter, é uma "Priscila" em dose tripla.
Eu pedi para falar com alguém do clube.
Eu sou do clube.
(Ele esfrega o crachá na minha cara.)
Não é. Você é um segurança terceirizado. Você não saberá dar informações. Quero falar com o responsável pela programação.
O segurança insiste que ele é o responsável. Cuspindo na minha cara, com um português quebrado, de doer os ouvidos, ele dispara que só meio-dia...
Eu interrompo: Estive aqui na quarta feira, à noite.
Ele abana a cabeça e cospe mais: Só ao meio dia...
Anoto o nome dele: Edgar Mendes.
A senhora quer que eu chame o diretor para atender a senhora!
Eu não disse isso. Eu pedi o responsável pela programação.
O gordo pega o radinho e se afasta. Vai até a calçada, de modo que eu nada ouço. Pouco depois, volta, para que eu ouça uma voz do outro lado: "Vou chamar a polícia"...
Vejam vocês a sordidez e o caráter desse "responsável" pelo clube. O que ele disse para que o outro mencionasse a polícia? Ele não deixou eu ouvir, porque só pode ter inventado horrores. Eu apenas insistia que queria entender por que eu não podia entrar daquela vez. Por que todos os outros deixaram eu entrar "errado" e eles ali é que estavam certos?
Disse que iria escrever sobre o que acontecia. Insisti em falar com alguém sobre a programação. O segurança se dirige à Priscila: "Não tem uma programação aí? Dá uma programaçãozinha para ela".
Com um caderninho na mão, eu disse: "E daí? Vou poder entrar com isso? O filme está aqui na programação, não está"?
O segurança abana a cabeça. São muito curtos mesmo. São dados a ações curtas e grossas, com praticamente nenhuma margem de análise, de variação. E esses são os responsáveis por um clube como A Hebraica. Não, não há mais ninguém. Continuem acompanhando.
O segurança decide entrar e falar com a outra garota na "gaiola". Priscila, agora medrosa, pega o microfone e quer confirmar: "A senhora não é sócia, né?"
Bom, então vão deixar que eu vá assim?
O segurança agora vem até mim com um papel. Um festival... dias 14, 15...
Ah! Então agora você acredita que eu entrei nesse dia...
Ele não me deixa falar mais. Lança em mim seu ignorante português, molhado de saliva.
Pois é. Só depois de tanto eu insistir em esclarecer as coisas é que esse segurança vai, ele, aprender alguma coisa. Mas não irá muito longe.
Por que você não foi verificar antes? Ameaçou chamar a polícia...
Ele desconversou, fingia que não entendia. Então, fui mais direta:
Estou reclamando do atendimento.
A senhora pode fazer o que quiser. (O pouco caso, de novo.) Nada do que a senhora fizer vai afetar a mim.
hum hum...
Anotei tal sentença contundente abaixo do nome dele, na minha agenda. Ainda ali, na frente dele:
Nada do que a senhora fizer vai afetar a mim.
Que tudo aquilo estivesse afetando a mim, e a imagem do clube, ele não era capaz de considerar.
Aquela sessão de domingo (haveria outra, às 19h) era só para sócios ou convidados. Mas eu soubera da sessão porque, ao término da sessão do dia 14, eu vi o cartaz na porta do teatro com a programação para os próximos dias. E não havia nada dizendo que seria só para sócios...
No artigo que elaborei semana passada, tendo em vista uma conferência marcada para agosto, falo do "segurança empoderado", para cuja ação nem grandes varejistas ainda despertaram, tampouco estão, portanto, cientes das drásticas implicações dela decorrentes. Tivemos, no clube judaico, mais uma contundente ocorrência.
Fui embora depois daquela sentença máxima do segurança, muito "à vontade" diante de uma mulher sozinha, que só pedia informações e escrevia.
Fui até a outra portaria do clube, na Angelina Maffei.
Há algum encarregado, gerente?
A mulher fingiu que não me ouvia.
Depois, distorceu minhas palavras.
Então, fui até a outra mulher na gaiola, e disse:
Antes de responder, você vai repetir exatamente o que eu disser, ok? Quero falar com um encarregado ou gerente.
A mulher fica parada feito múmia. A outra, que distorcera tudo, de propósito, abana a cabeça. E diz: Não tem! Hoje não tem nenhum gerente.
Vendo-me escrever, ela agora modera o tom e emenda: Posso ajudar em alguma coisa?
Acho que não, você distorceu tudo o que eu disse!
Ela movimenta o braço como que me enxotando.
Vou embora, pensando: Será que conseguirei voltar algum dia? Que decepção!
* O caderninho que me foi dado em meio a tanto desgaste é o "Guia Hebraica" deste mês de julho. A programação completa relativa a cinema está nas páginas 10 e 11 e, portanto, inclui tanto o filme a que eu assistira no dia 14, como o que eu fui impedida de ver, no domingo. Nenhuma alusão é feita a sócios e não sócios nas duas páginas. Em vários outros itens do guia, a distinção "sócios" e "não sócios" aparece, sem deixar dúvidas.
** O teor desta postagem foi enviado por email para a Secretaria Geral do clube, também em 27/07.