O repórter Reinaldo José Lopes, da Folha de S.Paulo, achou que podia descrever uma relação sexual, aludindo a felação, penetração por trás, lambidas no pênis... Tudo isso, parece ter ele ponderado, estaria permitido porque falava de morcegos.
ir para o artigo da Folha
Tal repórter, quase certamente um novato, faz constantemente alusão a aspectos próprios a humanos, afirmando, p.ex., que o morcego forma "seu harém" e que a equipe de pesquisadores (chineses e britânicos) observou algo "digno de figurar num Kama Sutra dos morcegos".
A matéria, intitulada "Fêmea de morcego da Ásia faz sexo oral, diz pesquisa", foi publicada, em 31 de outubro [2009], na seção Ciência da Folha. O jornalista, contudo, não se mostra imbuído de um pensar científico, deslizando mais grotescamente ainda ao atribuir - sem fundamentação lógica, ainda incorrendo em generalização imprópria - resposta afetiva a toda a categoria de morcegos: ..."mas uma coisa é certa: os machos da espécie Cynopterus sphinx gostam".
Essa falaciosa dedução (leia-se no popular "pura besteira") do repórter incauto advém de o coito durar, conforme verificado no experimento, mais tempo. Nada há de consistente nessa inferência, que só confirma a falta de afinidade do jornalista com o pensar lógico-científico. "Dura mais [o coito] porque está gostoso" é resultado de mera manifestação de sua própria opinião.
Esse fajuto comentário é feito mesmo sabendo-se que uma bióloga brasileira aventara que o comportamento observado dos morcegos pode ter sido influenciado pelas condições da pesquisa, em que o animal é posto em cativeiro.
Totalmente contaminado por tal viés de atribuir ao morcego reações humanas, o repórter também abusou de termos não precisos cientificamente ao escrever:
"... o macho abordava a fêmea por trás. Durante a penetração, ela [a fêmea] se contorcia e lambia gentilmente o pênis do parceiro, repetidas vezes".
"... a fêmea passava 40 segundos lambendo o pênis do macho..."
Mesmo sem ler a matéria que a reportagem diz ter sido originalmente publicada em revista científica, o leitor mais iluminado é levado a concluir que as "hipóteses que podem explicar o comportamento sexual inusitado" - e a situação de cativeiro não nelas apontada - não devem estar naquela publicação estrangeira. Entre outras coisas, tais hipóteses atribuem a morcegos um esquema mental próprio de "homo sapiens".
As hipóteses ressaltadas na matéria da Folha são:
1. Lambidas prolongariam ato sexual, facilitando a fecundação.
2. Cópula mais duradoura diminuiria oportunidades do macho para procurar outras fêmeas.
3. Com a língua, a fêmea seria capaz de saber se macho [sic] é um parceiro com bons genes.
4. Propriedades antibactéria (sic) da saliva tornariam o ato sexual mais saudável. (E a fêmea saberia disso tudo?)
Se toda essa falaciosa especulação consta da publicação original, a Folha não deveria conferir tal destaque a um relatório de pesquisa, é patente, absolutamente duvidoso.
A falta de seriedade, de experiência e de noção de limites diante da audiência exposta a tal seção por parte do jornalista fazem da Folha um periódico desprezível, confirmando tendência de algum tempo, pelo menos desde que a Folha adotou a mordaça diante do artigo de seu colunista Ferreira Gullar, que defendeu a pedofilia em artigo de 24 de fevereiro de 2008, publicado no espaço semanal de praxe daquele colunista - a última página do caderno Ilustrada, de domingo.Veja neste blog nosso completo levantamento desse caso:
http://mariangelapedro.blogspot.com/2008/12/gullar-reclama-por-que-pedofilia-crime.html
Much of the discourse all around is power-oriented. Our texts, rather, will be appreciated by those brave enough to leave the good life of obedience in order to grow and take risks for the benefit of a multitude of others. Welcome! PORTUGUÊS acesse "apresentação do blog" abaixo
Sunday, November 1, 2009
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