Friday, April 12, 2013

GENTE DIFERENTE DA GENTE


Em salas da USP (Universidade de São Paulo), incluindo as de estudo e uso de computador, o mais usual é que a pessoa ao seu lado responda - mesmo que com um mero "pois é" ou similares - a uma tentativa sua de iniciar uma conversa casual. Aliás, em todos os lugares que recebem a visita de humanos que não se conhecessem, as interações tendem a ocorrer - e são mesmo esperadas. Nos recintos da faculdade de ciências humanas do campus principal da USP, porém, você é ignorado totalmente; totalmente: a pessoa ao seu lado não reage de modo algum, seja verbal ou não verbalmente. 

Hoje, eu operava um equipamento de uso coletivo - na verdade, já tinha terminado a tarefa e explorava um livro novo -, quando uma garota se aproximou e perguntou se seu estava usando o aparelho. Respondi: "Já terminei". Ela continuou a falar como se eu não tivesse respondido: "Se não for atrapalhar você, eu poderia usar...?", tom forçado, agressividade camuflada, cooperação de araque. E eu já tinha dito que terminara, afastado a cadeira que eu usava, indicado que estava de saída. 

Diante dessa reação doentia, encarei a garota e declarei: "Eu já disse que terminei".
Ela estremece mas logo volta a falar com aquele mesmo tom gélido, impostor; "Oh, muito obrigada, viu!"

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