Wednesday, May 9, 2012

O CV antes oculto de Dilma, os juros, e a verdadeira perversidade - Mariangela Pedro deixa testamento corajoso

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Here is a brave testimony about Brazilan president's hidden actions; and what is really going on - miles away from any shade of pink. If you are keen on learning about the world and Brazil in particular, it is well worth having this article translated. Mariangela Pedro
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Dilma chora diante de Lula; a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) se ajoelha ante a chorona presidente, depois de ser, a instituição, tinhosa, um dia antes, quanto à imposição presidencial. Hum...

Você também anda tocando 'o disco' por aí? Anda repetindo que Dilma está em guerra com os bancos por causa dos juros perversos?

Leitor, vamos levar uma conversa de gente grande?

Primeiro, seria muito bom encontrar alguém capaz de levar um papo sério, e sair da disneylândia nacional. Ler o editorial da Folha de outro dia já foi alentador, porque denunciou o exagero desse discurso de 'grande e próspera nação'. Mas bom mesmo seria ver algumas pessoas também entrando nessa 'real'.

Vamos ao tema dos bancos. Mas vamos a ele depois de parar, deixar a caravana seguir, em sua tola, patética certeza, baseada... na mídia.

Pronto? Agora, sim, vamos analisar a questão.

A presidente do Brasil está interferindo abertamente na atividade bancária. Sua counterpart argentina, diante disso, parece uma dama democrática, e aquela apropriação da petroleira, uma medida desprezível.
Repitamos para cair de vez na real: Dilma está, sem disfarce algum, metendo a colher na atividade dos bancos nacionais.

Ah! Os bancos nacionais. Enormes, extremamente lucrativos. Então, logo vem uma ótima pergunta: com toda a propaganda internacional colocando o Brasil na berlinda, será que o enigmático Animal Regente Mundial - vulgarmente chamado 'mercados' - não notou nossos bancos?

São nossos. Ainda.

Ora, o Goldman Sachs está aí, como sempre. Mas... por toda parte, há bancos arruinados, ou quase. Exceto... no Brasil.

Rewind no filme: Dilma viaja aos Estados Unidos, visita sem o caráter de visita de Estado. Obama a esnoba - eu não o critico por isso. Obama, ressalte-se, não é o foco da visita ...
Ela emenda, indo à Europa; bate nos 'ricos'. Reclama que está vindo dinheiro demais para o Brasil. Estranha reclamação! Mas os economistas encarregados da cobertura dão a 'explicação': isso valoriza 'demais' o real. Ninguém então parece capaz de lembrar que valorizar a moeda nacional sempre foi o ponto de partida dos nossos grandes planos econômicos. A memória nacional é mesmo caso de internação sem previsão de alta.
E... Dilma volta, por fim, a sua pátria cheia de ideias, especialmente com um novo bordão: 'juros perversos'. Leu algo tão inspirador no avião? Ora...

Um motorista de ônibus, conhecido meu há anos, disse-me hoje: 'Ela quer baixar os juros; a Caixa já baixou'.

Acho que ele ficou perturbado com o que eu disse em seguida: 'Você acredita mesmo que ela quer ajudar os pobres, para que paguem menos juros no crediário? Ela está servindo a interesses de altos poderosos e, ao mesmo tempo, usa isso para ganhar votos, ganhar popularidade junto ao povo'.

Leia de novo.

Pense. E procure melhorar sua memória para o que acontece no país. Para o que acontece com nossas vidas; nossas carreiras, nosso, na verdade, miserável cotidiano, ainda que não estejamos abaixo da 'C', a classe disneylândica.

Justamente por sermos da classe B ou A, precisamos ser mais responsáveis para com toda a nação.
As coisas aqui, neste Brasil, estão sinistras pra burro.

Sim, voltando ao bordão dos juros perversos. Só vi sensatez em Fernando Henrique Cardoso, no seu 'não é por aí', não é encurralando. Até Vladimir Safatle (ontem, na Folha), me decepcionou. Ok, os spreads de nossos bancos talvez façam 'corar', como ele escreve, os demais bancos do mundo. Mas é uma imperdoável ingenuidade ele ver como apropriado, ou acertado, o que Dilma está fazendo. Ele tem bem mais condições para analisar a questão do que aquele motorista de ônibus, que aqui ilustra a grande maioria.

FHC pegou leve. Como é sua estratégia, não fez oposição dura. Mas ele, certamente, está se perguntando o que deu em Dilma para fazer bobagem tamanha; o que está por trás desse aparente contrassenso, para uma mulher que parecia normal.

O poder de Dilma

Dilma angariou muito, muito poder. Isso não é bem visto pelo povo ingênuo. A mídia, então, criou uma aura de 'boa moça de Lula', para, digamos, não assustar a massa 'chapeuzinho vermelho': Por que essas garras todas?

Que garras!, constato, mais uma vez, hoje. A FE-BRA-BAN se retrata, porque "Dilma se irritou', diz o jornal. Puxa, ela apenas 'se irritou'. A chorona se irritou... e a Febraban encolhe.

Um enorme embate está ocorrendo. E o povo não está vendo. Os grandes jornais fazem o jogo. Os intelectuais, até eles, estão confusos - efeito da lastimável memória nacional, bem como de nossa doentia postura de passar todo mundo - até doutorandos - na base da camaradagem. Isso é tenebroso. Tudo isso é alarmante.

Sobretudo, é alarmante o poder de Dilma. Deixe a dama da Argentina pra lá. Olhe para a nossa! E não a veja como uma 'mãe'. Não a cubra de uma popularidade sem precedentes, quando sequer há o que justifique isso. Pô! (Será que Mariangela Pedro pode se irritar?)

Dilma não tem meu voto, nem de popularidade. Por quê? Simples; é-me simples justificar porque não 'gosto' de Dilma - eu desenvolvi a prática sadia de justificar meu pensar e agir. Eu não me pauto no emocional, no gosto ou não gosto (usei aspas antes, repare).

O CV de Dilma, porque eu não sou desmemoriada

Minhas principais justificativas para não apoiar Dilma devem entrar para o currículo dela. Nelas você também encontra algumas indicações, verdadeiras, de como a presidente do Brasil se tornou tão poderosa.

1. Logo após tomar posse, Dilma apropriou-se de um ato que era do Congresso: determinar o reajuste do salário mínimo. Algo superimpopular. Mas o povo é cego. Em seguida, estabeleceu um reajuste inferior para o salário mínimo. O povo é pamonha. E nem se lembra disso.

2. Dilma não é 'criação de Lula'. Isso é uma criação, sim: da mídia. Dilma é criação, entre outros, da Monsanto, a superpoderosa americana. Dilma liberou os transgênicos quando era ministra e, também, líder da Comissão Nacional de Biossegurança. Anvisa e Embrapa entregaram a Dilma longos e criteriosos pareceres contrários aos transgênicos. Dilma os preteriu em favor dos interesses da empresa global. (Ninguém se torna tão poderoso à base de bom mocismo, ou como vítima de ditadura explícita.)

3. Dilma é incapaz de nomear sete para a Comissão da Verdade. Que, claro, não vai dar em nada do que seria esperado.

4. Dilma, registrou The Economist (ver outra postagem desta semana), tem um estilo firme de governar. Firme para certas coisas. Até demais. Mas Dilma não é firme na questão dos direitos humanos. Não me esquecerei do vexame em Cuba. Também objeto de postagem aqui. Sanchez, a famosa blogueira, também comentou argutamente a lastimável declaração de nossa presidente.

5. Dilma tem pacto com o Vaticano. Se você ler 'diabo', não vou criticá-lo. O pacto, ainda por cima, é de papel passado. Ser embaixadora do Vaticano confere um poder imenso. Você vive tão enfiado numa espécie de disneylândia, que acha que eu é que sou demente, ou 'conspiro'. Louco, me parece, é quem se diz feliz com o Brasil deste jeito. Um pacto com o Vaticano permeia justamente as guerras. E hoje as guerras não são explícitas, ou convencionais. São as guerras 'do câmbio', 'dos juros'... E ninguém, ou quase ninguém, anda contando os mortos. Gravo na memória alguns desses mortos 'pelo mercado'. Se você ler pelo Vaticano, de novo, não vou criticá-lo. Um desses mortos: o aposentado que se suicidou, recentemente, na frente do parlamento grego.

6. Dilma, através do Itamarati, mandou o cônsul do Brasil na Austrália calar a boca, ele que denunciava como 'difícil de comprar' (assim o jornal traduziu hard to buy, que é como, em inglês, se diz 'difícil de engolir') a versão sobre a morte de um jovem brasileiro, executado pela polícia, em Sydney. Lembro do dia: 18 de março. Trata-se de um assunto delicado. Como denunciamos aqui, no aniversário de 30 dias da morte (ver postagem de 18 de abril), o ocorrido é coisa de crime organizado. (Você notou que o resultado da perícia, da investigação, ou do que seja, não sai? Nem vai sair.) Não é sendo 'firme' nesse sentido, de calar um diplomata, que se lida com o crime organizado. A menos que a posição seja de promovê-lo.

7. O número de ministros substituídos é que me faz corar. Bem como o que alguém chamou de 'efeito Teflon' - a corrupção não grudou em Dilma, apesar de tudo!

8. Agora, a derrubada de juros a paulada. Enquanto o que despencava era outra coisa: o real. Legal, né? Faz, a presidente, todos os olhares se voltarem para os juros... e assim ficam alheios ao que de fato deveria ser notado. Os juros, claro, não baixaram como mágica; o real, sim, desabou quase da noite para o dia - mesmo sem tsunami algum. O pretexto é tão pobre, que me chega a ser ridículo: tentar salvar a indústria. Se o real chegasse a 1,40 em relação ao dólar, o indústria sucumbiria, disse Guido. Dramático? Reconheço o esforço de gente de fato competente, como Affonso Celso Pastore, ex-presidente do BC, de explicar por que tudo isso não será mais do que um paliativo, longe de ser a salvação da indústria nacional. Mas eu não perderia meu tempo com tanta tese. Isso porque está claro que 'a indústria' é mero pretexto.

A Economia não explica mais

Quer fazer um exercício para aumentar sua perspicácia? Pegue os jornais dos últimos dias (é... parece mesmo coisa de fim de mundo!) e releia com atenção: uma hora, são os 'mercados' que estabelecem a nova taxa de câmbio; outras vezes, lê-se que foi o governo que interviu. Um ou outro? Na verdade, os dois. Trata-se de uma parceria de bastidores, na surdina, que não vai para os jornais. A Economia morreu. Como disciplina. Não serve mais para explicar o que ocorre, embora os excelentes doutores, formados há décadas, continuem a encher colunas nos jornais.

Os teóricos não reconhecem o mundo opaco. Nessa zona da ação escusa, autoprotegida, decidiu-se usar a estupenda popularidade de Dilma. Para lucros cuja contabilidade ficará bem longe de todos os nossos olhos, ainda que mais atentos, depois deste 'testamento' de postagem.

Os nossos bancos e os juros

Para remediar a questão da memória péssima, anote o que digo num diário. Coisa antiquada? Ok! Use o iPad, então. Mas anote e lembre-se de que arquivos são para ser consultados, de modo a balizar opiniões. Chega dos infantis 'gostei'/'não gostei', se quer continuar a ostentar que é avançado!

Anote isto: nossos bancos estão na mira. Ou serão nacionalizados, porque 'os vilões dos juros perversos merecem'... Ou vão parar na família dos goldman, bancos seletos que vivem assistindo à derrocada (ou sufoco crônico) dos outros. Braços do Vaticano, do Banco do Vaticano. Até Dan Brown já apontou que o Banco do Vaticano existe. Acredite nele. Acreditar em Dilma é bem mais difícil, pela lógica. E você acredita.

Quem vê a cara, lê o coração e dá bronca honestamente

Sou capaz de ver sua cara, mesmo sem um câmera acoplada. Sou capaz, mais ainda, de sentir você. Sua perturbação: 'Não, o mundo não pode ser assim; Dilma não pode ser tão... perversa!'
Amiguinho (a), os bancos não estão aí para ser bonzinhos. Dilma, tampouco.
Nem chapeuzinho vermelho era tão ingênua. Dilma não empresta dinheiro, a taxa de juros alguma. Ela anda fazendo bem pior do que 'extorquir' juros. E você anda dizendo que gosta dela, que o governo dela é 'bom ou ótimo'.

Sim! Eu li. A cifra de 1,6 bi acaba de ser liberada para o Bolsa Família.  disse, também aqui nesta postagem, que, ao mesmo tempo em que f.. o país, Dilma faz uma baita campanha populista em prol de si, de seu já assultador poder.

Não me chame de louca. Anote tudo isso, seja de que forma for, para a posteridade. Para posterior conferência.
Mariangela Pedro.
'testamento' de 09 de maio de 2012

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