FOLHA DE S. PAULO, coluna da "Ombudsman" (que é uma mulher...), ontem:
A pergunta da Semana: Foi arbitrária a atitude de policiais militares de SP no caso do vídeo do "estrebucha"?
A pergunta já me deixa atônita - quem diria que não?! Que pergunta "idiota"!
Idiota?
O "não" tem o mesmo peso do "sim". O símbolo e a fonte dos dizeres são os mesmos para ambos, apenas a cor difere: um banal verde para "sim", um banal vermelho para "não". Isso em nome, presumo, da obrigatória imparcialidade.
Imparcialidade - pensava eu, ingenuamente, ser dado - não é ouvir os dois lados. É argumentar - ar-gu-men-tar - considerando as mais diversas perspectivas. E, a partir disso, fundamentar uma conclusão.
Assim é que, afinado com o "acéfalo" curtir-não curtir, é estampada a oposição do SIM-NÃO. E daí?
Isso, na coluna mencionada do jornal, subentende que, simplesmente, há os que acham sim e os que acham não, e que temos de "aceitar" ambos.
Isso agora virou sinônimo de justiça, além de imparcialidade? Constatemos, uns poucos atônitos, que sim. E quem não fica atônito, c-l-a-r-o, está plenamente no "seu direito" - o que, tenho a "ligeira impressão", seria, segundo a nova ordem, também parâmetro de democracia.
Ironia? Não vou me desculpar. Ironia é prerrogativa dos lúcidos e brainy. Também você, inglesando? É. Rendo-me, quanto a isso, ao meio. 'Inteligente' (e seus análogos ou afins) virou palavrão. Então, escamoteio o "incorreto" adjetivo, recorrendo ao inglês, o que virou modismo. Desculpo-me apenas por brainy ainda não ser de uso vulgar.
O mesmo "esquema", ou receita, do Sim-Não, é adotado na "Tendências" da página A3.
Enfaticamente, tal reforça o tomar partidos, e não o induzir crescimento. Elimina-se o essencial: que temos - tanto sociedade, quanto pessoa - de decidir, concluir: é sim ou é não?
Assim, peço que o jornal que elimine tal esquema SIM-NÂO de suas páginas. Todos temos o direito de opinar. Mas meios como o referido jornal deveriam ter o dever precípuo de propiciar o crescer. O direito de opinar, desalinhavado do fim de crescer, é o mesmo que defender o "direito à ignorância" e todas as mais, ou menos, terríveis consequências dela.
Defender 'liberdade de crença' é análogo a defender a Inquisição. Não?
Obliterados pela caricatura de "democracia" que inventamos, defendemos e legitimamos a "liberdade de crença". Por certo, a liberdade de ter - em sentido amplo - uma religião é uma coisa. Apoiar o direito de haver crenças (ditas 'religião') que condenam o questionar e apregoar o "direito" dos crentes que delas emanam é outra.
Como podemos misturar "liberdade" de crença com algo que elimina a liberdade - imprescindível sempre - de questionar? Fato é, ainda podemos. O "como" fica, quem sabe, para depois. Depois de quê? Depois de mais uma barbárie, que só é assim classificada séculos após ocorrida. No momento em que ocorre, é "normal" ou "necessária".
Se todos têm o "direito de opinar", todos temos o dever de rever nossas opiniões, e não as alimentar, as sedimentar, com reforços como a vitamina das "setas de igual peso" da coluna da "ombudsman".
E, caros e poderosos Provedores, por favor, não alimentem os pombos...
Eis, agora, o discurso sob o "NÃO" à "pergunta da semana" antes apresentada. Ou seja, não foi arbitrária a atitude de policiais...:
Os policiais estão exaustos de prender e, semanas depois, encontrar os bandidos na rua. Já não acreditam na Justiça. Só quem já foi vítima de bandidos, como eu em sequestros-relâmpagos e com três marginais invadindo minha casa, sabe o que é "estrebucha". Criminosos têm que ser combatidos com energia. Eles ganharam a "guerra" contra o cidadão de bem. Mais revoltante foi ver o comandante-geral da PM pedir desculpas à família de um deles [de um dos criminosos, vítima (oopps! desculpe! não seria ele 'vítima'?) da tal arbitrariedade].
No Twitter, pedi à "ombudsman" para apurar se o autor das palavras acima (revelado no jornal) se diz cristão ou religioso.
Ora, pergunto: o autor desse "boníssimo" NÃO da Semana se considera "cidadão do bem"?
Pois. Eis a arapuca - quem quase ninguém nota: soberbamente lotados de tal "cidadão do bem", quem será, efetivamente, por nós?
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HÁ LIBERDADE NA CRENÇA?
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Monday, August 29, 2011
O ESTREBUCHA. Folha.com Pergunta da Semana. Quantos curtiram? Ou curtiriam?
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