Monday, December 6, 2010

Patética declaração na abertura, na USP, do Instituto de Estudos Europeus

MARIANGELA, direto do local dos acontecimentos, registra esta patética declaração, feita por um dos dignitários ä frente da solenidade: "Uma lei nos impede de dar aulas em outra língua que não o português".
Pois. Em meio a tantas palavras enaltecedoras da inovação, da integração, de promessas, entre elas a de criar um curso de DOUTORADO em Estudos Europeus, o inglês é explicitamente excluído!
O Instituto resulta do consórcio de 15 universidades, sete ou oito europeias. (Desculpem essa minha leve imprecisão, irrelevante neste momento). E... sorry! Não, nada de sorry. Mesmo porque tal declaração foi feita em português mesmo. A lei nos impede....
Com o Peso que a USP tem.... a lei só ainda existe porque ela, a USP, não moveu uma palha para alterá-la. Diante de tal declaração, fica patente que a universidade toma a mencionada lei como conveniente para se proteger de sua real indolência em falar fluentissimamente o inglês, como em toda universidade em qualquer lugar do mundo que esteja algo aberta. Se não, universidade ela não é de fato. Não nestes tempos.
Ser aberta é da essência mesma da concepção de universidade.
Entretanto, uma tese de DOUTORADO não pode ser apresentada em inglês na USP. Essa questão foi trazida por mim à Sara Albieri, em maio de 2008, quando ela, então coordenadora do pós em história social, convocou a mim, doutoranda em seu departamento, para uma reunião para tratar de assunto "de meu interesse". Pois. Então, recorrendo a panos quentes, foi categórica: "Embora supostamente o inglês seja a língua universal... você (eu) não vai conseguir entregar uma tese em inglês".
Para quem já acompanha meu blog há algum tempo, sabe que esta não foi a única questão absurda de meu doutorado em História Social na USP.
Sem dúvida, este é um momento ímpar para incitar o elefante (a USP) a se mover de fato, no sentido Bom.
Crítica pela crítica não é com a Mari, muitos de vocês já o sabem.
O ponto é que, em tantos eventos de que participo, constatei que nem mesmo certos diretores de faculdades da USP autoaclamadas "mais internacionais" são fluentes como seus pares de outros países em que o inglês não é língua-mãe. Como magnificamente expôs Cláudio de Moura Castro, em sua coluna na revista Veja, edição de duas semanas atrás, sob o título "A Cortina da Burrice", nós estamos isolados do resto do mundo. Apesar de acontecimentos como este, de formalidade ostensiva e vinho honesto, que ora reporto. Cláudio ressaltou justamente a falta de domínio do inglês, mesmo entre alunos de "escolas da elite".
Prossigo com outros comentários, em inglês. Para os que estão ainda na Idade Feudal em plena Era da Tribo, vou, posteriormente, postar também a versão em português. Aguardem, como, aliás, já devem estar acostumados - as traduções para o português sempre demoram.
O artigo de Claudio Moura Castro, exatamente no formato publicado na Veja, está aqui:
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWQCatatj2q2MTUsPriMMqX8hLLMf__zZunyH8p9uoALN9yXChBTWc-3QVcZv30fKq89I4v9EZJRwgxmNsvXmUwQsT2PoXLQ9o0UhOk87Y59FQdcXYf-Y3CcU_gywcBmwPJte_n9OXH9s/s1600/cortina+de+burrice+2.jpg

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