CARTA A LEITOR QUE ELOGIOU E ORA ABERTA A TODOS
O ponto alto do artigo QUE HISTÓRIA É ESSA DE CRISTÃOS é a des-coberta (remoção da camada teológico-manipulatória) de um documento de um filósofo do século II. Não há em nenhum outro lugar; não ao alcance de muitos. [...]
... a parte mais preciosa do artigo-tese apresenta evidência de que Jesus 'de Nazaré" e o Cristo não são a mesma coisa.... Bem, isso é algo que não dá para se "despejar" assim, rapidinho.
Reservo este artigo e meus livros para a venda, porque não disponho de outros recursos para manter esta missão que me abraçou. Sim, estou certa de que não fui eu quem abraçou a missão, mas ela que veio a mim: quem espontaneamente larga tudo, tu-do, para viver no limite mínimo e oferecer o tesouro mais precioso da Vida para outros?
[Respondo a seu email] hoje, um dia em que estou particularmente sensível. Já acordei assim e, para "completar", acabo de assistir a um tocante evento, na USP, em que a esposa de Mandela recebeu, no lugar dele próprio, o título de doutor honoris causa. Reitor, Fernando Henrique Cardoso, e... muita ênfase na luta para desenvolver o ser humano (meu foco primeiro).
Uma das coisas que me afetou para que eu amanhecesse assim, sensível, foi a leitura de um artigo publicado ontem no jornal Folha de S.Paulo. De autoria de um psicanalista, que nivela todos nós... "por baixo". Devido a isso, Felipe, senti profundamente quão premente é pelo menos um dos meus livros - o que eu escrevi por me pedirem, há alguns anos, que eu não fizesse livros tão grossos, de quatrocentas páginas.
Sermão de Amor, diante de tanta pressão que ora recebo do meio, será anunciado hoje no blog, de forma incisiva. Só havia uma muito discreta menção a ele.
Quanto custará?
Ontem à noite, durante um evento, mostrei esse livro para um casal que me fazia companhia. A mulher, que disse ser psicóloga, pergunta, enquanto o homem examina atentamente o material: Quanto custa um livro desses?
Apenas hoje atentei para a parte final da pergunta. "Quanto custa" já bastaria, não é? Sim, a mulher depreciava o livro, de antemão. Curiosamente, a mulher, minutos antes, enquanto seu amante (o homem) circulava pela festa, me encheu de perguntas de cunho pessoal. E me disse que tinha adorado me conhecer. Que eu tinha uma energia maravilhosa, que atraía as pessoas... Isso já basta aqui, embora ela tenha tecido ainda mais comentários superlativos nesse sentido.
Por que então, depreciou o livro? Pois. O lado negro. Lado que aquele psiquiatra frisa no seu artigo no jornal. Frisa de modo equivocado.
Quarenta reais. Uma meia dúzia de pessoas pagou isso, recentemente, pelo Sermão de Amor. Uma das leitoras (leu emprestado) foi uma empregada de supermercado. Pois. Quem comprou foi uma cliente, diretamente de mim. O livro foi emprestado primeiro para uma colega daquela, indo, por fim, chegar àquela que leu a obra "junto com o padeiro", que com ela trabalha no horário da madrugada.
A empregada assim se manifestou, após ler o livro: "Se mais pessoas fossem como você, haveria uma revolução. Aí sim, as coisas mudariam". Ela acabou confessando que tirou cópia do livro inteiro, antes de devolvê-lo para a colega de quem o tomara emprestado. Nem com desconto o livro coube no orçamento dela, "ainda mais antes das férias". E tampouco caberia, depois das férias.
Assim que concluí a primeira versão de Sermão, tive o ímpeto de bancar toda uma edição de mil volumes e distribuir de graça. Hoje, mais experiente, sei que teria sido um desperdício. Quem iria ler um livro desconhecido, e pelo qual nada desembolsou?
A empregada do supermercado decidiu ler o livro após adquirir meu conto erótico, que ela elogiou efusivamente, diante de terceiros. "Você devia publicar"! Isso não foi, contudo, toda a influência que a levaria a ler meu Sermão de Amor - uma de suas colegas, de passagem, comentou que ligara a noite toda desesperada para o supermercado porque esquecera o livro (o Sermão) que uma cliente emprestara para ela. Ainda assim, aquela empregada representa um 'desvio estatístico'.
Não tive a oportunidade de avaliar extensamente o quanto ela apreendeu do Sermão, que tomou emprestado. Pela breve conversa que tivemos, ela ao menos ficou alerta quanto ao cerceamento à Compreensão que impõem amplamente, até (ou principalmente) por meio do discurso 'sagrado'.
Não creio, porém, que ela tenha assimilado mais que sessenta por cento do teor. Ela, paradozalmente, é uma fundamentalista! Meu livro não apenas denuncia manipulações. Mostra o que não é revelado às massas, inclusive no que concerne à Bíblia. Aquela empregada do supermercado foi a primeira fundamentalista capaz de mergular, o tanto quanto era-lhe possível, no meu Sermão de Amor. Assim, sessenta por cento já é um 'assombro'.
As pessoas não sabem ler. Sério. Muito sério. Algumas confessaram a mim que "passam batido". Eu cunhei uma expressão para esse fenômeno: elas apenas fazem 'aeróbica com os olhos'.
Constatei isso como professora de altos executivos. MBA na Fundação Getúlio Vargas, cargos em renomadas empresas americanas... E não querem admitir isso e aprender. Permanecem agarradas á vaidade, ao simulacro.
Há vários níveis de letramento (de ser letrado) e a quase totalidade das pessoas neste país não está muito acima do Tiririca.
Além desse maior obstáculo, há a falta de valores - as pessoas compram livros para se passar por uma coisa que não são. Compram livros como parte do social (noite de autógrafos). Os sebos estão abarrotados de livros "0", sem uma ruga. Sai da noite de autógrafos direto para o sebo. Junto vai a dedicatória, repleta de clichés.
Quem não lê de fato, não pensa, e, em decorrência, nada cria - só repete o que está mais do que batido. Isso vale para professores doutores da USP, para quase todos eles.
Fechando esse ciclo pavoroso, há um terceiro fator: a resistência das pessoas à verdade.
Fiquei com a forte impressão de que até aquela empregada do supermercado, após o momento de iluminação com a leitura do Sermão de Amor, retornou ao lugar-comum, ao estado anterior. Um 'livrinho' em dissonância com toda uma cultura frontalmente adversa, contrária de fato ao desenvolvimento do ser e promotora do fútil, da união que convém ao poder, da obediência, do não questionar.
Em suma, as pessoas, quase todas, não têm a capacidade intelectual, moral e afetiva para Serem. Quase todas as pessoas não resistem, efetivamente, ao meio, ao tradicional, ao que "está por aí há séculos e séculos".
Um padre cuja trajetória cruzou com a minha disparou, certo domingo, no sermão dele, ao interpretar o comportamento moralmente condenável de Abrahão [que vai ter um filho com uma serva]: "As coisas já estavam estabelecidas, fazer o quê"?
E é mesmo assim que "raciocinam" a quase totalidade dos declarados seguidores... do Cristo. Sem dúvida, não são seguidores - sequer leitores - de um Jesus que viveu neste planeta.
Sobretudo, essas pessoas não resistem ao tipo de rejeição por que passa Fernão Capelo, o mais contundente ícone das solitárias "gaivotas" - absolutamente Humanas - que decidem crescer, a todo custo, por reconhecerem o Valor.
Ao mostrar meu trabalho, determino de pronto que tipo de leitor - inclusive seus valores, ou, melhor, a falta deles - está diante de mim naquele momento. Por exemplo, muitos correm os olhos pela primeira página do meu conto erótico... e pela última. Acham que, assim, leiem TUDO, rapidinho. E, então, dizem que estão sem dinheiro (o conto custa uma ninharia, menos que um lanche no MD), blá-blá-blá.
Ontem, após eu dar o "preço" (quarenta reais) do Sermão de Amor, a mulher soltou uma gargalhada. Sim, daquelas bem forçadas, embaraçosas para o alvo dela. Mariangela é muito, muito pacífica. Até eu me surpreendo com isso. A mulher emenda: "Estou lendo Sa-ra-ma-go na internet, não é fantástico?" Nada disse.
Hoje acordei com a resposta a ela. Aquela mulher está lendo Saramago porque Saramago hoje é "O Cara" no meio literário. (Chico deu muito azar, talvez merecido.) Tenho certeza de que ela não leu Saramago antes, enquanto ele pelejava feito Mariangela.
Tampouco o leria se ele não tivesse virado moda, especialemnte depois que faleceu.
Admiro, há muito, Saramago. Já dediquei postagem a ele, destrinchando trechos de um de seus mais aclamados livros, para que a massa possa ter acesso - ainda que "torto" - a sua genialidade. Não o estou desmerecendo agora, mas criticando duramente leitores dele, particularmente um aqui apontado.
Só pelo Prêmio Nobel, Saramago amealhou cerca de um milhão de dólares. Tivesse eu MEIO 'prêmio Nobel' que me garantisse víveres para que fizesse plenamente aquilo que ninguém mais fará no meu lugar, eu teria muito mais na internet.
Saramago [e hoje seus sucessores e editor] teve seus esforços muitíssimo recompensados.
Fazer caridade - nesse caso, abrir mão de vendas, postar textos na internet sem ganhar nada - quando se é literalmente tão rico é moleza. Mariangela...
Aquela mulher, pouco antes, declarara a mim: "Trinta reais para a lavenderia. Trinta reais tá bom". (Um garçon 'noico' se atirara em mim com um bandeja repleta de taças e uma garrafa inteira de vinho.)
Recapitulando, trinta reais para lavar um vestido na lavanderia. Normal. Mas... quarenta por um "livro desses"? Pois. Com 'direito' a gargalhada histérica na cara da escritora, minutos antes tão referendada por sua energia, filosofia de vida, etc.
Dá para comparar Sermão de Amor com Crepúsculo, que agora custa 9,90?
Hoje concluí, com base nos meus mestrados em administração e em minha experiência, que sim; então, vamos comparar.
Crepúsculo já rendeu abissalmente mais do que vale. Para espanto dos próprios agraciados com tanto lucro. A moda passa. O referido livro não é para ser lido mais de uma vez. Melhor até se não for lido nenhuma vez, e só comprado para "alguém mostrar que está na moda".
Assim, o livro hoje é peso morto, ocupa estoque. Nove e noventa já é uma baita remuneração para um livro produzido em larga escala, que tem um custo unitário de centavos.
E Sermão de Amor?
Sermão de Amor é artesanal.Todos elogiam a apresentação do "livrinho". Foi você mesma que digitou? Sim, foi. Mariangela faz tudo. Compra o material, leva ela mesma na gráfica. Escolhe o papel especial para a capa. Tudo. Dá para vender por nove e noventa?
O livro parou nas mãos de uma revisora que presta serviços para editoras. A título de retribuição, Mariangela dera o livro para Samuel, um inteligente rapaz que acabara de conhecer, empregado numa livraria dentro da USP. Ele passou o livro para a tal revisora. Que, um dia, perante mim, dirigiu-se a Samuel nestes termos: "Ela (eu, Mariangela) tem uma escrita perfeita. Eu não mudaria nada do original dela".
A revisora dos livros - e de todos os textos - de Mariangela é a própria Mariangela. São revisões e mais revisões. A meta é a perfeição, porque a alma não pode ser pequena. E chegamos lá.
Quantas vezes se lê Sermão de Amor?
Sermão de Amor jamais vira peso morto.
Mariangela ela mesma relê seu livro de tempos em tempos. E fica maravilhada. Com a originalidade, com a força de sua escrita. Com a honestidade. Com a sabedoria que não se encontra num só volume, em lugar algum. Ela não encontrou. E desafia, agora, a todos, através de seu blog. Quem encontrou?
Assim, decidi que eu, Mariangela, anuncio hoje meu Sermão de Amor por oitenta reais.
Por que oitenta?
Por que não oitenta e cinco, ou noventa e cinco. Ou cem?
Porque é o dobro de quarenta. O Sermão, de fato, não tem preço.
Oitenta reais porque Mariangela agora só vai vender o "livrinho" junto com o Desafio para quem o adquirir. Que desafio? Mostrar que outra obra se compara ao Sermão em conteúdo, em tão poucas páginas.
Oitenta reais parece a mim uma quantia que levará o leitor a ler, antes de despejar no sebo. Não. Sebo não vai comprar o Sermão. Não está publicado por editora. Não dá "rotatividade"!
Quem adquirir o Sermão estará comprometido com a leitura e, ainda por cima, desafiado por mim. Gostaria muito que aquela mulher aceitasse este desafio. Saramago, com sua obra, não apoia, nem de longe, aquela gargalhada dela. O que a leitura "fantástica"de Saramago pela internet está produzindo nela? Pois.
Mariangela, enfim, percebeu que não pode, não po-de mais desperdiçar seu Sermão de modo algum. Não é apenas um livro que ela escreveu. É um Tesouro que, ela não sabe bem como, está em suas mãos, o que lhe causa estremecimentos de tempos em tempos, por pensar que pode não estar fazendo tudo o que teria de fazer em relação a ele.
O que você, Felipe, que me parece razoavelmente maduro, acha de minha decisão?
Ora, Mariangela, dirá você, com certeza: Por que você não publica seu livro? Gente convencional só compra livro editado de forma convencional!
Ótima pergunta, Felipe.
Bem, Sermão destroi uma doutrina-mestre da todo-poderosa Santa Sé, que os idiotas entendem apenas como a Igreja Católica. E faz mais estragos ainda, muitos.
Se alguma editora vier a publicar o livro aqui, ele não terá publicidade, como o livro Misquoting Jesus, de Bart Ehrman (o título traduzido aqui foi distorcido; o subtítulo já basta para a censura: "quem mudou a Bíblia e por quê".) O livro de Ehrman chegou ao primeiro lugar no New York Times. Quem ficou sabendo do livro aqui? Pois. A Mariangela saiu por aí divulgando. Só ela.
Por que não traduzir Sermão para o inglês?
Perfeito. Aí sim. Mas preciso de tempo e... de ter recursos para me manter viva enquanto faço esta tradução pela qual ninguém me paga agora.
Felipe, seu elogio chegou no momento perfeito. Graças a ele, decidi fazer de toda a dificuldade por que passo uma alavanca para uma "revolução".
Segunda-feira, deixava um evento extraordinário, cidade entravada pelo temporal, caminhando com um homem de trinta anos que conhecera ali. Ele, a certa altura, diz: "Imagina! Cinquenta como você, seria o caos. É preciso manter o status quo. O controle (das massas)."
Só cinquenta né? Só cinquenta já faria o "estrago". Por isso, matam assim que surge um - eu rebati. E acrescentei: Vocë precisa pensar de novo sobre essa sua ideia "conservadora".
A você ainda devo isto, Felipe: provavelmente este texto não iria tão logo ao ar, para a internet, não fosse o estímulo de ter de responder a você, justamente neste "delicado" momento para mim.
Sim, vou publicar isto. Pois esclarecerá a todos os meus demais leitores. Ou, melhor, apenas seguidores, uma vez que, como os seguidores de Fernão Capelo, a Gaivota, não conseguem apreender, nos textos de Mariangela, mais do que "palavras bonitas, incomuns".
Mas tal inspiração, mesmo sem Compreensão, já é o máximo que a maioria almeja para não naufragar e, vez por outra, arriscar um sorriso. Sorrir direto, como a Mariangela, não, não dá, demonstram elas.
Encerro, Felipe, em débito eterno pelo enorme "serviço" que você, sem intenção, acaba de prestar a mim, diretamente. E a muitos outros, indiretamente.
Mariangela Pedro 24 nov 2010
mariangelapedro @ yahoo.com
Much of the discourse all around is power-oriented. Our texts, rather, will be appreciated by those brave enough to leave the good life of obedience in order to grow and take risks for the benefit of a multitude of others. Welcome! PORTUGUÊS acesse "apresentação do blog" abaixo
Monday, December 6, 2010
SEARCH BOX ~ BUSCA
THIS PAGE IS DESIGNED FOR A TINY GROUP OF
'-ERS' FELLOWS: LOVERS OF IDEAS; EXPLORERS OF THE SUBLE; THINKERS AND WRITERS OF INEXHAUSTIBLE PASSION. ULTIMATELY MINDERS OF FREEDOM.
'-ERS' FELLOWS: LOVERS OF IDEAS; EXPLORERS OF THE SUBLE; THINKERS AND WRITERS OF INEXHAUSTIBLE PASSION. ULTIMATELY MINDERS OF FREEDOM.