Monday, November 8, 2010

ELE FUNDOU O PT, SAIU EM 2005 E VOTOU EM SERRA

A sociedade civil está muito interessada nos shoppings, nas baladas, nos shows, no futebol e pronto. 

Trechos de entrevista de Hélio Bicudo à Terra Magazine:

Terra Magazine - O senhor declarou voto ao candidato do PSDB à presidência, José Serra, não?
Hélio Bicudo - Isso.

É um pouco curioso pela sua trajetória como fundador do PT...
Não, mas eu saí do PT em 2005. Quando começaram as notícias de corrupção, eu saí.
...
Eu acho que você tem um sistema democrático que está em risco na medida em que a Dilma vencer estas eleições. 

...como eu já disse e repito, o sistema democrático, seja o presidente que for, deve ser vigiado por uma oposição competente. 

O senhor fala muito sobre esse poder que o Lula ganhou...
Ganhou não, pode ganhar.

Então o senhor não se refere aos oito anos de governo Lula, mas a esta eleição apenas?
Eu acho que essa questão da reeleição foi um dos grandes erros do Congresso brasileiro, quando aceitou uma imposição do Fernando Henrique Cardoso... Dizer que você não consegue fazer um governo em quatro anos é uma história mal contada. 


O presidente Lula acabou se tornando mais importante que o PT?O Lula, enquanto presidente do PT, anulou todas as possibilidades de novas lideranças surgirem, para ser ele apenas.


O seu apoio ao candidato José Serra é na verdade um protesto contra a situação atual do PT?
Não, eu não tenho mais nada a ver com o PT. Eu não sou contra... O problema é que hoje os partidos políticos são todos iguais. As direções partidárias impedem a criação de novas lideranças...  Por exemplo, quem é que vai ser candidato ao governo de São Paulo? Quem vai ser candidato à presidência? É quem o Lula quer. Esse é o problema. Não é (não deveria ser) um problema do Lula, eu acho que é um problema da sociedade brasileira.

Por isso a defesa de uma reforma? Como os partidos poderiam ter mais representatividade?
Lógico. O povo não se representa na Câmara. Quem se representa são as direções partidárias. E elas também não representam o povo. 

Eu acho que é preciso fazer uma reforma política, mas quem é que vai fazer essa reforma? Os próprios que estão lá vão fazer a reforma a favor deles... é preciso que a sociedade civil se mexa. E a sociedade civil está apática. A sociedade civil está muito interessada nos shoppings, nas baladas, nos shows, no futebol e pronto. 

A sociedade não tem representatividade. Para apresentar um projeto de lei que vai ser discutido pelo legislativo, precisa ter um 1,5 milhão de assinaturas. E depois esse projeto pode ser alterado - como o projeto da Ficha Limpa foi alterado - no Congresso, para pior. Então, quer dizer, a vontade popular no sistema brasileiro não vale nada.

Há ainda um grupo de intelectuais - que, nesta segunda-feira, até entregou um manifesto de apoio à candidatura Dilma - que se mantém com o PT. O que o senhor pensa disso?
São pessoas que ainda não raciocinaram democraticamente. Que não têm na cabeça o espírito democrático, mas têm o espírito de servir àquele que for o senhor.

Há uma história de que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o Antonio de Aguiar Patriota ofereceram um cargo para o senhor na Unesco.
É verdade. Só que não era cargo. Eram férias pagas pelo governo, três vezes por ano, durante 15 dias, em Paris (risos)... Eu, absolutamente, não aceitei e mandei uma carta ao Celso Amorim, dizendo que aquilo era um desaforo para mim. Mandei ainda uma cópia da carta ao Lula e ao Zé Dirceu. E acabou o assunto. Senti que estavam querendo me comprar. Para ir a Paris, não preciso de dinheiro público.

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