Esta postagem é um clipping the matérias publicadas na mídia sobre a primeira providência de Dilma Rousseff ao ser anunciada a nova presidente do Brasil. A providência: enviar ao papa, por intermédio de Gilberto Carvalho, uma carta de 'boa vontade'.
Na ocasião, o arcebispo Damasceno também estava no Vaticano, para sua elevação a cardeal. Esse era um motivo para que Dilma, ou mesmo Lula, viajassem para prestigiar o religioso promovido e, como viam ser necessário, se acertassem pessoalmente com o papa. Mas o estremecimento entre as partes era tal que o jeito foi contar com Carvalho, que esbanja contatos no Vaticano. Foi seminarista inclusive.
Entre o primeiro e segundo turnos da eleição, o PT se desentendeu com a Igreja, o que apuramos analisando o conteúdo dos jornais. A desavença não foi explicitamente anunciada pela imprensa - ficou mesmo nas entrelinhas.
Breve comentário da Mariangela precede cada reportagem.
1) mordaz - "agnóstica convertida durante a eleição em cristã convicta"
título da matéria: Dilma envia carta ao papa Bento 16
A antes agnóstica Dilma Rousseff, convertida durante a eleição em cristã convicta, fez mais um gesto para se aproximar da Igreja Católica. A presidente eleita enviou uma carta ao papa Bento XVI, em tom cordial e recorrendo a expressões cristãs, na qual assegura que deseja manter amplo diálogo com o Vaticano. O chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, que desembarcou em Roma nesta quinta (19) para entregar a correspondência. "A intenção da presidente eleita é fazer uma saudação ao papa e garantir que as relações do próximo governo com a Igreja continuarão sendo as melhores possíveis", disse o chefe de gabinete. Estadão (Estado de S.Paulo), republicado em
http://www.bahianoticias.com.br/noticias/noticia/2010/11/19/79078,dilma-envia-carta-ao-papa-bento-16.html---------------
2) sem ressentimentos por rejeição no segundo turno
Por boa relação com a igreja, eleita envia carta para o papa
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
A presidente eleita, Dilma Rousseff, escreveu ontem uma carta para o papa Bento 16 afirmando que espera ter "relações fecundas" com a Igreja Católica ao longo de seus quatro anos de governo.
O texto foi escrito por Dilma e revisado pelo chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, um dos principais interlocutores do PT com os católicos.
O documento será entregue na segunda-feira, quando Carvalho terá uma reunião com o secretário de Relações Exteriores do Vaticano, monsenhor Monbert.
A carta busca mostrar que não ficaram ressentimentos por causa dos comentários do papa na campanha presidencial, quando ele declarou que era dever dos bispos intervir na campanha para condenar o aborto.
FOLHA DE S.PAULO 19.11.2010, p. A6
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3) carta de Dilma se refere a "relações de altíssimo nível" - mas não menciona a Concordata (tratado assinado por Lula e o papa Bento XVI em 2008). O documento afronta a Constituição.
Atual chefe da Casa Civil é o "preferido" de Lula para lidar com a Igreja.
Dilma envia carta ao Papa para aprofundar relações com o Vaticano
Leonardo Meira
Leonardo Meira
Montagem sobre fotos / Arquivo e Ricardo Stuckert
Carta indica desejo de aprofundar relações com o Vaticano. Abaixo, futura presidente (à esquerda) acompanha Lula no Vaticano, em 2008
A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) escreveu uma carta ao Papa. O emissário da correspondência é o chefe do gabinete pessoal da presidência, Gilberto Carvalho.
O texto será entregue ao secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, Arcebispo Dominique Mamberti, na segunda-feira, 22. Até lá, a íntegra da carta não será divulgada, conforme informou o assessor do gabinete pessoal, Diogo de Sant'Ana.
"A carta não possui um viés programático. Antes, serve para demonstrar o desejo do novo governo de continuar e aprimorar as relações de altíssimo nível tecidas com o Vaticano ao longo dos últimos anos", explica.
Ex-seminarista, Gilberto Carvalho é o nome preferido do governo quando o assunto é relações com a Igreja. Ele está em Roma para representar o presidente Lula na cerimônia em que o Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, será oficializado como membro do Colégio Cardinalício por Bento XVI, neste sábado, 20.
Conteúdo [da carta de Dilma]
Sant'Ana adianta que o objetivo principal da correspondência é o de reforçar as relações de fraternidade entre o Brasil e o Vaticano.
"O texto também expõe o entendimento do governo acerca da liberdade religiosa, fé e outras disposições constitucionais e políticas do relacionamento com a Igreja", complementa.
Segundo ele, a carta não toca em temas polêmicos levantados durante a campanha, como a questão do aborto e da possível revisão do Acordo entre o Brasil e o Vaticano [esse 'acordo' é a Concordata, também mencionada em outro item acima]. "Foram boatos eleitorais", classifica o assessor.
O texto será entregue ao secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, Arcebispo Dominique Mamberti, na segunda-feira, 22. Até lá, a íntegra da carta não será divulgada, conforme informou o assessor do gabinete pessoal, Diogo de Sant'Ana.
"A carta não possui um viés programático. Antes, serve para demonstrar o desejo do novo governo de continuar e aprimorar as relações de altíssimo nível tecidas com o Vaticano ao longo dos últimos anos", explica.
Ex-seminarista, Gilberto Carvalho é o nome preferido do governo quando o assunto é relações com a Igreja. Ele está em Roma para representar o presidente Lula na cerimônia em que o Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, será oficializado como membro do Colégio Cardinalício por Bento XVI, neste sábado, 20.
Conteúdo [da carta de Dilma]
Sant'Ana adianta que o objetivo principal da correspondência é o de reforçar as relações de fraternidade entre o Brasil e o Vaticano.
"O texto também expõe o entendimento do governo acerca da liberdade religiosa, fé e outras disposições constitucionais e políticas do relacionamento com a Igreja", complementa.
Segundo ele, a carta não toca em temas polêmicos levantados durante a campanha, como a questão do aborto e da possível revisão do Acordo entre o Brasil e o Vaticano [esse 'acordo' é a Concordata, também mencionada em outro item acima]. "Foram boatos eleitorais", classifica o assessor.
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4) como ovelha arrependida; bem mais informações sobre o teor da carta
Em carta ao papa, Dilma pede bênção e diz que quer dialogar com o Vaticano
Depois de enfrentar uma campanha dominada pela polêmica do aborto em dois turnos, Dilma Rousseff fez mais um gesto para se aproximar da Igreja Católica, agora como presidente eleita. Em tom bastante cordial, Dilma enviou uma carta ao papa Bento XVI, na qual pede sua bênção para o novo governo e assegura que deseja manter amplo diálogo com o Vaticano.
O emissário da correspondência será Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que embarcou nesta quinta-feira à noite para Roma. Carvalho vai se encontrar na segunda-feira com o secretário da Santa Sé para Relações com os Estados, Dominique Mamberti, que receberá a mensagem endereçada ao papa.
Na carta, Dilma não mexe no vespeiro do aborto, mas promete se dedicar, nos quatro anos de seu mandato, à erradicação da miséria e à redução da desigualdade social. A intenção dela é fazer uma saudação ao papa e garantir que as relações do próximo governo com a Igreja continuarão sendo as melhores possíveis, disse Carvalho, que vai representar Lula, no fim de semana, na cerimônia em que o arcebispo de Aparecida (SP), d. Raymundo Damasceno, será nomeado cardeal.
A três dias do segundo turno, Bento XVI condenou a descriminalização do aborto e da eutanásia e recomendou aos bispos brasileiros que emitissem juízo moral sobre essas questões, mesmo em matérias políticas. Embora não tenha feito referência direta à eleição, o papa pediu aos bispos que orientassem os fiéis a usar o voto para a promoção do bem comum.
Na carta, Dilma não mexe no vespeiro do aborto, mas promete se dedicar, nos quatro anos de seu mandato, à erradicação da miséria e à redução da desigualdade social. A intenção dela é fazer uma saudação ao papa e garantir que as relações do próximo governo com a Igreja continuarão sendo as melhores possíveis, disse Carvalho, que vai representar Lula, no fim de semana, na cerimônia em que o arcebispo de Aparecida (SP), d. Raymundo Damasceno, será nomeado cardeal.
A três dias do segundo turno, Bento XVI condenou a descriminalização do aborto e da eutanásia e recomendou aos bispos brasileiros que emitissem juízo moral sobre essas questões, mesmo em matérias políticas. Embora não tenha feito referência direta à eleição, o papa pediu aos bispos que orientassem os fiéis a usar o voto para a promoção do bem comum.
Estado de Minas
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5) Editor de CARTA CAPITAL, o admirável Mino Carta aqui embaralha a questão: alega que papa parece ignorar que o aborto já foi descriminalizado na Itália, onde fica o Vaticano. A localização nada tem a ver; as leis da Itália nada têm a ver com a Santa Sé (nome do Vaticano como unidade política). Mas o artigo vale por apontar o empenho do papa em barrar Dilma à presidência.
Até o papa apoiou Serra (abaixo, apenas um trecho do artigo)
por Mino Carta, da Carta Capital
por Mino Carta, da Carta Capital
Até o papa alemão a presidente recém-eleita teve de enfrentar. Ao se encontrar já nos momentos finais da campanha com um grupo de bispos nordestinos, Ratzinger convidou-os a orientar os cidadãos contra quem não respeita a vida, clara referência à questão que, lamentavelmente, invadiu as primeiras páginas, as capas, os noticiários da tevê. Parece até que Bento XVI não sabe que o Vaticano fica na Itália, onde o aborto foi descriminalizado há 40 anos.
Página da internet intitulada "O Escrevinhador", reproduzindo artigo de CARTA CAPITAL