A tradição da Universidade de São Paulo- USP produziu dois resultados estranhos em um único evento internacional recente. Vejamos o lado B de tal tradição.
O bizarro nr. 1: O 'Mini--Symposium on the History of Postwar Ecnomics' (mini simpósio sobre a história da economia no período pós-guerra) - 20-21 Ago - teve sua abertura marcada pelas lágrimas de crocodilo do jovem professor Pedro Garcia Duarte, do dept. de economia da FEA.
Duarte não foi homenageado ou algo assim, o que talvez justificasse seu descontrole emocional, fora de contexto. Apenas por ser ele o presidente da primeira sessão do evento (foram três) causou-lhe tais "emoções".
Durante a exposição dos demais professores, que se seguiu, Duarte fez questão de sorrir ao que julgava ser todo e qualquer pretexto para tal.
O bizarro nr. 2: O prof. senior Jose Raymundo Chiappin, escalado para comentar a pesquisa apresentada por E. Roy Weintraub, prof. da inglesa Duke University, recorreu à tragédia para alegar que o trabalho de Roy talvez desse um filme, mas, para a história da economia, era irrelevante. Para completar, Chiappin tem péssimo inglês.
Prof. Roy foi impecável, tanto como apresentador, como pesquisador e defensor de sua tese. Mas Chiappin, que não captou a mensagem, sequer arredou pé. Insistiu no 'filme', dando risada.
Meu queixo deve ter caído. Não reparei nisso; estava diante de contundente evidência de nosso atraso, incompetência e... ridículo.
Havia dois outros palestrantes internacionais. Roy era, de longe, o melhor. Para quem ama de fato a ciência e, portanto, a conhece, o que aconteceu foi uma demonstração de que, na USP, esquecemos totalmente o que é uma investigação de fato. Não fomos mais capazes de, ao menos, reconhecer uma e abaixar a cabeça. Resultado de, há muito, estarmos imersos em favoritismo, na tal 'política' que determina o "conhecimento" e os novos doutores. Minutos depois, bateu em mim a sombra da vergonha.
No segundo dia, sábado, Chiappin não estava lá. Ensaiara um duro comentário sobre o vexame do dia anterior. Mas sem Chiappin, já perderia muito. Fui deixando o debate correr, porque minha participação certamente o levaria para um rumo que impediria o "normal". E eu queria observar, precisamente, o que sairia dali, especialmente porque o prof. Roy revelara que recebera um email irado, condenando sua pesquisa, apresentada no dia anterior.
Quando ergui a mão, Pedro Duarte pegou o microfone e encerrou o evento. Já passavam dez minutos do horário do encerramento. Contudo, se se tratasse de um dos palestrantes ou alguém de seu departamento, ele teria concedido a palavra.
Rapidamente, fui até o prof. Roy, ainda sentado ao lado de Duarte que, ao me ver diante de Roy, faz cara de preocupado ou contrariado. Roy, calmo como foi todo o tempo, e acolhedor, escreveu seu email numa grande folha cor de rosa: "É muito fácil". E acrescentou: "Esperarei por seu email".
Na segunda-feira, enviei meu email para Roy, após pensar ainda mais, durante o fim de semana, sobre o que acontecera. Roy prontamente confirmou o recebimento, dizendo que responderia na semana que vem.
Quando receber sua resposta, vou postá-la aqui, juntamente com o meu email a ele. Aguardem. E, claro, como disse para Roy, vou levar minha posição ao conhecimento dos demais envolvidos.
