Gente, não se trata de piada, vou logo ressaltando.
Quinta-feira. Chovia. Depois de vencer todos os contratempos... cheguei! Sentia-me contente por vislumbrar as próximas horas de estudo, num lugar sequinho, rodeado de livros. Mas...
"Não há armários (guarda-volumes) grandes", diz a funcionária da recepção da biblioteca da FEA (USP). Posso te dar dois armários pequenos, ela acrescenta.
Hesito. É que meu guarda-chuva é tão grande, que geralmente não cabe no armário pequeno. Mas, por fim, aceito a oferta - minha "sombrinha" haveria de caber num armário pequeno só para ela.
Você tem outro documento?, ela pergunta. Eu já lhe passara uma xerox do meu RG.
Isso é piada? Vou colocar na internet, retruco brincalhona.
Ela ri sem graça, meio nervosa. Havia outra pessoa no balcão, atenta ao que acontecia.
Claro! O pessoal quer rir também... - acrescento.
"Tá bem. Vou te dar uma chave"...
Achei que ela me passava a chave de um guarda-volumes grande que ela estava "reservando"; o número era bem elevado - 160. Funcionários públicos são cheios de esquisitices.
Estava enganada. Era a chave de um armário pequeno e, ainda por cima, rente ao chão.
Volto. Achei que você tinha dito que me daria duas chaves - digo para aquela funcionária com décadas de carreira.
Mas então você precisa me dar outro (mais um) documento - ela insiste.
Isso mesmo. Para cada chave, um documento.
Quem é o responsável pela biblioteca? - pergunto.
Você pode ir naquela porta ali em frente. (Ela fala mal aasim mesmo.)
Era a sala da diretora. Porta aberta, entrei com cuidado. Calmamente, com a voz suave que vocês conhecem, disse-lhe: Achei que era piada. Mas acho que a funcionária fala sério.
O que é?
Relato sucintamente o caso. Não haveria armários grandes. E o pedido de dois documentos.
A diretora acena com a cabeça. Sim, é preciso dois documentos, diz com bastante firmeza na voz.
Ainda com aquela vozinha, contesto: Como dois documentos? Quem tem documento em duplicata?
Ela eleva a voz e é ríspida: Não é problema meu!! Você pode deixar suas coisas no balcão, mas a biblioteca não se responsabiliza.
Rebato: A questão não é essa. Dois documentos...
Ela me interrompe: A questão é que você é que não tem de vir a biblioteca cheia de pacotes. Só com uma mochila ou coisa assim. Se você só tem um documento, só recebe uma chave. - Ela me fita como o faz o chefe da Guarda Suíça em relação à cientista do CERN, no filme Anjos e Demônios, ao apreender o que não poderia... em tese. Vocês lembram? Diante de sua enérgica exigência para que aquele chefe devolvesse o diário de seu colega morto, a cientista (qual o nome dela?) obtém esta resposta: O Vaticano tem suas próprias leis...
E assim é na...
Mantendo a postura, pergunto àquela senhora, que eu suponha ser a diretora: "Qual é o seu nome"?
Ela é previsível de novo. Faz biquinho e soletra seu nome como se eu fosse uma retardada: Dul- ci-neia.
Vou embora.
Para que "criar caso" por causa disso? Sim, ninguém mais cria. Só... eu.
O que eles pensam que fazem? E ainda exortam a inovação em palestras em profusão? Uma delas, sobre o lançamento do carro smart fortwo, começava exatamente na hora em que eu deixava a biblioteca - seis horas da noite.
Vou repetir o patente, para ver se a ficha cai e vocês conseguem enxergar, vencendo a manipulação a que recorreu a Dul-ci-neia: FUI IMPEDIDA de entrar na BIBLIOTECA DA FEA-USP, porque não tinha dois documentos para serem retidos, e não quis largar meus pertencentes sobre a mesa junto à entrada, já abarrotada de mochilas e outras coisas. E a diretora, com toda a veemência, declarou que o problema não era dela - seria, portanto, meu, certo?
Foi um dos contrastes mais inusitados que enfrentei até hoje. Como não consegui entrar na biblioteca - mas a vítima vira ré, e não é só na Uniban... - consultei a agenda de eventos da FEA e fui até o auditório no qual começa a palestra sobre o lançamento do smart car. Em certo momento, foi mostrado o slogan: Só quem desafia o status quo pode mudá-lo. Soltei uma risadinha que ninguém notou. Que coisa!
Sim, vou levar o caso adiante. Até as últimas instâncias.
Por quê? Vale a pena? - pergunta você.
Para você, não vale a pena. Você é muito 'centrado', o que significa, na verdade, egoísta; mente que não desafia o status quo - jamais. Mas, hipócrita que é, vive falando em "mudar o mundo".
Pessoas assim, entre elas a tal diretora, perdem a noção das coisas. Se não, vejamos:
A biblioteca é domínio do público. Ah, é? É. É coisa pública. Então, vem a arbitrariedade, que vira "lei do vaticano". Isso mesmo: um abuso vira "lei" acima de todo o sistema legal previsto formalmente. Tanto é que a FEA não publica no seu sítio na internet que o usuário tem que deixar um documento na recepção para poder entrar na biblioteca (caso porte qualquer bolsa, pequena que seja). Tampouco publica que tal documento... ficará retido até que o usuário devolva a chave do guarda-volumes a ele entregue. Isto é ilegal. E não há antimatéria ocultada neste caso. Por causa de uma simples chave de cadeado barato, a FEA inflige a lei, impondo sua própria. E isso num lugar cujo acesso é público.
E há mais a considerar: por que você não pode entrar com sua bolsa? Pois é. A questão agora é direitos humanos. De pronto, você é tratado como um criminoso em potencial. Se entrar com a bolsa, você vai furtar. E há o sistema contra furtos, aparentemente instalado.
Sentiu o drama agora?
Na FFLCH é a mesma coisa. E em outras bibliotecas do campus. A da FAU - faculdade de arquitetura - também pede documento. Não menciono outras por não conhecer, mas isso não quer dizer que o "procedimento" não reproduza exatamente a mesma loucura.
Dulcineia, a diretora em foco, totalmente perdeu a noção, ignorando tudo o que acabo de argumentar. Sua arrogância reflete tal ignorância. Acoberta-se isso com o autoritarismo. Com o tamanho de sua mesa. Com o "Não é problema meu"! Sim, falta-me pouco para dizer que ela está louca. E estaria errando muito? Dulcineia está tão afiada nas táticas para intimidar, para fazer o outro que questiona - que "ameaça sua autoridade" - sentir-se, ele, o culpado, o não ajustado, que não tem mais escrúpulos, senso da realidade.
Não são poucos os usuários da biblioteca que moram em outras cidades. Viajam a São Paulo, para fazer pesquisas. Mas Dulcineia não quer saber. Você é que não pode ir à biblioteca com pacotes! Ela pode fazer o que faz. E nem consegue mais ensaiar... um pequeno autoquestionamento. Loucura é diferente disso em quê? Sim, você que aceita tudo, está no mesmo caminho. Mas acha que a louca sou eu.
Para começar, vou levar isto ao conhecimento do diretor da FEA. Não vou mencionar a ilegalidade - ele está 'cansado' de saber disso. Mas vou apresentar esta questão: Que tal manter um ambiente digno e afinado com o que se propala ensinar na FEA, especialmente em termos de cidadania e inovação?
Vou fazar isso porque, claro, estou apostando que o diretor da FEA não é mais um aloprado. No caso da Dulcineia, dei-lhe simplesmente as costas - não havia mais o que fazer.
Cruel, mas é a verdade.
Much of the discourse all around is power-oriented. Our texts, rather, will be appreciated by those brave enough to leave the good life of obedience in order to grow and take risks for the benefit of a multitude of others. Welcome! PORTUGUÊS acesse "apresentação do blog" abaixo
Wednesday, December 2, 2009
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'-ERS' FELLOWS: LOVERS OF IDEAS; EXPLORERS OF THE SUBLE; THINKERS AND WRITERS OF INEXHAUSTIBLE PASSION. ULTIMATELY MINDERS OF FREEDOM.
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