"Tá cheio de bêbados por aí".
Foi a resposta que obtive de um oficial da Guarda Universitária, quando lhe pedi que perseguisse e parasse "aquele carro que vai logo ali na frente. Só não atropelaram uma garota, porque gritei na hora H".
Após dar aquela resposta, me dispensando e desprezando o assunto, o oficial saiu da viatura, deixada bem próxima do ponto de ônibus, e caminhou ao longo da Av. Luciano Gualberto, não sei para onde. Eram quase onze e trinta da noite, ontem.
Eis outra demonstração de que "lei" na Cidade Universitária... é outra história.
Estamos bem projetados internacionalmente - em todos os sentidos. Minha cidade natal ganhou... mas não festejei. É o mesmo que fazer parceria com o crime organizado. Tudo no Rio só acontece com o sinal verde do crime organizado. Ou qualquer coisa que seja não acontece, caso o crime não queira.
Voltando aos motoristas brasileiros, a projeção internacional é também notória. Em matéria especial, intitulada "BRAZIL", publicada em 7 de julho, o Financial Times alude a nossos "motoristas fora-do-meu-caminho".
Para onde quer que você olhe, no país, o velho Brasil está presente: em suas estradas dilapidadas - e infraestrutura de outra sorte -, seus motoristas fora-do-meu-caminho, a ameaça de crimes violentos e a aceitação de suborno na vida pública.
[Everywhere you look in the country,
the old Brazil is present: in its dilapidated
roads and other infrastructure, its out-of-my-way drivers,
the threat of violent crime and the acceptance of
graft as normal in public life.]
Contudo, o artigo conclui que o Brazil, como único no mundo, é onde especulações sobre recuperação pós-crise fazem sentido. Eloquência total ao afirmar que temos um "mercado doméstico com o qual nossos rivais não podem nada além de que sonhar com ele".
[But if talk of green shoots makes sense anywhere in
the world it is in Brazil, an emerging world leader in
farming, mining, oil, even investment banking, and
with a home market its rivals can only dream of.]
E a outra conversa imperiosa... aquela sobre sustentabilidade? No final, o que conta, ainda, são as cifras, puras e simples.
