Thursday, September 3, 2009

USP - O que rola na sala pró-aluno da "Sociais"

Na USP, outra coisa de "matar" é a sala pró-aluno (laboratório de informática, na terminologia mais usual), justamente da Faculdade de Ciências Humanas.

Primeiro, alerto que tão negativa avaliação não é motivada pelas instalações ou equipamentos - apesar de as ocorrências de defeitos serem bastante frequentes.

O "de matar" está associado às pessoas, aos usuários e monitores da referida sala.

Quanto a isso, começo apontando a falta de educação. Nunca constatei tanta gente de nível universitário com tanta falta de modos. E estão em curso da área de Ciências Humanas...

Ainda, aquele pessoal é de uma falta de flexibilidade, de proatividade, de senso gerencial absolutas.

Ilustrando: de tanto rodar pela sala - um dia um computador, depois, outro. Cada um com um problema: ou era o mouse. Ou o drive de CD que não abria. Ou a falta de espaço entre as bancadas, o que, dada também a tal falta de educação, implica ser incomodada cada vez que alguém passava atrás de mim, sentava-se ou levanta-se.

Quando não era nada disso, era o ar condicionado direcionado de tal forma que eu congelava em três minutos. Ou o ar condicionado, acima de determinado computador, desatava a pingar profusamente. Sim, em cima do computador também.

Finalmente, experimentei um computador e, ali, consegui trabalhar por longas horas. Mas... ele fora designado "computador de uso rápido", um num conjunto de seis computadores.
Pô.... Tal significava que eu não poderia usar o equipamento mais de quinze minutos. Gente!

Bem, acho que tive, no fim das contas, alguma sorte, aliada a todas as qualidades que faltam nessa turma de jovens muito chatos e roda-presa aqui. Fui ficando, ficando. Claro, fui alvo de agressão por monitores intransigentes: "Por que você não usa qualquer um dos outros computadores que não são de uso rápido"??

E não adiantaria explicar.

"Vamos trocar? Abra outro como de "uso rápido", para ficar no lugar deste que eu estou usando".
Nâo. O monitor ou monitora ~rebatia: "Nâo pode"! daquele jeito bem autoritário, como se houvesse de fato algum impedimento para tal.

Não, gente, não há impedimento nenhum. A designação de computador de "uso rápido" é tão somente arbitrária.

Aguentei isso durante todos esses anos. Hoje, neste instante, resolvi desabafar, porque o monitor que está aqui agora acabou de me dizer aquele "Não pode, moça"! O cara usa uma trancinha no cabelo, e ostenta olhos arregalados atrás de óculos, transbordando de ansiedade (ele, não os óculos).

A agressão é ainda mais notória na hora que chega o horário de fechamento da sala (bem mais cedo do que o das salas análogas em outras unidades da USP): 21 horas. No Instituto de Física, onde o clima é totalmente outro, o funcionamento vai até 23h.

Os monitores começam a mandar mensagens pela rede avisando, com antecedência que pode chegar a quarenta minutos, do fechando da sala. Uns mandam as tais mensagens com tanta insistência que não se consegue mais trabalhar, porque é preciso dar ok para aquilo sair da sua tela e libertar o equipamento para o que estava em andamento.

O zelador do prédio - o tal Soares - é de uma pontualidade que desbanca a britânica. "A sala fechouuuu, gente"!!! diz ele como um comandante do exército. Semana passada, a monitora negra ria com deboche porque eu não conseguia salvar um trabalho monstro, sobre o qual me debruçara o dia todo, sem sequer lanchar, que dirá almoçar. Detonaram a entrada de pen-drive, eu acabara de descobrir. E o Nero entrou em looping, o que não era novidade. A monitora foi dispensada pelo Soares - "Pode ir para a aula". Mas ela disse: "Vou esperar". E ficou do meu lado, ameaçando meter o dedão, enquanto o email processava a anexação do arquivo monstro, o último recurso que me restava. Como o arquivo era muito pesado... Pois. A monitora ficou ali, ao meu lado, com o deboche, em vez de ir para a aula. E o Soares ainda deu apoio - "Ela pode faltar com o respeito porque ela é a monitora". Sim, foram estas as exatas palavras desse funcionário público da USP.

O funcionário que abre a sala, de manhã, ao contrário, é uma graça. Raridade total por estas bandas. Sempre nos cumprimentamos sorrindo. No dia seguinte à ocorrência com a monitora negra, não sorri de volta. E ele estranhou. Disse-lhe, quando ele abriu a sala como o atraso de praxe: "Você conhece o seu colega da noite? Sabe como ele trata os usuários quando dá o horário de fechar a sala? Você deveria tomar um café e conversar com ele".

Monitores já chegaram a desligar o computador no dedão, não importa o quanto você explicasse que só faltava enviar um email, etc. "Eu avisei"!!, disparam. E isso justifica tudo, para essas mentes nada superiores.

Tenho trauma de algumas vezes em que deu "pau" e não consegui salvar ou terminar outra tarefa até o horário. Cheguei até a chorar - sim, chorar, gente, eu! - diante da tremenda pressão e grosseria dos monitores, repito, universistários que desempenham aquela função de monitores, em troca de remuneração. E Ciências Humanas, detalhe.

No fim da tortura, conferia o relógio: tinham-se passado apenas dez minutos. Um desses loucos, por causa de nove minutos, chegou a me ameaçar: "Você não vai mais usar esta sala"!!
"Eu só preciso apagar meus arquivos", eu expliquei. Tive que reinicializar o computador, porque ele metera o dedão (desligando o computador). Ele esbravejava: "Não precisa apagar; os arquivos são deletados automaticamente quando o computador desliga". "Eu deixei em lugar onde eles não são apagados". "Moça, eu sei o que estou dizendo", a besta humana cuspia sobre mim. "Saia"! Tremendo, eu insisti e, por fim, apaguei, mas saí da sala num estado como se tivesse sido assaltada.

E quanto ao horário de abrir? Pois, acreditem, a sala NUNCA abre no horário. Talvez duas vezes no ano todo. Mas não mais do que isso. E os atrasos menores são de VINTE MINUTOS. O normal é de meia hora, quarenta minutos.

Sabe o que o monitor da noite diz quando você fala do atraso na abertura: "Nâo tenho nada com isso"!

Por tudo isso, quando não perco o humor de todo, resmungo: "Isto não é pró-aluno; é pró-nervos"!

Cheguei a escrever longa carta (email) para a diretoria do CCE, que todos diziam ser o órgão supervisor dessas salas. Obtive uma estranha resposta que alegava que não, o CCE não era responsável, e até hoje o tal responsável não apareceu...

Bem, nessa gente está o futuro das Ciências Humanas... no Brasil, ao menos.

Grata pela atenção, leitor. Porque desabafar sempre faz bem, não?

Até a próxima!

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