Manchete nacional do dia: fumo em lugares fechados banido em São Paulo.
Há dias, carrego um recorde do jormal com o anúncio de uma espécie de sindicato. Queria comentar a respeito. Não o fiz. Hoje, é o dia mais oportuno para tal, já que o referido anúncio fazia campanha para o não banimento. O que me levou a separar o anúncio não foi a simples contrariedade à medida que era estudada no legislativo, mas os argumentos apresentados.
Pronto. Catei o anúncio do meu arquivo ambulante. É da Federação dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro e Similares do Estado de São Paulo. É assinado pelo seu presidente, José Ferreira Neves, e foi publicado no domingo retrasado, 29 de março, na Folha, segundo constatei. (Deve ter saído no outro grande jormal também, se não ainda em outros veículos.)
A principal alegação é a de que o banimento não deveria ser aprovado porque os negócios nos estabelecimentos ligados a tal federação seriam reduzidos - e, ressalta o anúncio, "a CRISE da economia mundial vem afetando principalmente o nosso setor".
Imaginem que o governo decida educar os motoristas, de modo a diminuir a poluição, no mais hoje corriqueiro espírito de salvar o planeta. As arrancadas e freiadas bruscas, o comprometimento do funcionamento do motor, resultando em maior emissão de gases, entre outros fatores, teriam sido finalmente considerados inimigos do ambiente e a orientação aos motoristas traria alterações comportamentais esperadas e menos danos ambientais. Pois bem. Agora imaginem que uma associação condene tal medida do governo, alegando que "simplesmente o nosso setor de mecânica de veículos automotores não pode arcar com a redução no número de atendimento nas oficinais que tal medida acarretaria, ainda mais diante da crise econômica mundial".
É isso o que o anúncio de José Neves faz. Não dá para deixar o ar tão limpo. "Sim à restrição, não ao banimento!", diz o título do anúncio. Não dá para respirar tão bem porque empregados serão demitidos (os fumantes) e os locais "atingidos" serão menos frequentados.
Enfim, como se dar ao luxo de zelar pela saúde geral se estamos, ainda por cima, em crise econômica mundial?
Mas isso não é tudo, não. Pasmem. O penúltimo parágrafo antes da conclusão menciona um estudo que teria sido realizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), nesta cidade. Título da pesquisa: "O valor do cigarro e do consumidor fumante para bares e restaurantes de São Paulo". O anúncio faz questão de estampar que a conclusão do estudo foi: "um fumante paulista deixa, ao longo de um mês, R$ 69,60 a mais que um não fumante nos bares, padarias e restaurantes". (grifos nossos)
No último parágrafo, o anúncio mostra estatísticas sobre estabelecimentos fechados após o banimento, bem como dados de redução de postos de trabalho, vendas, faturamento e número de clientes nos estabelecimentos em foco, na Inglaterra e Escócia, sem jamais apontar períodos, unidades de tempo. Ou seja, lê-se, por exemplo, que houve uma redução de mais de 65% no número de empregados, mas não é dito quando ou ao longo de que período (um mês, dois anos, etc.) tal se verificou.
Por fim, o texto publicitário exclama: "Não podemos arcar com essas reduções no nosso setor!"
Por que ficaram quietos com a lei seca? Dá para arcar com tanta redução de cirurgias em virtude de acidentes? Com tamanha redução de funerais? Etc. Etc.
Agora, espero ansiosa para que, finalmente, seja banido o fumo das ruas. Até lá, vou usar máscara protetora - aquela protegendo o nariz e a boca. Só quem não fuma sabe o que é sentir o cheiro da fumaça medonha - desde longe. Pior, sabe o que é ser agredido com uma nuvem asfixiante e fedorenta, de repente, sem mais nem menos, que lhe jogam nas "ventas".
Much of the discourse all around is power-oriented. Our texts, rather, will be appreciated by those brave enough to leave the good life of obedience in order to grow and take risks for the benefit of a multitude of others. Welcome! PORTUGUÊS acesse "apresentação do blog" abaixo
Wednesday, April 8, 2009
Sem fumo? Federação grita: Não podemos, não. Os fumantes consomem mais e estamos... em crise!
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'-ERS' FELLOWS: LOVERS OF IDEAS; EXPLORERS OF THE SUBLE; THINKERS AND WRITERS OF INEXHAUSTIBLE PASSION. ULTIMATELY MINDERS OF FREEDOM.
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