Tuesday, January 6, 2009

Santo, eterno antissemitismo

referência: O menino do pijama listrado

 questão: Quantos padres sabem o que eles estão de fato fazendo, ao erguer aquele cálice durante a missa e declarar: "Esta é a nova e eterna aliança"?

 

Acabara a sessão e ouvi uma mulher disparar para seus acompanhantes: "Por que um filme bom só está passando aqui ou às 11 da ma-nhã...?"

Trata-se de lançamento. Algo está tão evidentemente errado que até gente bem comum notou.


Que democracia faz com que um filme novo só seja exibido em um dos espaços Cinemark? E apenas com uma sessão diária, seja qual for o dia da semana? E a sessão única é no "ótimo" horário das... onze e quinze da manhã!

Coisa de democracia... santa. Não interessa a um certo grupo muito, muito santo que as pessoas se conscientizem do antissemitismo. Isso porque, meus caros cinéfilos, tal grupo santo é o principal responsável pelo antissemitismo, que quer dizer discriminação específica aos judeus.

Muita gente declara que tal grupo "não tem mais tanto poder" - gente que não pensa, só compra ideias de massa, ou dogmas, ou catequeses.

Bem claro: Igreja Católica Romana - foi dela que partir o antissemitismo. E é graças a ela que ele não acabou e nem vai acabar até que...


"Tempos de Hitler", lamentava outra senhora; esta assistira à mesma sessão que eu. Por pouco não me intrometi para retrucar: "Quem colocou Hitler no poder foi a Igreja Católica". (E quem colocou a atual chanceler alemã, também.) 

A perseguição da Igreja Católica aos judeus não começou durante a Segunda Guerra. Começou muitos, muitos séculos antes.

Ser padre
Um dia, enfim, me perguntei sobre a organização que me fazia dizer um amém atrás do outro. Deixei de ser católica. Isso foi há alguns anos. 
Se fosse um padre, deixaria a batina. Não seria eu mais um monstro, ainda que distante dos fornos humanos e em trajes  imaculadamente alvos para me fazer parecer um anjo.

Quantos padres sabem o que eles estão de fato fazendo, ao erguer aquele cálice durante a missa e declarar: "Esta é a nova e eterna aliança"? 
Não Antonio. Esse é o nome de um padre - ele foi meu último padre.

Antonio, alucinadamente, declarou duas vezes, no mesmo sermão, um dos últimos que eu ouvi: "Antes havia o povo de meras criaturas; agora há "os filhos de Deus", graças a Jesus Cristo, ou seja, graças ao messias recriado pela igreja dele. Um messias que "cumpre todas as profecias" e declara extinta a aliança da tradição judaica. Claro, um frankestein teológico, fruto de ambição desmedida


Pe. Antonio, "Esta é a nova e eterna aliança" significa... - antes de completar, quero reconhecer que estou prestes a chocá-lo. Por quê? Porque o que eu direi não corresponde ao que você ouviu no seminário. 

Geralmente, entra-se no seminário muito jovem. Jovens não são inclinados a se tornarem monstros. Soubessem vocês, seminaristas, a verdade, iriam embora!

Um seminário, contudo, não é um lugar para descobrir a verdade, mas para se corromper de vez. "Vocação" para toda a vida.

Voltando agora a "Esta é a nova e eterna aliança"... - Antonio e inúmeros outros sacerdotes pronunciam essas palavras teatralmente, arrastando a fala, mas sem saber o que representam de fato. Tal enunciado é uma declaração cabal de fim ao povo judeu. Sim! Na santa missa! Quer ocasião melhor para enraizar o ódio, a repulsa, o "mero" preconceito que seja?

Repassando:
Antes havia o povo de Deus. Mas eram meras criaturas. Hoje há a família de Deus. Somos filhos de Deus e não meras criaturas, graças a Jesus Cristo! Pe. Antonio disse isso no sermão da missa vespertina de sua paróquia, no bairro mais rico de São Paulo, em 12 de junho de 2005 (domingo).

Em muitos e muitos sermões, e fez exatamente isto: se declarou que os judeus eram "menos" e daí para baixo.

Nova e eterna aliança... Em nome de Jesus Cristo, o filho de Deus. Então, o "único filho de Deus" é a peça principal do extermínio de um povo?


Tenha um choque. Por que você não pode ter um choque?

Aula proibida
Se você ainda está aí, lendo isto, merece que eu seja professoral a partir de agora, explicando tudo bem devagarinho.

Se você considerar a Bíblia, vai lembrar que há duas partes: o "Antigo Testamento" e o "Novo Testamento". Testamento é um erro - erro de tradução. O certo seria "aliança". Portanto, temos a "Antiga Aliança" e a "Nova Aliança". Como vocês devem saber, a "Antiga Aliança" é a parte anterior a Jesus Cristo; a "Nova", a que se estabelece com ele. Isso é a catequese. Ou a teologia do seminário.

Estas coisas - catequese, seminário - são destinadas a corromper para o resto da vida. Vou justificar agora essa afirmação. Elas corrompem porque, além de omitirem a verdade, criam uma distorção, trazendo até figuras sagradas para o "bolo". Tudo isso com o objetivo de tornar algo absurdo, chocante, em algo tão "natural", como Antonio ele mesmo julgou natural dizer o que disse no dia 12 de junho de 2005, e ainda por cima durante o sermão de sua missa dominical.

Isso não é ter sido corrompido? É. Mas você já viu um corrompido admitir que está corrompido?

Justamente! Tudo lhe parece "normal" por estar corrompido, sem estar ciente disso. E é assim que ele corrompe outros, em nome de sua 'vocação'. E sempre com Deus na boca.

Vamos retomar minha "aula".

Eu acabara de definir Antiga e Nova alianças segundo a teologia, o que pareceu muito "normal", além de "correto". Onde está a distorção e a omissão? Vejamos.

Antiga Aliança - por que antiga? "Por causa de Jesus Cristo"!, disparam, disparam mesmo, velozmente, os santos; os fiéis; os "entendidos". Os inteligentes e, portanto, humildes, vão mais devagar...

Não foi "Jesus Cristo" quem criou essa história de que a aliança dos judeus com Deus tinha "acabado". Quem foi? O clero romano...  Vamos deixar isso assim, simplificado, por enquanto. Foi a turma do catolicismo. Criou a história por ambição, poder.

No dia de Natal, os católicos leem a passagem do Êxodus como se fossem aquele povo ali retratado. Patético. Mais patético ainda é ainda haver - por milagre - o verdadeiro povo, dono original do livro do Êxodus, aliás, um dos cinco livros da Lei Judaica que foram parar no livro sagrado... cristão.

Todos os cinco livros da Torá (a Lei Judaica) foram parar na Biblia compilada por aquela turma do clero católico romano. Hoje são também os cinco primeiros livros... da Antiga Aliança (Antigo Testamento).

E o que se faz com o verdadeiro povo, o original, se nós, a turma católica, tomamos a aliança para nós? Duas alternativas: convertemos eles todos. Ou... fim a eles. 


Imagine que você é um judeu. Sua instrução foi outra. A judaica. Aí, você TESTEMUNHA que uma turma inventa um messias, para ficar com a aliança de que você ouviu falar desde que nasceu (agora, um judeu). Você iria se "converter" e passar a seguir e acreditar em tal "Cristo"?

Sim, alguns são safados mesmo. Mudam de lado como quem muda de camisa. Mas a maioria rejeitou, até a morte, o Cristo. E a turma católica espalhou esse "desatino" dos judeus - de "rejeitar o Salvador" - por todo o universo!

Os padres apontam o momento em que repetem tal declaração relativa à "Nova e eterna aliança" como o auge da missa. O arcebispo de S.Paulo fala em herança. Segundo essa visão diplomática (conveniente em dado período), a Lei Judaica foi parar na Bíblia cristã por... mera herança. 

Ora, os judeus, especialmente os ainda mais esclarecidos, toleram essa distorção também por conveniência, por terem interesse em manter o "diálogo". Herança implica um vínculo previsto, e nem na interpretação mais destrambelhada da História a Lei Judaica passou para os cristão tal qual uma herança passa. O Antigo Testamento, essa inserção na Bíblia, é um dos indicadores mais visíveis do fenomenal e multisecular (quase ouso dizer "eterno") enfrentamento entre o clero romano e os judeus. Um 'visível" que quase ninguém vê, por obra de catequeses e seminários.

Quem levou a melhor nesse enfrentamento? Vá a missa e a resposta ficará particularmente cristalina para você.

A lorotinha diplomática da "herança" caminha lado a lado com sermões antissemitas, como os do Pe. Antonio.  Muitos são os ainda convencidos de que herdarão o Reino do Céu. 

Abri mão dessa "herança" e escrevo com a esperança de, enfim, deixar por aí um punhado de lúcidos. Não vai ser fácil, eu sei.



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