Resposta ao artigo de Luiz Felipe Pondé, de 29.12.2008, Folha, p. E10.Título: Deus.
Sabe, Pondé, sua gripe de cão não o ajudou em relação a Deus. As tais "portas para percepções incomuns" parecem preferir as artimanhas clássicas. E sua teologia, "disciplina essencial", não está entre tais recursos das religiões antigas, que fazem do cristianismo "antigo" uma reles criança mimada.
Mas você foi capaz de enfrentar algumas verdades. O Cristo antigo é um horror. É também verdade que ele não foi inventado apenas para o consumo moderno, mas para o consumo de todas as épocas, de todos os povos. E consumo pesado, certinho, definido, dispensando as portas da percepção, porque a cruz estaria sempre na cara; em toda e qualquer cara.
Por isso mesmo, era impossível adorá-lo. Mas "as boas causas" se multiplicaram como jamais imaginado. Não foi preciso adorar tal indigesta invenção, mas fingir que acreditávamos nela.
Quem dera fôssemos retardados assustados! Então, seríamos capazes de insistir nas preces intermináveis, em vez de substituí-las por um credo teológico, que não entendemos e jamais entenderemos mas, como não somos retardados, fingimos que tal não importa.
Como pessoas inteligentes, devemos ter paciência com os que não conseguem ver que o "Cristo clássico" é fruto do maior ciúmes da História; que ele é reconstrução sofrível do messias de uma tradição mais antiga; que disputou o poder e, então, ousou substituir uma aliança com Deus - mais do que clássica - por uma aliança costurada às pressas, adulterando-se - e de forma desastrada - livros e textos que valiam a pena ser lidos antes de viraram o Novo Testamento, a pobre coletânea da Falsidade que a teologia metida à besta tratou de empurrar goelas inteligentes abaixo. Deus!
Você chamaria toda essa indecorosa estratégia que a Bíblia representa de mais uma "boa causa"? Pois deveria, para não trair seus colegas.
Todo o seu artigo ficou na "palavrinha", que embaralhou um punhado de ideias convencionais, fracas até para uma novela das oito. Deus aparece no título, mas tantos graúdos tomaram as linhas - no lugar do "sério" -, que Deus, posso eu também agora jurar, foi parar na UTI desta vez.
Como uma luva: "Bobagens desse tipo, cheias de glamour, são repetidas ao sabor da ignorância comum. Mas devemos ter paciência..."
'Deus' no título não implica, necessariamente, capacidade. Mas se ganha dinheiro com tudo; basta chegar a ser um colunista da Folha, após cultivar a arrogância que parece sempre acompanhar os estudos teológicos "clássicos". Prefiro as poções mágicas, claro.
Defender o "Cristo clássico" não pode ser "falar sério"; é prova de se estar engessado - e são muitos os que se sentem bem nesse estado de obtusidade. Não se lembra você de Jesus e Javé, de Harold Bloom?
Foi só ganhar dinheiro novamente, defendendo, com uma aparente resenha séria, a 'teologia' ridícula? Então, você perdeu, Pondé, uma ótima oportunidade de aprender.
A indústria teológica que você representa é pior do que a "de vanguarda" - é bem mais arrogante. Que Deus, um dia, a carregue.
Resposta ao artigo de Luiz Felipe Pondé, de ontem, 29.12, Folha, p. E10.Título: Deus.
Mariangela Pedro
30/12/2008
mariangelapedro@ yahoo.com
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Tuesday, December 30, 2008
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