Todos, roga a Deus a Igreja de Roma, devem ter a liberdade de crer... no que ela determina. Todos devem ter a possibilidade de participar da “universalidade” na qual ela persegue - ainda e sempre - a liderança única e absoluta.
Essa defesa da liberdade é duplamente hipócrita, já que vem acompanhada – além do flagrante benefício próprio – de algo que a Igreja de Roma não ousa incluir no item “Orações dos fiéis”, nas missas, mas é com afinco adotado por ela: o direito que confere a si de eliminar todos os que se atrevem a exercer também a liberdade. Assim, a liberdade é para quem pode, e pode ainda, "humildemente", pedi-la a Deus.
Não aceitar a "vocação", a mediocridade que satisfaz a maioria, incomoda a Oligarquia, apesar de quase ninguém ser capaz de seguir o modo mais belo de viver.
Tal oração pela liberdade, para autobenefício, não é especulação; é exatamente o que constou do folheto da missa “O Povo de Deus em São Paulo”, de domingo passado, 9 de novembro, como uma das Orações dos Fiéis. Ei-la:
Que não falte à Igreja a liberdade de culto e de expressão, a fim de que possa propagar o Evangelho de Cristo a todos os povos e celebrar com liberdade a redenção. (grifos adicionados)
Claro que sua “celebração da redenção” irrita muitos, e não é à toa. Ainda assim, a Igreja recorre, em oração, à batida liberdade, para legitimar também... o irritar.
Que, então, fique finalmente bem entendido que esse “Evangelho de Cristo” soterrou as palavras que, nos textos do Novo Testamento, cultivavam a genuína universalidade, que não é a hegemonia de um governante, mas resultado de um estado de humanidade, que dele já nos julgamos incapazes, de tão enfraquecidos e corrompidos.
Para quem ainda faz de conta que “não entendeu”, uma segunda chance: a eterna ambição da Igreja por hegemonia está também registrada na quarta das orações dos fiéis daquele folheto, igualmente em palavras aparentemente inocentes, que fiéis apáticos, de todo modo, jamais analisam:
Que a totalidade da humanidade reconheça sua vocação para constituir o Corpo de Cristo, que é sua Igreja, habitando no único Templo de Deus na terra, que é Jesus Cristo. (grifos adicionados)
Explicando, já que sua leitura é o mesmo que nada: sua submissão, leitor, recebe o nome de vocação. Se você não se submete, está renegando sua vocação para habitar Jesus Cristo, o único templo de Deus...
Com esse lero lero, caso você decline do Evangelho de Cristo, será facilmente rechaçado por todos os de “vocação”, cheios da "fé melhor". Rechaçado é o mínimo.
Esta demonstração toda é, principalmente, para que parem de me olhar com superior desdém quando desabafo, afirmando que a única coisa que me atemoriza no mundo é, precisamente, essa “Igreja de Cristo” que, com esse espírito de domínio absoluto, custe o que custar, criou a eucaristia de Cristo.
Para extermínios, ver, por.ex., a história da comunidade dos cártaros, de Languedoc, sul da França, eliminada do mapa pela Igreja de Roma.
Quem precisa de mais shibboleth?
Mariangela Pedro
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Friday, November 14, 2008
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'-ERS' FELLOWS: LOVERS OF IDEAS; EXPLORERS OF THE SUBLE; THINKERS AND WRITERS OF INEXHAUSTIBLE PASSION. ULTIMATELY MINDERS OF FREEDOM.
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