Segundo a versão da polícia para o público, Marco Matsunaga, neto do fundador da Yoki, foi assassinado no dia 19 de maio. Essa data, contudo, está equivocada.
Ele foi morto depois do dia 20; só uns poucos sabem quando exatamente. Pode ter sido dia 23, exatos dois meses atrás. Dia 24, a Yoki foi, depois de longa e sinistra negociação, dada "definitivamente" como vendida para a poderosíssima General Mills.
Não há memorial nesse caso. Ninguém do "coletivo" se lembrou. A mídia está com os cofres empanturrados da venda do sensacionalismo, e não quer mais mexer nisso, para não "ficar perigoso". Resgatou o malgrado voo da TAM com a inauguração de seu cemitério-memorial. Isso me fez perceber que a dor que pode ser lembrada e relembrada publicamente, até mesmo muitos anos depois, é coisa para um certo segmento.
Isso também remete ao artigo publicado ontem no Estadão/Aliás, "Ausentes presentes", de José de Souza Martins, que pretendemos comentar em postagem só com esse fim. Aqui, é renovar o equívoco planejado que se enfiou pela goela do Brasil abaixo. E o povo, em vez de se engasgar, ou mesmo se asfixiar, sorveu tudo a goles largos.
Elize não é "a esquartejadora", como O Estado de S.Paulo, que decepção!, passou a alardear. Se ignorância merecesse esquartejamento, não sobraria quase ninguém nesta terra de santa cruz. Alguns que não são ignorantes, simplesmente não prestaram atenção bastante para perceber toda a manipulação e a violação brutal de direitos humanos, que o Brasil não vai querer assumir jamais, para não ficar mais desgraçado do que o Irã.
Eis o comentário postado por nós em outro site hoje; site que o Google nos entregou em primeiro lugar, quando buscamos "marco matsunaga":
Todo o esforço - que deu certo - foi para fazer de Elize um bode expiatório. Nas investigações da própria polícia, antes de Jorge Carrasco tomar o caso para si (só quinze dias após o desaparecimento do executivo), os suspeitos eram policiais militares, o que levou o comando da PM a exigir que o caso ficasse em sigilo. Sigilo em tempos de Lei de Acesso à Informação... Carrasco então entra em cena e cria o crime passional.
Ainda segundo aquelas investigações iniciais, que vieram à tona nos jornais de 05 de junho, Marcos foi visto pela última vez no domingo 20 de maio, após deixar o prédio em que morava, e não no sábado 19, entrando no prédio, como foi posteriormente recriado com base em vídeos editados, para convencer o público de que o crime foi passional.
Marcos, CEO da Yoki, desapareceu no dia 20. Dia 24, a venda da Yoki para a General Mills - meses antes já anunciada pelo Estado de S.Paulo e pela Veja (veículos que cito por ter encontrado as matérias, o que não exclui ontros comunicados) - foi divulgada no site da portentosa empresa americana.
Dia 5 de junho, o Estado fala, num canto de página, de "processo de venda conturbado". Veja, na pavorosa edição "Mulher fatal", declara que não há nenhuma relação entre os fatos (venda e assassinato) porque o neto do fundador da Yoki "não tinha nenhuma influência" na empresa, e não era CEO, mas um "diretor de exportações". Veja, em fevereiro, dois meses antes do crime, publicou que a Yoki "não tinha sucessores".
Temos um caso gravíssimo de violação múltipla de direitos humanos, levado a cabo pelo Departamento de Homicídos e Proteção à Pessoa (DHPP) e cumplicidade da mídia. Os procedimentos de investigação policial foram gritantemente falhos.
A perícia do IML, que saiu após ter-se chegado ao ponto de 'clamor popular', necessário para empurrar Elize para júri popular, desmentiu a reconstituição conduzida por Carrasco pela madrugada de feriado nacional adentro. Nessa ocasião, o próprio Carrasco declarou que Elize não tinha advogado e que aquela reconstituição confirmou todos os termos da confissão de Elize. Quando o IML desmentiu o que Carrasco aprovara, a Folha de S.Paulo passou a publicar que a versão desmentida era da "defesa" de Elize que, repetimos, sequer existia quando daqueles procedimentos.
A defesa de Elize só surgiria após o clamor popular. O advogado Santoro não tocou em nada que se referisse à autoria e circunstâncias do crime, limitando-se a discutir as motivações, o escopo do futuro júri popular.
Calcado no clamor popular, Carrasco sequer fez a reconstituição da desova, alegando "mau tempo". Não se passaram mais que 24 horas após a publicação da perícia do IML para que a polícia denunciasse Elize para o Ministério Público. Uma agilidade singular. E isso apesar de tal perícia desmentir toda a versão... da defesa de Elize, que, na verdade, foi a versão de Carrasco.
A policía não apresentou a arma, a faca do esquartejamento, nenhuma das malas, e a reconstituição se comprovou furada ou inexistente (a chuva logo parou, mas a polícia esqueceu-se da reconstituição externa, o que coincidiu com o sumiço de Carrasco de cena). . O elenco de pessoas ouvidas é ridículo. E, exceto pelo reverendo da igreja, é anônimo e sigiloso. Ninguém viu a tal amante, nem mesmo os advogados, agora incluído aí Santoro. O depoimento dela foi antecipado e sigiloso.
Há mutos mais elementos que demonstram o equívoco de todo esse muito grave episódio de se montar uma condenação popular da viúva que ficou socialmente vulnerável com a perda do marido, por ser de origem muito humilde. Para saber mais, volte à página índice do caso.
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Monday, July 23, 2012
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'-ERS' FELLOWS: LOVERS OF IDEAS; EXPLORERS OF THE SUBLE; THINKERS AND WRITERS OF INEXHAUSTIBLE PASSION. ULTIMATELY MINDERS OF FREEDOM.
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