Brasil - quem apoia a cultura corruptora - 1

Que início de semana!

Assim que a biblioteca da Faculdade de Educação da USP abre, um homem 'afro' toma o primeiro computador da sala - o único que funciona bem. Entra no you tube e começa a ouvir o album '1500 strokes'. A 'pancadaria' - é assim que tal som é processado por mim - é ouvida, apesar dos fones. Só eu estou ali, além dele.

O sujeito finge não ouvir minha reclamação. Vou até a bibliotecária ("Sandra" estava sobre a mesa) e ela é a Burocrática:
- Já falou com ele?
- Já. Fingiu não ouvir.
- Não sei qual é a necessidade dele. Mude para o último computador.
- Eu já estou no último!
- E ainda assim incomoda?

E fica por isso. Ou seja, ela deixa assim. Eu, não.
A bibliotecária, frisemos, ignorou minhas necessidades, as óbvias. Além disso, não quis saber do ônus que eu teria em mudar de computador - e reabrir/refazer tudo o que estava em andamento. Não sei se "Sandra" correspondia mesmo ao nome dela, mas ela era uma mulher - que discriminava outra, em relação a um homem. Algo ainda muito comum.

A diretora do SIBi - Sistema Integrado de Bibliotecas da USP - tem feito considerável exposição pública do que seriam avanços. Avanços de ordem digital. No local das bibliotecas, porém, a 'tragédia' ainda impera.

E hoje, para mim, extrapolou.

A pancadara ainda prossegue, duas horas depois do início. São 10h30.
Descobri a "necessidade" do sujeito de ouvir tal pancadaria no youtube quando ele se ausentou por mais de quinze minutos e largou tudo aberto no computador.

Antes de se ausentar, ele ainda teve necessidade premente de gargalhar. Sim, dar risada. Isso começou logo depois de eu ter falado com "Sandra". Diante da reação dela, enviei email para a bilbioteca, dirigido à sua diretora. Talvez a mensagem não chegue ao conhecimento dela, já que talvez uma amiguinha da Sandra (ou ela mesma) seja a encarregada de ler os emails. Tuitei para o SIBi. Isso é bem mais eficaz, claro, graças justamente à tecnologia que o próprio SIBi anda alardeando.

Tais gargalhadas do sujeito não foram tão altas quanto o ruído da trilha que ele não para de ouvir. Mas provocaram, nâo?

O pior é que posso prever as medidas que se seguirão: vão tirar a internet da biblioteca. É assim que um sistema autoritário - mesmo que declarada e oficialmente voltado para a educação - procede. Por causa de um, punem todos. A bibliotecária Sandra não será reorientada, advertida ou punida. Longe disso, será apoiada. Acobertada, melhor dizendo. A tecnologia nada pode contra o arraigado corporativismo. Se nem mesmo a Educação produz efeitos!...

A tecnologia mascara a Burocracia autoritária.
A cultura mascara grupos essencialmente avessos à interação com outros. Entro agora no outro tópico do dia: o judeu chega à prática brutalmente discriminatória contra outro, também judeu, sob o pretexto de que uns são ortodoxos, outros não. Uns são filhos da mãe mais judia; outros são filhos da mãe conversa e, assim, menos judia. Assunto desenvolvido em outra postagem de hoje.

Teremos uma semana, tudo indica, árdua.

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