Diante da cabeça de Luiz Felipe Pondé posta sobre (jamais por sobre) uma pedra arredondada, não me ocorreria meditar sobre o sentido de coisa alguma.
Um crânio descerebrado pondeniano, sangue totalmente escorrido - há quem o beberia, aprendi ontem na Folha -, perguntaria silenciosamente o que teria sido feito do pênis. Se estivesse com aquela dor "que invade a barriga", certamente teria ímpetos de devorar o pau amolecido - desprezando a pele, claro, como o faço com o frango, cujo pênis não levam à mesa, ao menos por estas bandas.
Em "Páscoa", artigo de ontem de Pondé no jornal, quatro cérebros infantis alimentam "um bando". O título não é brilhante. Tão parca ração para um bando remete à Multiplicação dos Pães e Peixes.
Fiquei pasma foi com a civilidade do tal bando. Apesar da fome, esperaram a noite, disciplinaram as crianças, não disputaram os miolos cuidadosamente - com "perfeição harmônica" - preparados. Ainda, os comensais observaram a ordem decrescente de idade . Fiquei também impressionada por serem avançados em certas técnicas e - que prodígio! - haverem desenvolvido uma "tinta amarelada" comestível, inócua até para bebês. Naturalmente, o sangue escorrido, e depois bebido por todos, misturou-se a tal tinta. Ou não?
Será que Pondé também deixou de esclarecer que se tratava, a tinta, de um tempero para carne de "iguais", reservada para dias especiais como aquele? Enviarei uma longa relação de perguntas sobre o texto "Páscoa" para o autor. Por ser cheio de lacunas e erros diversos, esse texto é magistralmente pondeniano - uma maravilha para o café da manhã da segunda-feira, ordinária, apartada, por uma longa semana, do domingo da páscoa cristã.
Entretanto, fiquei desapontada com o desenlace de "Páscoa". Embora concorde que é preciso estar com a barriga cheia - seja de que forma for - para que o sentido da vida se torne um objeto de meditação, não me parece plausível que a velha tão adestrada em extrair cérebros fosse "algo como" meditar sobre o sentido da vida, diante das quatro cabeças sobre a pedra, também especial.
Mais coerentemente com o próprio texto pondeniano em foco, a velha, extenuada após quatro mortes lentas para "amaciar o cérebro", teria cismado: "Minha vida não poderia ser como a desta pedra? Não seria mais importante, além de mais fácil, ser uma peça central deste alucinado louvor a um céu vazio"?
Essas questões não estarão naquela lista de perguntas. Só cabem a tal velha.
RELACIONADOS:
Páscoa, de Luiz F. Pondé
O melhor comentário de outro leitor, na nossa opinião.
Pondé chama seus críticos irados ou decepcionados de "fãs negativos". Mais sobre isso.
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Much of the discourse all around is power-oriented. Our texts, rather, will be appreciated by those brave enough to leave the good life of obedience in order to grow and take risks for the benefit of a multitude of others. Welcome! PORTUGUÊS acesse "apresentação do blog" abaixo
Tuesday, April 3, 2012
Analisando Pondé 02.04.2012 - Páscoa ateia no bando: café da manhã protofilosófico com sangue fresco
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