FEA virou zona de perigo máximo
para mim. Mas o mal não poupa lugar algum.
E há sempre pessoas ávidas
por protagonizar cenas como as que aqui denuncio,
mesmo sem ganharem nada, nada de monetário com isso!
para mim. Mas o mal não poupa lugar algum.
E há sempre pessoas ávidas
por protagonizar cenas como as que aqui denuncio,
mesmo sem ganharem nada, nada de monetário com isso!
Exclusivamente, relato mais um acontecimento daqueles que permanecem abafados, para o "bem" dos iníquos. Reproduzo o email que enviei para minha filha mais velha. Tudo ocorreu ontem de manhã, no prédio principal (FEA 1) da FEA-USP. Os bastidores do seminário sobre O que Aprendemos com a Crise de 2008, de responsabilidade da FIA - Fundação Instituto de Administração - esconde o seguinte:
olá...
finalmente o sol saiu aqui, mas agora o vento frio já volta a se insinuar.
Ontem tive certeza de que a diretoria administrativa da faculdade da USP está envolvida com gente que me vigia bem de perto. Foi uma cena e tanto.
Um membro da segurança terceirizada trabalhando ali jogou uma porta em cima de mim, tentei me proteger e ela atingiu meu pulso, que ficou com marcas vermelhas. Esperei o intervalo para falar com um professor. Estava em curso um seminário sobre a crise de 2008, que foi anunciado através de banner na porta da faculdade - era grátis e bastava enviar um email antes, o que eu fizera.
Depois de a recepcionista dizer para eu assinar a lista de presença, o que fiz, chegou aquele segurança e disse que eu não ia poder ficar para aquele evento. Inventou que eles iriam "fazer uma prova". E aquele mesmo banner estava lá, agora na entrada do espaço onde o seminário começava.
Esses seguranças são o pior tipo. Fique atenta com relação a eles. Tenho mais medo deles do que de bandidos. Eles têm a mesma índole para mentir, agredir, manipular, fazer tudo, tudo o que for 'necessário". Também agem em grupos e servem de testemunhas uns em relação aos outros, no sentido de se livrarem de acusações feitas por vítimas da ação deles. Não têm nenhuma cultura e o aumento mais do que vertiginoso desse tipo de prestação de serviço de "segurança privada" deu emprego a um montão desses desqualificados para o que é bom.
Se eles fossem um pouco que seja eficazes, os crimes seriam muito raros, já que tais seguranças estão em toda, toda a parte agora. Mas bem sabemos que a criminalidade só aumenta e fica mais audaz (o roubo ao Itáu aqui na av. Paulista, gente!)
Eu queria saber justamente quem tinha dado ordens para que eu não assistisse ao seminário. Sim, foi ontem, durante a manhã apenas. Não é comum haver seminários aos sábados, mas esse foi marcado para esse dia, para aumentar a audiência - durante a semana o trânsito absurdo dessa cidade é um baita desestímulo. E marcar para a noite, além disso, impediria que ele tivesse tantas horas de duração. Foram 4 horas com o intervalo para um lanche com um suco e um monte de carboidratos.
Como não fui embora, o guarda chamou seus pares e outros que trabalham para a organizadora do evento - uma fundação que concorre com a própria USP, tem um MBA pago, enfim, algo que ninguém entende bem como existe, mas existe há muitas décadas e, embora essa esquisitice (para dizer o menos) já tenha sido até questionada nos jornais, tudo continua sem mais tropeços. A não ser o baita tropeço de ontem.
Recorreram a tudo quanto foi chaveco, falando comigo como se eu fosse uma debiloide, para que eu fosse embora. Durante uma hora. Adiaram o intervalo. Devem ter dito para os professores que comandavam o seminário que o buffet do lanche ainda não estava pronto. Para mim, disseram que a polícia estava a caminho. E pasme - disseram que "não queriam me expor". Imagine se o quisessem!
Fora os seguranças, aquelas pessoas são secretárias que trabalham ali mesmo, dentro da faculdade. É o que eu lhe disse - a esquisitce é muito grande. Se temos uma faculdade - e do governo do estado de são paulo - como é que há outra entidade funcionando ali também? - claro, sem placa de identificação alguma. Enfim, são secretárias que eu vejo sempre pelos corredores, nos banheiros.
E, uma vez que estavam então desesperadas para se livrarem de um "problema" (que elas mesmo criaram, obedecendo a ordens que não dizem de quem.), deixam extravasar todo o lado mesquinho, ordinário, vil. Para mim, isso foi um banquete e tanto.
Mudavam o script. Falavam uma coisa. Não dava certo (eu não ira embora, sequer respondia coisa alguma), já falavam outra coisa em seguida.
"O evento é fechado. Aquele entrou, incluindo o nome na lista na hora, porque é a-mi-go do coordenador".
Pouco depois, a mesma mulher muda o tom:
"Amélia, estou querendo estabelecer um diálogo com você. Um diálogo. E você não está colaborando!" Já engrossando de novo: "Por que você sempre causa, hein?"
Nada dizia.
Por fim, disse que o chaveco dela, Carolina, era pobre, que ela precisa ainda trabalhar muito para melhorá-lo.
querida, ainda fico.. não, não surpresa, mas..., fico um tanto chocada, sim, acho que é essa a palavra mais próxima do que sinto. Fico chocada com essa prosmicuidade verbal, essa coisa de dizer uma coisa, depois outra, assim, com menos de dois minutos entre uma e outra, e para a mesma pessoa (eu, no caso). Com certeza, não há inteligência ali. Não há o mínimo de humanidade. De consciência de valores. E isso não é chocante?
São pessoas que trabalham para uma fundação que vende cursos para "administrar pessoas"! Pois...
E o que aconteceu no final? Enfim, a audiência saiu do auditório para a área do lanche, onde eu aguardava espremida todo o tempo por aquele segurança que me machucara. Até ele desfilou também uma série de "conversas" bem diferentes uma das outras, entremeadas de palavrões. Eu nada dizia. Ele chegou a recorrer a "meiguice":
"Vai, por favor me ajuda, vai".
Ele se mostrou totalmente indiferente com o meu pulso machucado, para o que eu olhava fixamente. Ainda quis bancar o amigo! Poucos minutos antes, ele mesmo chegara a ameaçar:
"Vou me plantar na entrada na segunda-feira, para você não mais entrar aqui (na faculdade). E que você reclame até com o papa"!
Inventou que já me arrastara para fora da sala de computadores.
"Você já se esqueceu"?
Não adiantou. Eu nada dizia, e jamais o faria para ele, que havia me machucado e parecia já estar, ele, esquecido disso!
Jesus disse tudo: Eles não sabem o que fazem.
O segurança, para me intimidar, ficava muito próximo de mim, e tive de aguentar, ainda por cima, seu mau hálito. Por isso, ficava com a cabeça baixa, para não receber o bafo tão diretamente.
E depois? Sim, as pessoas foram para a área do lanche. O segurança se afastou de mim. Então, falei com um professor, que deu a entender que já estava sabendo de "alguma coisa", mas nada disse.
Todos os professores, todos, me conhecem e são, no mínimo, amistosos.
Então, falei com outro, que conheço desde o mestrado. Mostrei-lhe meu machucado. Então, sai o professor mais importante, que junta-se a nós. Havia agora uma pequena roda. Ele olha para mim, sorrindo, eu estendo a mão e nos cumprimentamos.
"Professor, houve um problema com minha inscrição. Poderia..."
"Sinta-se em casa! Vamos!" E me apontou a mesa do lanche.
"Vou antes colocar minhas coisas lá dentro".
Passo pela entrada, cuja porta me tinha sido arremessada antes. E, depois da "curva", me deparo com o tal segurança, que falava com os funcionários daquele professor, gente que havia me bloqueado a entrada e me enchido os ouvidos, tentando "se livrar do problema". Ele me vê surpreso e tenta me barrar. Mas havia gente que assistia ao evento e o segurança não engrossou muito por isso.
"Falei com o professor!"
"Que professor?"
...eles queriam saber, antes, com que professor eu falaria, e, depois, quiseram saber qual deles tinha me acolhido. Claro, iam dizer algo absurdo para ele, para continuarem com o exercício ridículo que empreendiam.
E não vão assumir nada, nada do que houve. Tenho certeza.
Assim que deixei minhas coisas num dos lugares vagos, o segurança vem em minha direção com outro que se identificou como da Guarda Universitária. Este foi o mais simpático que pode, e me pediu para sair com um convite bem diplomático.
"Entre o seu convite e o do professor, para ficar, prefiro o do professor."
O tal segurança terceirizado, aflito, volta a disparar:
"Qual foi o professor?"
Como não respondi, ele pressiona:
"...você nem sabe dizer o nome do professor."
"Assim que o professor entrar, a gente fala com ele."
Claro, não era isso o que eles queriam.
O membro da guarda universitária, muito calmo e até parecendo estar se divertindo, retrucou: "Eles não são entrar. O evento está suspenso por causa disso."
"Claro que vão voltar. Eu vou muito insignificante [para eles suspenderem o evento por minha causa.)", respondo.
Então, outro se apresenta a mim. ..., olhei para o lado e vi mais membros da guarda universitária entrando no auditório, que não é grande. Havia pelo menos uma meia dúzia, só de guardas universitários.
O que agora estava diante de mim disse ser o chefe da guarda e me deu o nome. Demonstrou saber quem eu era e fez alusão a outras ocorrências. Quando olhei com a testa franzida, ele esclareceu: "outras ocorrências em que você pediu nossa ajuda."
Ah! Sim, isso de fato se deu. Especialmente, houve aquela em que meu armário no CEPE foi arrombado, em 2008.
Pois é. Já faz três anos. Para demonstrar que se lembrava mesmo de mim, o chefe faz referência ao meu doutorado. Ele com certeza pensava: por que uma ex.doutoranda da universidade não pode assistir a um seminário?
O que tinha me agredido (que psicopata, sem exagero...) me acusou de estar mentindo sobre o professor ter-me permitido ficar. Com segurança, disse que não mentia. O que é um "tapa" na cara de mentirosos, ou seja, de quase todos ali em volta.
Então, o chefe da guarda diz que decidiram que eu ficaria no evento, sem criar nenhum incidente.
"Eu nunca causei problema algum", disse.
Ele acenou com a cabeça, dando a entender que falava apenas proforma. Ainda gentilmente, pediram meu nr. USP e nome completo, para fazer o registro da ocorrência. Mostrei ao chefe o meu machucado. Ele diz: "Isso você resolve depois". E foram embora.
Duvido, ..., que a ocorrência, se de fato for feita, reflita o que de fato ocorreu. Jamais vão registrar que uma ex-doutoranda, e mestre da casa, foi impedida de entrar, teve a porta atirada contra ela.
Havia perdido a primeira parte do seminário. Mas havia ainda duas. E foram muito boas, especialmente a de um professor, muito elogiado.
Claro que estava preocupada com a saída. Sábado, há poucos ônibus e eles estavam me vigiando, aguardando minha saída, o perigo era iminente. Então, pedi carona e saí acompanhada de dois homens. Ufa!
A coisa está preta, vês?
Pergunto-me ainda: O que disseram para que tantos da guarda universitária tenham ido até o local? Feito um chamado, vão no máximo dois. E até o chefe, o chefe, estava ali.
Por isso também, dificilmente ocorrência alguma será registrada.
Mas tudo ficou bem claro para mim. Escancarado, né?
Há algumas semanas, alguém da diretoria me catou lá no jardim, onde eu acabara cochilando em cima de um livro. A mulher, junto com o capataz - que entra nos intervalos de todos os eventos para meter as mãos sujas nos pratos de salgadinhos e encher a pança -, me convida, sorriso macabro, para ir até sua sala. Hesito mas, diante do capataz, acabo concordando.
Ela me perguntou onde eu morava, se morava sozinha...
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A fundação a que me refiro no texto é a FIA. A ocorrência anterior, no jardim da faculdade, já havia sido publicada neste blog (ver coluna esquerda da página do blog). E, estou certa, a tal mulher da diretoria é a principal envolvida no cerco a mim. Alguns porteiros, sempre tão simpáticos comigo, mudaram de comportamento após tal ocorrência.