Isso é humanamente compulsório: moldar Deus à personalidade daquele que se dirige ao Altíssimo. Isso equivale a dizer que há um Deus diferente para cada humano que crê.
Você de pronto me condenará por afirmar que Jesus era ateu, e emendará com: "Ela diz isso porque é ateia"! Esse "você" é representativo de mais de 90 por cento da humanidade.
Então, se assim for comprovado, apesar da aparente insuperável incompatibilidade, nós - eu e você, leitor -, teremos, de fato, revelado possuirmos algo em comum: a necessidade de criar uma "alma gêmea divina" para nós. Ainda que ateia, ela será divina, porque vista como uma alma acima de nós e a nosso favor o tempo todo.
O badaladíssimo Luiz Felipe Pondé (meu deus! como pode isso...) desfia uma "filosofia" sobre a banalidade do ateísmo. E convence a todos. Menos a mim.
Luto para não ficar viciada em deus-alma-gêmea, em deus-filósofo-para-idiotas, e em Deus (o oficial da Igreja Católica). Não é fácil. Você há de concordar.
Nisso está a grandeza do ateu. Ou do agnóstico. Não confio em "seres humanos" que "não se sustentam sem deus". Todos os que conheci e que eram identificados com essa "verdade" - todos eles, não valiam o pão que comem. Quero muito conhecer, bem de perto, um ser humano que se sustente quando nada, nada, nadinha de nada lhe restar. Esse sim, pode me fazer crer em Deus. Cadê ele? Não, não o Deus. Cadê aquele ser?
Agora, tendo confessado minha árdua luta, vou frustrar você e declarar que Jesus, para mim, era ateu, não porque eu "sou ateia", mas porque eu andei - também eu! - lendo os Evangelhos da sua Bíblia, leitor. E, quando eu digo que leio, eu leio.
Thomas Jefferson também sabia Ler, para citar um outro ser que leu os evangelhos como eu li.
Considerando que a Paixão, os anjos que povoam a vida do mito, enfim, as coisas do catolicismo - incluídas nos livros judaicos originais posteriormente - devem ser ignoradas aqui, como Thomas Jefferson também o fez, chamando-as de "esterco" em relação ao que era o "diamante" (as passagens originais dos evangelhos), temos que Jesus não apenas "criticou as autoridades". Ele, com o tal papo de "tua fé foi que curou você"... sim, ele não acreditava em Deus.
E ele não respeitava o dia santo; ignorava todos os preceitos da sua religião de família (o judaísmo), não falando as mãos, etc.
Por fim, a heresia maior de todas: ele tinha um deus só dele - o seu "pai". Era um intransigente quanto a isso. Podiam apontar livros sagrados, autoridades, dogmas... Ele ia pela cabeça dele. E pronto. Isso é o mesmo que dizer que Jesus seguia seu "pai". Ponto final.
É. Eu disse aí em cima que queria conhecer um ser humano que se sustentasse quando nada, nada mais lhe restasse. Repare: eu disse "conhecer bem de perto".
Jesus, eu conheci, pela minha leitura "heterodoxa" (não aceita pela Igreja) dos evangelhos; uma leitura esclarecida, como a de Thomas Jefferson (entre outros). Eu gostaria muito de ter conhecido Jesus vivo. O Jesus, sem dúvida, ateu. Ou você agora vai me dizer que quem cria para si seu próprio deus está dentro das leis religiosas?
O dia do nascimento de Jesus seria ainda mais propício para o Dia do orgulho Ateu, do que o aniversário de Darwin. Não, não é o dia de natal! Uns dizem que Jesus nasceu em abril. Mas acho que ninguém tem como determinar tal data hoje. Talvez o Papa, que jamais vai fazê-lo.
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Thomas Jefferson classificou os textos bíblicos em "diamante" e "esterco". Leia a citação
Much of the discourse all around is power-oriented. Our texts, rather, will be appreciated by those brave enough to leave the good life of obedience in order to grow and take risks for the benefit of a multitude of others. Welcome! PORTUGUÊS acesse "apresentação do blog" abaixo
Tuesday, July 26, 2011
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'-ERS' FELLOWS: LOVERS OF IDEAS; EXPLORERS OF THE SUBLE; THINKERS AND WRITERS OF INEXHAUSTIBLE PASSION. ULTIMATELY MINDERS OF FREEDOM.
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