Com estilo maternal, Olga, acompanhada de um dos 'jagunços' que parecem zeladores, insiste: "Vamos até minha sala conversar"?
Tentei cair fora mas, ao notar o cara ali ao lado, resolvi concordar. Uma vez na sala de Olga, portas fechadas, após ter sido efusivamente saudada pela secretária do Diretor - o que ia contra o jogo de Olga -, tive de responder a várias perguntas bem indiscretas. Olga começou o interrogatório assim: "Quem a gente vê entrando e saindo e não sabe quem é, não pode fazer nada. Mas você... Como não posso dizer para você não vir mais aqui, decidi conversar porque as pessoas ficam perguntando sobre você".Reparou bem, leitor, em especial as palavras grifadas? Pois. Olga continuou assim: "Eu mando colocar as mesas e cadeiras para os alunos, e ela (eu)vai e fica lá. E ainda dorme..."
Perguntei-lhe quem é que ficava perguntando a meu respeito. Olga tergiversou. Fingiu que não sabia nada sobre mim (por isso a saudação da secretária do diretor a contrariou). Assim representando, ela foi aumentando a indiscrição das perguntas: Onde você mora? Mora sozinha? Mais bizarro ainda, diante do crime que ocorreria na semana seguinte, eu disse a Olga, como parte de resposta a outras perguntas: "Não vou dizer que me sinto segura aqui, mas me sinto bem, porque há laços afetivos, conheço gente, há a biblioteca... Mas não diria que me sinto segura".
No mais, adotei o estilo Dai-Lama: "Desculpe por usar aquela mesa". Mas, claro, isso é chocante, ainda mais que a USP alardeia um discurso de inclusão social, programas para a terceira idade e outros "oprimidos". Pois.