Monday, April 4, 2011

IRREGULARIDADE 9


9. Forma de preenchimento de vagas é também não transparente e, diante da resposta da FUVEST, incoerente com o edital.


Ao emparelharmos o acima descrito com o cantinho da página 37 do Manual do Candidato, que laconicamente se refere ao preenchimento de vagas, o vestibular FUVEST 2011 soa uma piada. Ou um jogo de muito mau gosto. Diz o Manual:
O preenchimento das vagas será feito, dentro de cada carreira, rigorosamente (em negrito no original), de acordo com a classificação obtida.
Isso só faz sentido quando a "carreira" significa um só curso. A FUVEST, como vimos, introduziu inovação com as carreiras "múltiplas", mas manteve inalterada a declaração acima, que deve ter sido a mesma em manuais passados.
Para verificarmos essa questão mais detidamente, considere, de novo, a carreira 616, que é "múltipla".
São 455 vagas, tomando-se os onze cursos. Tenha ainda em mente que a primeira chamada convocou exatamente 455 candidatos, por ordem alfabética. (no site da FUVEST) Não se sabe as opções dos candidatos. Nem mesmo a primeira opção de cada um deles. E, como já demonstramos, não temos também como saber a colocação nos cursos.
Cientes de todas essas restrições, perguntemos de novo: Como as vagas foram preenchidas? Em outras palavras, como a FUVEST chamou fulano para dado curso e sicrano para outro, nessa carreira "múltipla" 616? A mesma indagação é igualmente premente para todas as demais carreiras múltiplas.
Parece óbvio para alguns: se eram 455 vagas, a FUVEST convocou, na primeira chamada, os 455 primeiros.

Se é assim tão óbvio, por que não divulgar a lista em ordem de classificação?
Daria um trabalhão apurar, para fins de fiscalizar, as classificações de tantos candidatos por meio de contato com eles, caso a FUVEST insistisse em divulgar apenas os nomes, prometendo que estavam na ordem.
(A FUVEST de fato apenas prometeu chamar os candidatos na ordem.) Contudo, não temos nada, nem mesmo os nomes apenas, "prometidamente" na ordem de classificação. Menos ainda, reiteramos, temos a classificação de cada candidato.
Temos apenas a piada - a declaração solene da FUVEST de que seguiu a ordem, muito provavelmente, por vezes com tanto zelo como "respeitou" a pontuação máxima da nota de redação...(item 1 acima).

Por fim, deduzimos que a lista em ordem não foi divulgada justamente porque não é tão "óbvio" assim que os convocados foram os 455 primeiros. E isso é muito claro quando se considera o que se segue.

Para que exatamente os 455 primeiros tivessem sido convocados na primeira chamada e, como também promete a FUVEST no Manual do Candidato, fosse priorizada a melhor opção do candidato (a primeira opção é melhor do que a segunda), algo muito "improvável" também teria de ter acontecido: o número de candidatos com determinado curso na primeira opção teria de bater com o número de vagas daquele curso, levando-se em conta que isso, numa carreira "múltipla" como a 616, tem de ocorrer SIMULTANEAMENTE com TODOS OS ONZE cursos que tal carreira abrange.

Então os 455 convocados não foram os 455 primeiros?
Exato. É isso que as listas em ordem alfabética escondem. E se escondem isso.... O que mais?

Para esmiuçar esse ponto ainda mais, tomemos, como ilustração, o curso 43, da carreira 616: Física, Noturno, São Paulo (capital), 100 vagas. Será que, entre os 455 primeiros nessa carreira, havia exatamente 100 candidatos com o curso 43 em primeira opção?
Continuamos com o será. A FUVEST não permite que respondamos essa simples questão. Mas, à guisa de raciocínio, para compreender o que aconteceu, é válido que prossigamos. Há duas possibilidades. Havia exatamente os 100. Ou não havia.

Se não havia, imaginemos um número qualquer, abaixo de cem - oitenta? Ok. Oitenta. Então, temos que vinte vagas do curso 43 não foram preenchidas, entre os 455 primeiros, com a MELHOR OPÇÃO. Como, então, a FUVEST preencheu as vinte vagas restantes?

E é muito provável que tal descompasso entre vagas e primeiras opções tenha ocorrido, na maioria dos onze cursos, se não em todos eles.

De novo afastando a possibilidade de mais deslizes aqui não comprovados, ou seja, supondo que houve alguma lógica no preenchimento daquelas vinte vagas restantes, é válido ainda afirmar:
Ou a FUVEST recorreu, entre os 455 primeiros, a candidatos com aquele curso em segunda opção. Ou desceu na lista, ultrapassando a marca dos 455 primeiros, para buscar, além desses 455, mais candidatos (vinte) com o curso 43 na primeira opção.
Como saber o que a FUVEST de fato fez? Não dá. É segredo.

Se a FUVEST, respeitando alguma lógica, recorreu a candidatos com o curso 43 em segunda opção, TRAIU, de novo, o MANUAL - neste, reiteramos, se lê que a melhor opção do candidato prevalece para o preenchimento das vagas. Isso equivale a dizer que, enquanto houver vagas em determinado curso e candidatos cuja primeira opção é aquele curso, esses candidatos preencherão tais vagas.
Isso está no trecho do canto, na página 37 do Manual, reproduzido integramente abaixo:


PREENCHIMENTO DAS VAGAS
O preenchimento das vagas será feito,
dentro de cada carreira, rigorosamente, de
acordo com a classificação obtida, segundo
o critério descrito anteriormente.
Cada candidato terá atendida a melhor
das suas opções de curso em que exista
vaga. Para isso, é sempre necessário
que o candidato faça matrícula quando
for convocado. A ausência em uma das
matrículas elimina o candidato do Concurso
Vestibular.


O “critério descrito anteriormente” remete à pontuação das provas, o que também restou arruinado, dada a ilegitimidade de nota de redação, denunciada nos itens 1 a 3.

Para finalizar, ressaltamos que, em nosso raciocínio, consideramos apenas um curso, mas isso é o bastante para comprovarmos o impasse: não sabemos como as vagas foram de fato preenchidas. E a nebulosidade ficaria ainda mais forte ao tentarmos considerar também, e simultaneamente, os demais dez cursos da carreira 616. O que se aplica, reiteramos, para todas as carreiras igualmente "múltiplas".

IRREGULARIDADE 10

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