6. COMPETIÇÃO desigual entre candidatos em virtude de diversidade na definição de “carreiras”. Tal desigualdade não foi comunicada aos candidatos em edital.
a) Da diversidade na definição de carreiras:
Diversas opções de curso-turno-instituição foram agrupadas sob um mesmo código de "CARREIRA"; outros cursos formaram uma “carreira” por si sós. Isso é constatado nas páginas 3 a 28 do Manual do Candidato.
A “carreira 616” ilustra a primeira situação: abrange Física (diversas subopções)/Meteorologia/Geofísica/Astronomia/Estatística/Matemática (diversas subopções). Precisamente, são onze opções de cursos - do curso 42 ao curso 52, com total de 455 vagas. Toma toda a págína 24 do Manual.
Mais um agrupamento desse tipo é a carreira 214, título sob o qual a FUVEST agrupou cursos da FEA-USP: cursos 29 a 35, 590 vagas. Relações Internacionais não está aqui mas, como mostramos adiante, está em "carreira própria".
Não há uma lógica para agrupar ou não agrupar. Ou seja, a carreira 616, por exemplo, inclui Física em São Carlos (interior) e Fisíca (capital). Mas Matemática em São Carlos formou, sozinha, uma outra carreira, 625, cursos 64 a 66, sendo apartada de Matemática (capital), vinculada à carreira 616.
A carreira 214 (cursos da FEA, conforme já mencionamos) deixa de fora, entretanto, Economia no interior; separam-se em três carreiras distintas, em vez de incluí-los na carreira 214, os seguintes cursos:
36 - Economia Empresarial e Controladoria- Ribeirão Preto, isolado na carreira 215, totalizando apenas 70 vagas;
37 - Economia - Piracicaba - isoladamente na carreira 216, apenas 40 vagas, e
38 - Economia - Ribeirão Preto - único item na carreira 217, 45 vagas.
Como se vê, chega-se a apartar os dois cursos de Economia, ambos de Ribeirão Preto, estabelecendo-se duas carreiras, uma para cada um dos cursos.
Os cursos de Relações Internacionais (cursos 67-diurno e 68-noturno), ministrados na FEA, também foram isolados numa carreira à parte, a 235, com um total de apenas 60 vagas, em vez de serem incluídos na carreira 214.
Outro exemplo: Editoração, curso 39, com minguadas 15 vagas, está isolado, na carreira 218, dos demais cursos de comunicação (jornalismo, etc.) Mas Astronomia, 15 vagas, está inserida na carreira “múltipla” 616. História (carreira 224) está apartada de Geografia (carreira 220).
Física Médica e Matemática Aplicada, ambas em Ribeirão Preto, formam duas carreiras distintas. Em Química, nada de agrupamentos (ver logo abaixo) - cada um dos seis cursos, de 68 a 73, ganhou mais um número - o de carreira -, apenas para se juntar à lista geral de "carreiras".
Carreira 627-Química Ambiental
Curso 68-Bacharelado em Química Ambiental
Carreira 628-Química-Bacharelado - Ribeirão Preto
Curso 69-Bacharelado em Química
Carreira 629-Química-Bacharelado e Licenciatura
Curso 70-Bacharelado em Química e Licenciatura
Carreira 630-Química-Licenciatura
Curso 71-Licenciatura em Química
Carreira 631-Química-Licenciatura - Ribeirão Preto
Curso 72-Licenciatura em Química
Carreira 632-Química(Bacharelados)-São Carlos
Curso 73-Bacharelado
Por que tantos outros cursos são agrupados numa única carreira?
Em Engenharia, há agrupamentos ao lado de não agrupamentos. Ao gosto do freguês? Não, ao gosto da FUVEST. No interior - cursos em Pirassununga, Lorena, São Carlos -, prevaleceu o não agrupamento. As poucas exceções não misturaram cursos numa única "carreira"; apenas agruparam cursos iguais com turnos diferentes (diurno-noturno). Para os cursos na capital, entretanto, tudo foi agrupado na carreira 613 (cursos 30 a 36), num total "modesto"de 750 vagas.
b) A desigualdade de competição entre candidatos:
Em que consiste a desigualdade entre candidatos em decorrência dessa diversidade de “carreiras”, ora múltiplas, ora solos?
A desigualdade de competição entre candidatos resulta de, em cursos agrupados, o candidato ter sua classificação influenciada pelo desempenho de candidatos que sequer têm, como opções, cursos coincidentes aos seus. Enquanto que isso não ocorre em cursos que, isoladamente, determinam uma “carreira”.
Assim ficam desiguais os candidatos da carreira 214 em relação aos da 208, por exemplo. O que demonstramos a seguir é válido não só para esse par, mas para todo e qualquer outro par de carreiras "desbalanceadas" entre si, como 214 e 215; 214 e 216; 214 e 217; 602 e 620, etc.
Para citar meu próprio caso, minha classificação, segundo consta em minha página privativa de desempenho, é “810/1527”.
Minha carreira, a 616, abrange 11 “cursos”, sendo que se pode optar por até quatro “cursos”, em ordem de preferência. Embora não tenha escolhido nem Física (nenhum dos diversos “cursos”), nem Matemática (idem), minha classificação foi determinada levando-se em conta as notas dos candidatos que escolheram aqueles cursos. Isso foi confirmado pela FUVEST em email aqui reproduzido no item 1, cujo trecho voltamos a reproduzir aqui:
A classificação por carreira não "olha" inicialmente o(s) curso(s) pretendido(s) pelo candidato, mas os candidatos ordenados de forma descendente, independentemente de terem optado por um único curso ou pelo máximo de cursos permitido.
O total de vagas na carreira 616, consideradas as onze opções de cursos, foi 455, enquanto que os quatro cursos que escolhi – Metereologia, Geofísica, Astronomia e Estatística - totalizam, juntos, apenas 115 vagas. Se tivesse concorrido apenas com os candidatos-irmãos de opções, minha classificação seria outra, não apenas em termos absolutos, mas também relativos.
Foi vetado aos candidatos conhecer sua colocação nos cursos escolhidos, bem como a relação dos candidatos-irmãos que, supostamente, concorreram entre si, em “estágio posterior”, por vagas em determinado(s) curso(s).
A informação a esse respeito, que recebi por email, em resposta a meu questionamento, não consta do Manual do Candidato.