Thursday, February 3, 2011

Deixaram você defender sua tese de doutorado na USP?

Sou... uma eterna Doutoranda Independente pela USP em História Social.

O quê?? Bem, se você perguntar à USP o que isso significa, ela vai mentir.

Sucintamente, fui aluna regular no doutorado em História Social na USP entre fevereiro de 2005 e abril de 2009. Sim, todo esse tempo. Obtive os requisitos para o exame de qualificação, obtendo nota A na disciplina cursada, ministrada pela famosa Anita Novisnky. Entretanto, não tive orientação de ninguém. Sim, isso é contrário ao Regimento, por isso afirmei antes que a USP mentiria. Formalmente, o prof. Peter Robert Demant foi meu orientador. Contudo, ao longo do doutorado, esse professor me enviou emails dizendo que "não me conhecia", "que eu estava na sua lista de alunos por 'algum engano'", etc. E, quando chegou o prazo fatal para o exame de qualificação, ele sumiu. Sara Albieri, coordenadora do pós desde maio de 2006, só em maio de 2008 me convocou para saber se "eu havia trabalhado" durante todo o tempo e quis o meu trabalho, incluindo bibliografia completa... Em meio as árduas negociações, Sara acabou declarando a mim que ela era "incapaz de escrever coisa alguma", e que os alunos dela agora estavam gravando suas aulas, para ela ter, assim, algo de onde partir [para tentar escrever].
Protocolei três pedidos de abertura de processo - ver demais postagens. A USP ignou todos eles.

Dois meses antes do prazo para eu protocolar a tese, o sistema Fênix me desligou. Assim, o nome de ninguém aparece. A tecnologia sempre serve melhor aos poderosos do tipo doutor-que-não-consegue-escrever-coisa-alguma...

Você deve estar pensando: "Você poderia ter costurado uma tese sobre qualquer coisa que não atingisse a Igreja e assim obter o título de doutora". Você tem razão. Mas decidi não perder tempo com isso, e não compactuar com uma situação pavorosa, da qual a USP é a responsável. Decidi ser fiel ao que de fato aconteceu, ao que de fato fiz durante todos esses anos de Doutorado Independente Sem Bolsa. Mas ocupando uma vaga que existe graças a recursos públicos.  

Lembrando como Meryl Streep faz para a dona da escola de culinária, no filme Julie&Julia, também emito, aqui, online, aquele FRUUUU, cheio de vibração de língua - para a USP. A personagem de Meryl, é verdade, diz que é uma pessoa convencional, quer o diploma e tenta o exame de novo. Mas isso é uma coisa. Ter de mudar o tema de sua pesquisa para obter o título é bem outra!

Teria o título, mas a preço que não pago, não. Tal título regularizaria uma situação; eu assinaria embaixo de uma mentira: que a USP orientara minha pesquisa e nada de muito errado havia acontecido. Como mostramos também neste blog, um título de doutor da USP, aliás, não vale tanta corrupção de um ser...

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