Monday, March 2, 2009

Iguatemi - O chocante "charme" da equipe de segurança

O shopping mais charmoso da cidade.

O que está por trás de slogans tão 'charmosos' como este e outros como, por exemplo, "lugar de gente...."?

Comece pelo chefe da segurança.

Aproveite para uma experiência de fato iluminadora num lugar para futilidades apenas. Sim, disso não posso mais duvidar - o lugar é apenas para a mais pura, idiota banalidade, nada mais.

Comprove in loco: em vez de disparar para algum restaurante ou sair exercendo seu poder, como um filho amado do capitalismo, pelas alamedas do Shopping Iguatemi, suba até a Administração e diga que deseja conhecer o Chefe da Segurança que ontem, domingo, primeiro de março, por volta das 22:30, arrancou uma apostila das mãos de uma mulher sozinha que lia, até então razoavelmente sossegada, num dos bancos em frente à loja Zara.

Já pela reação que me parece muito previsível, se terá indicios da podridão: falta de transparência e honestidade, omissão; por ainda v...

Depois, emende: "Como ele não está disponível (claro, devem alegar isso), por favor me apresente o subordinado dele (do Chefe da Segurança) que tem todo o treinamento de um PM, e que invadiu o banheiro feminino, quando a mesma mulher que antes lia então estava lá sozinha" - sim, no banheiro. Esse "PM" (agiu exatamente como nos filmes) tratou a mulher como se lidando com um bandido altamente perigoso e berrou para que ela saísse . A mulher continuou - estava com as mãos ensaboadas e não abriu mão de completar a tarefa. O "PM" chama o Chefe de Segurança pois a "área estava limpa" - só havia aquela mulher no banheiro. O Chefe surge na porta.

Se você anda entediado, também recomendo a experiência que sai mais barata que o ingresso do Cinemark às 15 horas. Já imaginou ser encurralado assim num banheiro? Nunca pensou? Pois. Não perca seu tempo. Basta ir até o famoso Shopping sozinho (ou parecer que está sozinho). Não use nenhum símbolo de status. Vá bem simples, sem bolsas herdadas de "peruas", relógios do tipo que o Huck usava quando foi assaltado. Se você for mulher, está perfeito! Então, sente-se e... leia.

Como você não parece "poderoso" (endinheirado), logo vai aparecer um dos membros da segurança e reclamar do jeito que você está sentado (a), com tom hitleriano. "Não po-de assim! Sente-se..." Com gestos impositivos, ele lhe mostrará que você deve usufruir - de graça! - daquele estiloso e confortável assento, mantendo uma postura como se estivesse pronto para ser eletrocutado.

Você vai obedecer? Eu ignorei. Continuei lendo.

Minutos depois... Sim, grandes chances de o Chefe aparecer. Portanto, esta alternativa tende a ser bem mais eficaz do que a de ir até a Administração é pedir para ser apresentado ao "moço".

"Você não pode mais ficar aqui".
Sugiro que encare a sentença com uma interrogação no rosto. O Chefe (ou simplesmente outro segurança, se você parecer um bunda mole) deve dizer que irão lavar o local e que o bancos serão removidos. Que ele está a-pe-nas, apenas fazendo o "trabalho dele" e que você está atrapalhando.

Tão ferido em seu brio, você é bem capaz de se levantar e ir embora, cabisbaixo ainda por cima. Onde já se viu atrapalhar tão correto e primoroso trabalhador?!

Mas fiz diferente: "Pode deixar", disse suavemente, ainda com meu texto na cabeça. "Quando começarem a limpar eu saio".

Chi! Você vai perceber que aquele que " fazia o trabalho dele" (enquanto você se deleitava, tão concentrado, numa gostosa leitura) - sim, o lugar não é para atividades intelectuais, de modo algum!, agora eu sei -. aquele zeloso Chefe, vai começar a sair da caverna: "Não é assim que funciona", ele responde depois de se recompor diante de sua inesperada resposta.

Como funciona? Você deve se submeter. Você nunca cortou as asas de uma Personalidade Autoritária? Cortar mesmo, com categoria? Perca a virgindade no Iguatemi! Será inesquecível, tudo indica. Peça as imagens depois, para guardar de lembrança.

E então? Ora, continuei lendo. Claro que era mentira - até porque era muito cedo para o lugar ser lavado. E o Chefe se sentia tão "autônomo" para mandar você sair do shopping simplesmente porque você estava sozinho (a) e não havia ninguém por perto. Portanto, não deixe de observar como esse ou outro segurança que o estiver abordando logo mudará (se calará, no mínimo), caso outro incauto surja, transitando por um lugar tão... delicioso!

Assim que não estiver mais ninguém por perto de novo, ele voltará a atacar: o Chefe, que antes estava em posição meio lateral em relação a mim, pôs-se bem, bem de frente, quase esfregando a virilha dele no meu rosto. (Mas havia a tal apostila que eu ainda tentava ler.) Então ele reclama: "Vcoê não vai falar comigo"?

Tá bom, fale então. Diga-lhe que eles não podem ser assim preconceituosos. O Chefe retrucou: "Isso é você quem está dizendo. Você!"

Claro, você vai querer bater boca. Melhor, não conseguirá manter a política de distância do cuspe para lá, cuspe para cá. Mas... eu consegui. Não discuti e continuei lendo, ainda com uma canetinha numa das mãos. Então o Chefe, ali tão perto, subitamente arranca a apostila de minha mão. (tradução: "Veja como sou espertinho e poderoso!!", na linguagem dos jogos da Análise Transacional. "Veja como eu sou OK e você - agora - não é mais OK; não pode continuar o que fazia tão apaixonadamente.)

Bem, não espero que você vá ter o fleugma de agir como eu agi. Precisaria de muito, muito avanço em psicologia, comportamento, etc. Você iria disparar sobre o Chefe. Brincar de "o brinquedinho é meu", ali com aquele monstro, em plena alameda chique, diante de uma ostensiva câmera. (Que poderia ter sido desativada pelo mesmo Chefe, intensionalmente, antes de ele ir até você e sua apostila.)

Não... não é meu "estilo". Não brinco mais de "o-brinquedinho-é-meu" há bastante tempo. Com jeito elegante, pedi minha apostila de volta. com o gesto - semelhante ao de quem pede para que lhe acendam o cigarro - e o olhar. Olhar de quem não joga neuroticamente, mas de quem conhece a Dignidade.

Eu bem que falei - você precisaria de bastante chão ainda, para fazer isso. Sim. O Chefe não devolveu logo a apostila. Eu permaneci naquela postura; quase virava estátua quando ele a devolveu, após ter insistido no seu joguinho neurótico: "Se eu devolver, você vai embora"?

Pois.

Eu? Não respondi. Como já disse, continuei só com o gesto e o olhar; até que ele, finalmente, me devolveu a apostila.

Voltei a ler. Ele anda por ali, vai, volta. Aumenta a escala de acusações: "Você não vai falar comigo! Vai se fazer assim de boba"!

Então respondi: "Depois do que você fez, não vou falar. Chame outra pessoa".

"Não tem outra pessoa" "Só eu mesmo". Não respondi.

Ele avança sobre a apostila novamente! Mas, então, eu a consigo reter.

Ele vai, volta. Sim! Deveria estar "vigiando" a área, olhando para o corredor perpendicular, de onde poderia surgir alguém. Você não será o único visitante no shopping aquela hora, ainda que seus carrascos aleguem isso.

O Chefe avança sobre a apostila uma terceira vez, após tentar mudar seu enredo, sem sucesso: "Você está estudando alguma coisa"? Também ao respondi.

Ufa! Ainda tem mais? Sim. Continua na próxima postagem, para esta não ficar grande demais.

SEARCH BOX ~ BUSCA

THIS PAGE IS DESIGNED FOR A TINY GROUP OF
'-ERS' FELLOWS: LOVERS OF IDEAS; EXPLORERS OF THE SUBLE; THINKERS AND WRITERS OF INEXHAUSTIBLE PASSION. ULTIMATELY MINDERS OF FREEDOM.