2015...muitas coisas chocantes. Não consigo apontar o mais chocante de tudo. Talvez seja a ignorância do povo “bestificado”, que comemora a Lava Jato como a salvação.
2016 já começou com um absurdo de desafiar qualquer outro desta lista: Dilma barrou a venda da revista The Economist, a número um do mundo, após crítica e ela na capa.
Viralizou a frase atribuída a Einstein – loucura esperar resultados diferentes fazendo as mesmas coisas. Mas estar isso na ponta da língua de tanta gente não mudou nada.
Para ajudar a evitar o repeteco inglório em 2016, recomendamos vou manter à vista a lista a seguir.
Em sua última coluna do ano na Folha de S.Paulo, Patrícia Mello denunciou o nosso varejo, descrevendo detalhes da compra de
uma geladeira por sua mãe, na Fast shop. Vou começar a lista com o pior
varejista para mim, a Kalunda. Mas a lista é ampla e longa – e, se varejo péssimo não
espanta mais nenhum brasileiro, os outros itens de minha lista vão surpreender,
sim.
PIOR VAREJISTA (loja) disparado – KALUNGA – loja da Faria
Lima-rua Iguatemi, em São Paulo. Fiz dois registros no SAC, pela internet. Sem
resposta. Gerentes... Eles foram o problema. Contarei tudo em outra postagem. Adianto que, quando a Kalunga, que
abarrota os jornais de anúncios, começou a anunciar as promoções de
aniversário, senti ímpetos de atirar, na cara deles, o bolo que ilustrava a
campanha, toda vez que o via nos anúncios.
Houve, sim, o melhor – por incrível que pareça, tive a
incrível experiência de ser muito bem atendida – coisa raríssima no nosso
varejo. Foi na CORI, loja Shopping Higienópolis. Devo ter tido sorte de
encontrar aquela vendedora (ou seja,
não sei se as demais vendedoras teriam se equiparado a que me atendeu). Vamos expor, a partir de agora, só “os piores”.
É a partir deles que podemos, enfim, mudar.
A LAMA COTIDIANA MAIS EMBURRECEDORA – péssimas traduções.
Nisso somos campeões mundiais, não posso ter dúvidas. O Estadão (jornal O
Estado de S.Paulo), que detém a exclusividade de traduzir The Economist, também está nessa lama. Como leio a revista no
original, quase não verifico os textos traduzidos dessa revista que o jornal
publica. Mas ao traduzir uma entrevista concedida pela Angelina Jolie ao New York Times, o Estadão publicou: “Apertar
o nó mudou alguma coisa?” Erro estúpido: traduzir
expressão idiomática ao pé da letra. Tie the knot – casar-se. A Folha de
S.Paulo peca do mesmo jeito.
O MAIOR RECUO – Papa Francisco em relação ao BANCO DO
VATICANO.
O MAIS ALARMANTE NO BRASIL – Quem liga para erros de tradução num país com
tantos problemas ? Então, vamos ao mais alarmante –
e que a maioria ainda nem percebeu: o Judiciário. E você aí acha que o pior é
Eduardo Cunha... O STF foi mais criativo do que a contabilidade criativa –
pouco antes de fechar o ano, o STF inventou a competência de o Senado barrar o
processo de impeachment. Tudo sobre isso no artigo de Miguel Reali Jr, “O povo
bestificado”, publicado no dia 2, no Estadão (que nenhuma besta traduza esse
excelente texto!)
Além do STF, compõem ainda o MAIS ALARMANTE o autoprotagonismo
do Ministério Público e... o palestrante VIP de quase tudo, o endeusado Sergio
Moro que, para exemplo breve, não solta Marcelo Odebrecht por nada, porque ele
não quer “colaborar com a... Justiça”. Sim, muito mais pode ser incluído sobre
o judiciário aqui. Mas esses três pontos já me deixam aterrorizada. Dê-me o
terror explícito do EI.
O Judiciário no item acima não abrange excelentes juristas,
como o citado Miguel Reali Jr, e outros, como Modesto Carvalhosa e Yves Gandra.
Mas de que servem se o povo não lê o que eles escrevem e enfia sua cara
estúpida no smartphone, até no banheiro?
A PIOR CAPA DE REVISTA (entre as nacionais)– a última do ano de VEJA, em
decorrência do acima apontado. SERGIO MORO sob o título “Ele salvou o ano”.
Ainda bem que, ao menos, o ano acabou.
Como sou mulher, não adio mais os “campeões” em misoginia.
MAIS MISOGINIA – tá cheio! O que se destacou por demonstrações
repetidas do preconceito e exclusão – CINESESC, na rua Augusta, São Paulo. No Hotel
RENAISSANCE, na Alameda Santos (São Paulo), segurança impediu mulher de entrar,
alegando que naquele dia o hotel estava aberto só para hóspedes. A mulher o contestou.
Ele riu debochadamente e respondeu: Pode reclamar. Grandes empresas descuidam
totalmente de terceirizados, e isso parece mais evidente no que tange a esses
seguranças de araque (cujas empresas são autorizadas pela Polícia Federal...)
Destaco, para o positivo, a FIESP: a Federação da Indústria
do Estado de São Paulo, para mim, se redimiu ao, pela primeira vez, em 2015,
incluir referência à mulher na comunicação visual de seu tradicional seminário
da Micro e Pequena Indústria. O atraso
pode ser chocante, mas é mais importante prestar atenção ao redor, aos lugares,
mesmo os mais requintados, ouvir de fato as bocas mais aplaudidas para entender
o porquê do atraso, da misoginia.
MANCADAS HOMÉRICAS – duas. Não consegui decidir qual foi
pior. Uma: o cartaz da Livraria Cultura em venda promocional: “Mulher bonita
não paga, mas também não leva”. Pois, que raios de cultura avançada! A outra: jornalista do Estadão, com voz de
radialista, diz diante da audiência de um dos eventos organizados pelo jornal: “Não
sou doutor... Quero fazer mestrado na FGV; você me dá uma ajudinha?” Resposta dele a um professor da FGV que o saudara
como ‘doutor”.
MANCADA HOMÉRICA LITERAL – o andar de Joaquim Levy, sempre
muito disfarçado. Melhor, quase sempre. Viu aquela foto na imprensa, em que Levy, em Londres, aparece aprumado como um soldado da Rainha? Embuste. Lembre-se disso sempre que "ver" as notícias.
ASSASSINATO QUE LEVOU À MAIOR MUDANÇA POSITIVA – o de
Alberto Nisman. Povo argentino é bem diferente do brasileiro. Se o caso fosse nosso,
Cristina teria sido reeleita...Os gregos são bem parecidos com a gente: o
primeiro ministro traiu escancaradamente promessa de campanha (não ceder ao
FMI) e foi reeleito após ter se demitido. Antes de ele fechar com o FMI, seu
ministro das finanças, brilhante intelectual, sumiu. Exigência feita pelo FMI.
ASSASSINATO QUE "NÃO DEU EM NADA" – Nisman foi morto em
janeiro de 2015 e influenciou sobremaneira as eleições na Argentina no mesmo
ano. Já Jean Charles de Menezes, brasileiro que vivia em Londres, foi morto pela
Scotland Yard há 10 anos – completados em 22 de julho de 2015 – e ninguém fala
mais dele. Nem no aniversário de 10 anos da morte. Sabe por que a imprensa
também deixou a data passar? Isso você deveria
saber, sem nem ler esta lista. Não, não vai estar no seu smartphone antes de eu
postar isto... Mas é um fato, ou, se preferir, coisa do destino: a imprensa se
calou sobre os 10 anos da morte de Jean Charles porque o príncipe George,
herdeiro do Trono Britânico (sede justamente em Londres), a fofura do
primogênito de Kate Middleton e William (filho mais velho de Lady Diana),
nasceu justamente... em 22 de julho. Sério ? Pois.
Como marcar, ao mesmo tempo, o assassinato de Jean Charles e o aniversário do
futuro rei (terceiro na linha sucessória)? Você não se lembra porque a imprensa não quer
que você lembre. E tudo acabou em nada, com sua ajuda.
MAIS CORRUPÇÃO AINDA – Graças à Operação Lava Jato, podemos
estar certos de mais corrupção. Não há erro. Você é que está enganado. A
Operação permanece de costas para a Lei Anticorrupção (lei em que o termo “corrupção”
não aparece nenhuma vez), e a condenação com base no “domínio do fato”, fartura
sem fim na labuta de Sergio Moro, vale para muitos, mas não para a presidente
da Petrobrás tão à frente dos fatos, Graça Foster.
O MAIS CHOCANTE DA LAVA JATO – a prisão de Bumlai pouco
antes de ele ir até o Congresso para depor na CPI do BNDES. Ele tinha ido até
Brasília especialmente para isso. E o que há de chocante nisso? Bumlai “decidiu” não falar mais na CPI depois que foi
preso. Será que bateu com a cabeça, teve uma visão no xadrez? Também chocante: o senador Delcídio Amaral estava com
Bumlai quando este foi preso. A PF não esperava encontrar Bumlai acompanhado? Resolveu no dia seguinte: prendeu o senador também. A
tal gravação? Sei. Dizem que quem fez a gravação
foi o filho de Cerveró. Só que ninguém, nenhum jornalista filmou uma entrevista
com o tal filho após a tal gravação. O tal filho sumiu. E continua
desaparecido. Muitas coisas chocantes.
Não consigo apontar o mais chocante de tudo. Talvez seja a ignorância do povo “bestificado”,
que comemora a Lava Jato como a salvação.
ESTADO MENOS LAICO AINDA – Dom Odilo Scherer, arcebispo de
São Paulo, senta-se à mesa das autoridades na abertura do ano judiciário, ladeado
até pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, em cerimônia no Tribunal de
São Paulo.
MELHORES INTELECTUAIS - mas você não está só falando do pior? Confere. O pior aqui é que os melhores intelectuais foram,
como de praxe, expulsos. Roberto Mangabeira Unger saiu logo após aparecer
demais, especialmente no evento na FGV São Paulo em que, após longa palestra,
foi elogiado até por Delfim Netto. Era então ministro da Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência. Fiquei pasma: Deus!
Como estamos nesta situação com um sujeito desses logo na tal secretaria? A secretaria foi, pouco depois, extinta e Unger voltou
para Harvard, onde é professor. Você acreditou que ele foi embora porque a esposa
está doente? Bem mais doente estamos nós. O outro
intelectual: o ministro Jorge Hage sumiu da CGU. Pouco antes do sumiço, Hage
esteve também na FGV, em evento em que, após palestra magistral, deu sua palavra
de que a Lei Anticorrupção “pegaria”.
MISSÃO CORPORATIVA MAIS ALARMANTE – percebi qual é, em 2015.
A do Google – entre outras coisas, “organizar todo o conhecimento do mundo”. E
até esta lista está indo, em primeira mão, para o próprio Google, já que além
de tanto rastreamento, o próprio blog é um produto do Google. Que pelo menos
vocês aí aprendem com esta minha lista, e tudo o mais neste blog!
TRAGICÔMICO – Richard Dawkins elogiou nosso sistema de
saúde! O cientista (que admiro pra caramba) caiu no aeroporto, pouco antes de
deixar o Brasil. Sim, aeroporto de Guarulhos. Disse que o atendimento foi
rápido e muito bom...
ENREDO JORNALÍSTICO MAIS PATÉTICO – tá cheio! Mas escolho aquela
historinha absurdamente mal contada de que o copiloto se trancou e atirou o
avião nos Alpes.
ROLO EM INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTE AÉREO –
tá cheio! Tudo tão manipulado... Minha escolha da pior investigação em 2015,
porém, não é difícil. A investigação do “acidente” que matou Eduardo Campos em
13 de agosto de 2014, um dia depois de ele “estourar” no Jornal Nacional, em plena
campanha para presidente da República. Em 2015, foi anunciada a conclusão da
investigação, apontando que a causa foi manobra errada do piloto, ao tentar
pousar. Para começar, o avião não estava pousando. Estava em pleno voo. Eduardo
Campos não tinha compromisso na baixada santista (inventaram isso, por isso sua
agenda sumiu da internet); seu voo tinha como destino São Paulo, a capital,
onde ele era aguardado para palestra no Hotel Unique, o que foi revelado pela
revista The Ecnomist e outras mídias
internacionais. Nada na caixa preta? Agora você
tem certeza do porquê. Mentiram até sobre o destino do voo. Detalhe muito
interessante, que ninguém notou: não havia um segurança sequer no avião... Como
assim?!
Um jornalista escreveu que o acidente aéreo que, em 2015, matou dois importantes executivos do Bradesco foi semelhante ao de Eduardo Campos, exceto que, no caso deste último, a aeronave pousava... Nada mais se falou sobre o acidente com os executivos, ocorrido, disse a imprensa antes de silenciar, em pleno voo.
MAIOR DESGASTE INSTITUCIONAL - FMI. Depois da história da Grécia, saiu dos noticiários. Junto com a própria Grécia.
MAIOR ENGODO JUDICIÁRIO FORA DO BRASIL – a condenação à
morte daquele jovem que nem fala mais, por causa de uma bala da polícia no
gogó. Sim, falo das tais Bombas da Maratona de Boston. Após matarem o irmão
mais velho e o enterrarem em local mantido em segredo – nos EUA! -
condenaram o (também inocente, pode crer) irmão mais novo. Patético: uma das
testemunhas disse, durante o julgamento, que saiu com os dois irmãos para
jantar, em local de costume, 40 minutos depois da explosão das bombas, e que o
comportamento deles não apresentou nada de suspeito. Ninguém notou nada de
estranho com a acusação, mesmo depois de tal depoimento. A imprensa já tinha
condenado os irmãos. Foi fora do Brasil, mas a imprensa e seus efeitos não diferem.
O "VAZOU, DANÇOU" pós-Snowden – O Vaticano prende dois por causa de mais outro
livro sobre a Santa Sé. O Papa Francisco defendeu a punição.
O PIOR DO DESVARIO ‘POLITICAMENTE CORRETO’ o que o mundo acadêmico e usuários das redes sociais inconsequentemente fizeram com o genial – e ganhador de Nobel – professor Tim Hunt. Em conferência internacional, ele apenas tentou uma forma de se mostrar acessível, 'mortal como outro qualquer' e contar algo curioso sobre si, para quebrar o gelo em palestra durante conferência internacional em Seul. Foi forçado a se demitir, expulso, um desvario total! Uma carreira completa, o máximo honrosa nada valeu: uma trivialidade justifica, a ditas altamente prestigiosas instituições, atirar grande personalidade, de repente, às traças. No quebra-gelo, o professor disse que já se apaixonou por colegas de laboratório e a recíproca também ocorreu, acrescentando que isso atrapalhou as pesquisas. Pura verdade. Nada demais na declaração. Como terceiro e último ponto do que é, de fato, apenas um banal quebra-gelo, Hunt acrescentou que, quando fazia alguma crítica a colegas mulheres, algumas choraram. Tão verdadeiro. Constatei esse vexame de reação em mulheres (não todas, óbvio!) muitas vezes ao longo de toda a minha vida. Sou mulher. Mundo absurdo! O acadêmico, pior ainda. Pirou completamente ante bobagens sobre o comentário do professor que surgiram nas redes.
O PIOR DO DESVARIO ‘POLITICAMENTE CORRETO’ o que o mundo acadêmico e usuários das redes sociais inconsequentemente fizeram com o genial – e ganhador de Nobel – professor Tim Hunt. Em conferência internacional, ele apenas tentou uma forma de se mostrar acessível, 'mortal como outro qualquer' e contar algo curioso sobre si, para quebrar o gelo em palestra durante conferência internacional em Seul. Foi forçado a se demitir, expulso, um desvario total! Uma carreira completa, o máximo honrosa nada valeu: uma trivialidade justifica, a ditas altamente prestigiosas instituições, atirar grande personalidade, de repente, às traças. No quebra-gelo, o professor disse que já se apaixonou por colegas de laboratório e a recíproca também ocorreu, acrescentando que isso atrapalhou as pesquisas. Pura verdade. Nada demais na declaração. Como terceiro e último ponto do que é, de fato, apenas um banal quebra-gelo, Hunt acrescentou que, quando fazia alguma crítica a colegas mulheres, algumas choraram. Tão verdadeiro. Constatei esse vexame de reação em mulheres (não todas, óbvio!) muitas vezes ao longo de toda a minha vida. Sou mulher. Mundo absurdo! O acadêmico, pior ainda. Pirou completamente ante bobagens sobre o comentário do professor que surgiram nas redes.
SHOW DE CORPORATIVISMO – tá cheio. Destaque para a Casa Guilherme de Almeida,
que cresceu e mudou para pior, para a autoproteção acima de tudo. Depende de verba pública. Professor da Casa, em plena aula, veementemente defendeu como perfeita esta peculiaridade em tradução feita como exercício por uma aluna: "Se quando as crianças estão dormindo..." O diretor da Casa disse para outra aluna, que então lhe apontava o absurdo: "As pessoas discordam...", insinuando que fora do tom estava a aluna que reclamava, por não aceitar outras "traduções possíveis". Resultado? As traduções, na avaliação daquele professor, tudo permitiam, menos uma coisa: a rara competência real daquela aluna contestadora. Tal professor deixou isso bem claro, declarando em crítica por email à aluna brilhante: "tradutor não deve interpretar"... Os melhores, reza o princípio nacional, são expulsos. Casos de ministros brilhantes de Dilma - também expulsos - em outro item desta lista.
PIOR BUFFET – Buffet Palace. Tão tradicional... que apronta,
certo de que está “deitado” na reputação. O buffet parceiro da Paróquia São
José do Jardim Europa, dos finos casórios da elite de São Paulo, simplesmente
mandou apagar a luz em evento no CIEE, pouco antes do fim de 2015. E o
empregado do CIEE apagou a luz (provavelmente diante da oferta de levar muitos quitutes
e doces para casa). O maitré, um sujeito baixinho mas de alta rabugice, viu uma
oportunidade de ganhar mais, já que a crise está aí para todos. Assim que o
presidente do CIEE foi embora, pouco depois das 8h30, o tal responsável pelo
Buffet Palace encerrou a confraternização na marra. Mesmo quase sem luz, as
pessoas continuaram ali, pois sabiam que nenhum evento jamais havia terminado
tão cedo, nem abruptamente. O horário de encerrar é 22h. Então, deixaram tudo
às escuras mesmo. Aí o pessoal foi embora. A mesa do café – geralmente servido com
doces - restou imaculada. Nenhum café ou chá foi servido, nenhum doce tampouco.
Mas, certamente, o CIEE (ou quem paga ao Buffet) pagou a conta de tudo encomendado
para ser servido aos convidados do evento.
CINEMA MAIS DECADENTE – Kinoplex Itaim. Depois de surgirem
alguns porteiros de sala com modos terríveis, cortaram as sessões “da
meia-noite” (em torno dessa hora), uma tradição às sextas e sábados. O absurdo é que os maus porteiros se multiplicam - porteiros ainda mais terríveis são contratados. Dá para entender?
PIOR FESTIVAL DE CINEMA – Apesar de outro festival ter sido
tétrico (ver item a seguir) a 39 mostra internacional de São Paulo merece constar
aqui. Um horror variado. Em parceria com a Folha de S.Paulo, a mostra divulgou
que as sessões na Cinemateca seriam gratuitas. Lá, o incauto recebia a notícia
com a insinuação de que ele era idiota: “Só a primeira sessão do dia é grátis.
O site da mostra não diz que é tudo grátis”. Que safadeza. A central da mostra,
no Conjunto Nacional (Av. Paulista), distribuía o folheto com o timbre da Folha
de S.Paulo, que incluía a Cinemateca na lista de “sessões gratuitas”. Todos os
itens da lista tinham, de fato, todas as sessões gratuitas, menos a Cinemateca.
Não havia ressalvas. Essa foi a artimanha do ano de um festival repleto de
desastres, há muitos anos, que, absurdamente, atrai público ávido, até histérico, e deixa a imprensa tão atônita que incapaz de um comentário negativo sequer.
GERENTES E COORDENADORES MAIS ALOPRADOS – tá cheio! Na Hebraica,
a “responsável” mandou a funcionária almoçar e fechou a bilheteria na hora de
retirada dos ingressos, no domingo da temporada de 2015 do Festival de Cinema
Judaico. Os detalhes desse caso são tão inusitados e hilários ao mesmo tempo, que os faço constar aqui. Discriminam entre “sócios” do clube e não sócios, embora o festival,
oficialmente, seja para o público. Os “sócios” podem retirar os ingressos também
numa secretaria dentro do clube – uma vantagem, claro, não divulgada (havia sócios
não sabiam disso). De um jovem que chegou e constatou a bilheteria fechada,
ouvi: “É por isso que tem antissemitismo!” Para outro mais exaltado ainda,
recomendei: “Escreva para o guia da Folha, melhor coisa”. Ao constatar isso, o
segurança na portaria do clube me chamou e disse ao pé do meu ouvido: “A
senhora quer ingresso? Pode pegar lá dentro...”
Foi assim que eu consegui os ingressos – porque decidiram que era melhor eu
parar de fazer recomendações ali. Este outro caso é igualmente louco e revelador: coordenadora de evento na FIESP protagonizou "uma cena". A mulher negra chegou a gritar, enquanto agarrava o braço de outra mulher: “NÃO! Volta
pra fila!”. Isso tudo apenas para impedir a outra mulher de pegar sobremesa servida no almoço
do evento. O homem que acompanhava a mulher interveio: “Disseram para vir para
cá”. A negra hesita mas ainda grita: “Quem foi?” O
garçom por perto diz: “Fui eu!” Muito contrariada, ela então deixou a participante do evento pegar a
sobremesa, quando quase não restava mais nada, perto do término do horário para
almoço.
Eis, com esses casos, o que não é tirado de debaixo do tapete quando se discute a raridade de mulheres na alta gestão, especialmente no Brasil, onde o preconceito, que digam e repitam, é alarmante, sim. Negros também discriminam. E mulher... como uma mulher discrimina outra nesta terra! Nada disso cedeu em 2015.