Contrariando o estereótipo de que o brasileiro é cordial, a violência cotidiana tem sido tal que tem ultimamente aturdido alguns cidadãos. A reação dessa minoria contrasta com a atitude predominante, observada nas grandes cidades do país, caracterizada por indiferença em relação à brutalidade no trânsito.
Cordial, uma vírgula!
Convencidos nós de que o lero lero já deu provas de não dar em nada, decidimos formar um cadastro dos brutos no trânsito da monstruosa cidade de São Paulo. Que tal descobrir aqui, nesse cadastro, o seu chefe, namorado ou melhores amigos?
Se eles parecem tão cordiais para você, se prepare. Você pode estar totalmente enganado. Você também acha que fulano e beltrano são "gente fina". Serão mesmo? Já observou o comportamente deles no trânsito?
Começamos neste instante nosso cadastro. São brutos que vimos ao vivo e em cores, em ação. E que ação! Nossa dúvida é quem pegar para abrir o cadastro.
Qual dos dois "ganha" em brutalidade?
Um dos brutos acelerou ao ver que uma mulher atravessava na faixa, na supermovimentada Av. Haroldo Veloso, bairro nobre de São Paulo. Além de estar na faixa e ter, portanto, a total razão e preferência, a mulher tinha começado a atravessia de modo a sequer levar o trânsito a parar. Se o motorista não fosse um bruto debiloide, a mulher teria chegado ao outro lado, e o fluxo de carros nem teria sido afetado.
Mas o motorista que estava bem distante da faixa acelerou intencionalmente para impedir que a mulher terminasse a travessia. Um tipo já 'clássico', considerado 'normal' pela grande maioria - a sofrer, quase certamente, da mesma patologia e fazer tal qual o motorista.
Além de acelerar, o brucutu do motorista ainda buzinou. E mais: gesticulou enraivecido. Isso ocorreu na segunda-feira, 10, em plena luz do dia ensolarado. Cor do carro: preta. Números da placa 1094.
Vamos ao segundo caso, para que você, leitor, julgue qual dos dois é 'mais bestial'.
O outro caso
Novamente, a faixa de pedestres. Nem farol há, nesse caso. Pedestres aguardam até que "dê para atravessar". Finalmente, um motorista respeita a faixa e para. Mas... o aloprado que vinha atrás desse que parou não quis parar. Numa manobra brusca, totalmente insana, esse motorista fecha - que fechada, cara! - um... ônibus da linha 7181. Quase mata de susto pelo menos um dos pedestres. O motorista do ônibus, surpreendido e contrariado (com razão), descarrega na buzina. Anotamos toda a placa:
EPO 7937; cor do veículo: (que era menor do que o que respeitou os pedestres) cinza escuro. Local: Campus da USP (será aluno?, funcionário?), Cidade Universitária. Dia 13/03.
Então, leitor? Vamos decretar um empate? Sim, os dois são exemplos de igualdade que não deveríamos ostentar: igualdade na brutalidade.
Continuamos atentos e tomando nota; tudo indica, não faltarão outros, muitos outros, para entrar no cadastro dos brutos. Acompanhe...
Você também faz por onde entrar para ele?