Friday, July 13, 2012

ABCI Conferência 2012 - Boi na linha, pode. Blogueira no local, não

No WTC, hoje de manhã, enquanto já estavam providenciando meu cadastramento, com meu RG em mãos, pediram um outro documento 'de imprensa'. Diante de meu esclarecimento, a recepcionista alegou não poder acessar a internet. Silenciei-me. Seguiu-se uma sequência de coisas tolas, que eu não esperava cobrir: aquela recepcionista acrescentou que não podia me dar acesso porque o espaço era alugado. Não dispensou, para esse discurso, aquele tom de quem está morrendo de pena. Deu-me, então, o preço - R$ 350,00; "Não importa se para um só dia ou todos", emendou. "Se o espaço fosse nosso, tudo bem", acrescenta.

Eu escutava. Isso desencadeou uma reação nos outros encarregados ao redor, como que lhes parecesse irresistível "dar um apoio" à colega e disparar mais um 'qualquer coisa'. Foi este o próximo disparo: "Há fiscalização; podemos levar uma multa". Outra das garotas quis se destacar, mas mantinha o crachá virado, de modo a ocultar seu nome. Ela decidiu-se não pelo aluguel ou pela multa, mas por diminuir o que eu fazia, talvez por ignorância apenas: "Ela tem um blog pessoal", ela afirma repetidamente, com firmeza. Perguntei-me o que ela insinuava com o 'pessoal'. Ninguém pediu o endereço do blog. Comecei a tomar notas e ela, grosseiramente, diz para eu me afastar, por estar ela se sentindo incomodada e não por eu estar obstruindo algum procedimento.

Na terça-feira, assisti a uma apresentação sobre educação, com professor de Harvard, e ontem cheguei a anunciar no blog a abertura do ABCI e comentar o apelo "learning experience..." à luz da outra palestra, propondo uma linha de análise, que eu pretendia desenvolver a partir da experiência propiciada pelo ABCI. Esse texto está em inglês; bilíngue, meu blog tem sido mais acessado recentemente por audiências fora do Brasil, sendo a maior delas sediada nos Estados Unidos. O Reino Unido é mais irregular como origem de leitores, que são mais numerosos quando temas direcionados àquela cultura são tratados no blog.

Após deixar o WTC, decidi recorrer ao British Council e à Cultura Inglesa no BBC (Pinheiros), porque passaria pelas proximidades. Cultura Inglesa: "Estão todos no evento". Ponto. British Council? No terceiro andar, um homem de saída me disse que não há atendimento ali. "Só lá embaixo". Isso significava a biblioteca. Nem tentei. Antes de desistir de vez, retornei à Cultura Inglesa e, então, fui recebida por uma senhora, em vez de por uma garota - que não economizara um "não tenho obrigação de saber, senhora". Regina, a senhora, me recebeu bem, mas fomos interceptadas por um Henrique que ignorou meu gesto de estender-lhe a mão para cumprimentá-lo. "A senhora já esteve lá no WTC". "Sim", respondi, ainda mantendo minha característica simpatia. "Acabei de relatar isso à Regina". É a vez de Henrique oferecer o seu "qualquer coisa": "Não há possibilidade alguma. O evento foi programado há um ano. Toda a cobertura de imprensa já está definida". Como de costume, opto por apenas ouvir atentamente. "Posso ajudar em algo mais"?, conclui altiva e ironicamente Henrique que, arrastando Regina com ele para longe da recepção, não resiste, de costas para mim, a suplementar seu desfecho abominável assim: "Boa sorte".

O senhor agora atrás do balcão é competente e, sobretudo, isento daquela postura de enfado e desprezo da garota que antes estava ali, e que, minutos antes, chamara outra garota para me atender. Deixo escapar, após tomar algumas notas: "Curioso; parece que têm medo [de coberturas]. Talvez tenha conseguido observar algo mais interessante do que se estivesse no evento". O senhor assentiu.
De coração: foi muito decepcionante e deveria ter sido evitado, porque se trata, essencialmente, de erros idiotas. Tinha uma ótima expectativa. Fui professora de inglês - por dez anos -, a que renunciei, aos poucos, para virar historiadora e blogueira. Estava entusiasmada não apenas pelo tema, conforme já detalhei, mas por estar prestes a sentir-me aquela professora de novo, cercada de colegas, ainda que vistos com olhos um pouco diferentes agora.

Não se trata de superstição. Não há como culpar a sexta-feira-13. Todos os comportamentos aqui descritos são o lugar-comum. A competência, racionalidade é que são raras ainda, nesta São Paulo que até parece se esforçar para parecer maior de idade em negócios de mercados grandes.

Nota: Este texto compõe, na quase totalidade, mensagem (email) enviada por nós, nesta data, para Mariana, que aparece, no site do evento, como contato. Publicaremos resposta, se a recebermos.

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