Você se deu bem no ano passado; a fila andou bastante; ou o 'suficiente'. Mesmo assim, você (cá entre nós dois apenas) vive perdendo as estribeiras, chova ou faça sol. Trocar a velha agenda por uma nova não altera isso. Então, sugiro que encare o pequeno texto abaixo com o ímpeto com que você acha que uma criancinha deve comer um pratão. E descubra como fazer a vida andar, enfim, com mais sabor.
AUTORIA: ver nota no final do texto
TRANSPORTES, aeroportos, hotéis precários; tudo parando. Vivam as férias!
Nas ruas, cotoveladas para abrir caminho; nos ônibus, senhoras em pé e mangolões atirados nos bancos; no cinema, comilança, conversa e arrotos... E nós, cada vez mais irritados, quer dizer, agressivos.
Viver e conviver é difícil. Você quer compostura e paz?
Confesso que queria, sim, que a gente fosse manso - trouxa, jamais!
O que nos faz assim ansiosos e hostis?
A arte de manutenção das estribeiras
A reflexão pode nos tornar mais alertas; pode fazer a gente entender que, para eliminar essa irritação de estressados, basta um momento só nosso; para parar e pensar, contemplar o outro, curtir a natureza, explorar dentro da gente mesmo.
Qualquer um pode escapar, de graça, para uma beira de estrada com borboletas de um azul espantoso; pode descobrir as nuvens por cima dos telhados, num jogo de cores que pincel nenhum é capaz de criar; pode alegrar-se com a algazarra de crianças no pátio do edifício, mesmo entre altos muros. E, assim, se reconciliar com este atrapalhado, sedutor e hostil mundo nosso, da corrupção, da impunidade, do individamento, da miséria, da grandeza e da iniquidade.
Pode interromper a reação automática de transformar o ressentimento em insulto; o estresse em pedradas. Tornar-se mais construtivo, mais aberto às possiblidades boas, pois as ruins não são as únicas. E se permitir uma atitude mais bondosa consigo mesmo, pergunto-se, afinal: o que é que eu quero; o que é que eu posso; o que me deixa mais realizado, produtivo, contente?
Assim, vai acabar sobrando para o ano novo que, em vez de ser recebido com a fugaz euforia, ou com a típica depressão, já toma os ares de substancialmente bom, antes de deixarmos até as férias aborrecidas com nosso perfil 'moderno' de seres da caverna.
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AUTORIA
A introdução - ou abertura -, em itálico azul, é minha.
O texto que se segue é "noventa por cento" de Lya Luft. Mas eu, modificando-o "dez por cento", mudei tudo. Todo o sentido central. O texto dela que eu assim alterei é "Pós-modernos de tacape", publicado na Veja 21.12.2011, p. 26. Fiz uma 'costura' com algumas poucas frases ('poucas' considerando a extensão do original) mas, sobretudo, 'radicalizei' ao rejeitar o desfecho que Lya dá à sua argumentação. Ele encerra seu artigo declarando que se consegue os efeitos acima "por algum tempinho", e que isso "já será bom".
Discordo totalmente. De que adianta tanta mudança por tal brevidade? Nada. Não será bom coisa nenhuma! Sequer deve evitar infartos.
Aproveitando o que vi que realmente bom, fui 'levando' o texto de Lya, modificando-o sutilmente aqui e ali; mas o fiz, por fim, transmitir uma mensagem totalmente diferente da original. Assaltando-o definitivamente, acrescento o último parágrafo, que é inteiramente meu.
Que Lya não me acerte com um tacape por causa disso!
E que você, leitor, alcance a mansidão para emanar paz no mundo.
Mariangela Pedro
Much of the discourse all around is power-oriented. Our texts, rather, will be appreciated by those brave enough to leave the good life of obedience in order to grow and take risks for the benefit of a multitude of others. Welcome! PORTUGUÊS acesse "apresentação do blog" abaixo
Saturday, January 7, 2012
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'-ERS' FELLOWS: LOVERS OF IDEAS; EXPLORERS OF THE SUBLE; THINKERS AND WRITERS OF INEXHAUSTIBLE PASSION. ULTIMATELY MINDERS OF FREEDOM.
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