A maioria de nós ainda está hipnotizada pela imagem do Cristo Redentor decolando. Paulo Skaf tem uma proposta e uma motivação bem diferente, que muitos mais deveriam apreender: gente, vamos em frente!
Escutar PAULO SKAF discursar me comoveu ontem. Não apenas suas palavras, mas todo o seu corpo, sua voz, indicam que ele está disposto a ir até além de suas forças, sem jamais esmorecer. Disse o óbvio que falta ser dito nos "grandes jornais". Disse o que as grandes pessoas dizem, e disseram ao longo da história, o que equivale sempre a:
"Por que estamos rastejando, em vez de Caminhar?"
"Levanta-te e anda!"
Se não nos sentimos confrontados desse modo por Jesus, hoje, o discurso de Skaf produz o mesmo efeito que: faltam-nos pés? Não. Faltam-nos recursos? Não. Ora!
Então "por que nos permitimos só resmungar? E resmungar"?, provoca o presidente da Fiesp.
Por que isso me comove tanto? Por que um homem forte, como ele, fala sempre sozinho. Todos concordam com ele. Mas não se mexem na hora de fazer. Barros Munhoz chamou isso de "unanimidades perniciosas". Isso é uma marca da Dona Hipocrisia. Basta propalar o que deve ser feito, e o que não deve ser feito. Pronto. Feito sermão.
Skaf arrancou fortes aplausos e elogios. De mim, quase arrancou umas lágrimas. Mas, e daí?
"Levanta-te e anda!"
"O que é mais fácil dizer: teus pecados estão perdoados, ou levanta-te e anda"?
Quem andará?
'Levanta-te e anda' foi Jesus quem disse. O Filho de Deus, o Cristo, diz outra coisa:'teus pecados estão perdoados'. Essa passagem, que no Evangelho de Mateus está no início do capítulo nove, deixa patente a obliteração do forte, intrépido Jesus em favor do Poder "Divino" (que se autodeclara legitimado por deus), que o Cristo representa. Só eu, Cristo, tenho autoridade para perdoar, num reino no qual o princípio elementar é que todos são culpados a priori. Quem deixou demonstrações de argumentos brilhantes, preocupação com a coerência, foi Jesus. Cristo rege quem manipula, extravasa hipocrisia, dá a palavra final e faz todos ajoelharem diante dela.
Uma combinação impossível? Foi algo bem próximo disso o que os presentes viram no telão, ontem, no Plenário Juscelino Kubitschek, na Assembleia Legislativa. Ainda que virtual apenas, deveríamos ter sido poupados disso.Cabeças laicas, brilhantes no púlpito: Skaf, Munhoz. Mas, aquele crucifixo o tempo todo exatamente sobre a cabeça deles, enquanto discursavam na ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, dizia-me: "Eles podem falar o que quiserem, mas eu (o herdeiro de Cristo) sou a palavra final".
Esta é a democracia a la brasileira.
Para quem não "captou": há uma imagem do crucifixo - uma imagem bem grande - pendurada bem alto, no Plenário Juscelino Kubitschek, Assembleia Legislativa, numa posição central, correspondente ao que seria o ponto alto de um altar, se a Assembleia fosse uma igreja católica.
Há, certamente, desde ontem, muitos sites e tuitadas que fazem alusão ao discuso de Paulo Skaf, contendo trechos dele. Dentre estes, vou reproduzir a seguir os trechos que serão menos prováveis de encontrar na net, fora deste blog. Ei-los:
Terceiriza-se a mão de obra e escancara-se o mercado. É claro que isso vai ter consequências... também para as gerações futuras.
Acabamos de comprar uniforme para o exército brasileiro... na Chima! É absurdo.Temos que parar com isso!
Ora, e por que a indústria deve receber mais atenção? Lembro desse exemplo; perguntam a um pai com diversos filhos qual deles ele toma como o preferido. O pai responde: o filho menor, até que cresça; o que está distante, até que volte; e o que está doente, até que cure...A indústria é o filho doente que precisa de atenção diferenciada.
Há 50 bilhões de deficit na balança comercial, no item manufatura.
(Voltando-se para o presidente do sindicato dos metalúrgicos) Me sinto melhor de jeans do que de terno.... Minha jornada semanal é de 80 horas. Portanto, me considero trabalhador.
Será que outro país acreditaria se contássemos que o produto depois que entra no Brasil tem proteção fiscal? Absurdo. Se é absurdo, tem de parar imediatamente. Não deveria sequer ter existido.
Vivemos empurrando os erros para frente.
É bom debater. Mas é melhor ainda decidir, e fazer!
Quatro tri-lhões de PIB. Dá para fazer tudo. Tudo. E fazer bem feito.
Mas foi também Skaf que declarou que quatro vezes mais são pagos para especuladores como juros (os mais elevados do mundo) do que o destinado à saúde.
Sobre a cabeça calva de Skaf pairou, o tempo todo em que pregou, o Cristo. Literalmente. Que ao menos o evangelho de Skaf não seja distorcido, esquecido, "adaptado", como o do nazareno. Amém.
Falas de outros, na mesma ocasião:
Nunca antes neste país se arrecadou tanto e se distribuiu tão pouco. Deputado Vaz de Lima
Por que vocês querem que o senado aprove uma resolução (a 72) que não vai trazer resultados na prática? Isso é cons-tran-ge-dor!
Paulo Francini, Diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da FIESP
De fato, não nos faltam razões para constrangimento. Há também, nesse sentido, as palavras escritas do ex-presidente do BNDES, hoje, no Estado de S.Paulo, que estão em "Dito da semana". E, mais ainda, a resposta da FUVEST à minha representação junto ao Ministério Público, além do que aconteceu na salda do promotor público encarregado inicialmente do caso. Constrangedor e... revoltante. Vejam aqui.
EVENTO comentado aqui: "Guerra Fiscal: uma batalha sem vencedores".
MATÉRIA EM INGLÊS - não é idêntica a esta:
PAULO SKAF, A BRAZILIAN MASTER MIND, HAS DELIVERED A BRAVE, HONEST SPEECH...
