Tuesday, June 29, 2010

VEJA censura - seis pontos fundamentais sobre Igreja Católica e pedofilia

Neste link da revista VEJA
http://veja.abril.com.br/blog/acervo-digital/religiao/igreja-catolica-escandalos-que-abalaram-o-vaticano/

"Igreja Católica: escândalos que abalaram o Vaticano", deixei mais dois comentários no dia 13, correspondendo ao texto "Seis pontos fundamentais da questão", desmembrado em duas partes - três pontos perfaziam um comentário, os três restantes, o segundo. Esse texto é uma versão mais reduzida de outro já postado neste blog.
A VEJA, mais uma vez, retirou meus comentários do ar. Desta vez, ao que parece, definitivamente - já se passaram quinze dias. Quando constatei a censura, registrei mais um comentário, agradecendo o elogio de Rejane e recomendando que cantássemos em outra freguesia, porque a revista censura, chamando isso de moderação. Então, retiraram também esse comentário bombástico. Basta clicar no link acima e verificar que os comentários a que me refiro não estão lá.
Enquanto os comentários eram visíveis na página, sob o título "Aguardando aprovação do moderador", eu salvei a página no meu email. E aqui está ela "recolada", no que contém apenas os comentários de número 45 e 46, que exibem os tais "seis pontos fundamentais" sobre a pedofilia na Igreja Católica.

45. mari disse:
Aguardando aprovação do moderador.
junho 13, 2010 às 18:51

Seis pontos fundamentais da questão:
1. A comunidade dos católicos não aprendeu com o que se passou nos Estados Unidos.

Uma vez que tão impressionante onda de casos, com tamanha repercussão tenha ocorrido, a própria comunidade dos católicos fica na berlinda. Tantos casos faz-me deduzir que há muitos pais – pais católicos – não próximos afetivamente dos filhos, para que notem que estes estão sendo vítimas de crime tão perturbador.
A Igreja acoberta. E a comunidade católica, veladamente agradecida, também prefere não ver. São muitas as famílias dependentes psicologicamente da Igreja, estando “enfiadas” na tradição. Não conseguem se precaver diante de tal ameaça, o que lhes parece o mesmo que “perder a fé”. Então, clama o papa, rezemos. Soa sadismo.
Pelo que ouvi, as denúncias recentes são de adultos, feitas décadas após terem sido molestados, não de pais. Assim, o “choque” é sentido como se viesse de fora, não de dentro. Vem de alguém que cresceu com o trauma para abandonar, por fim, a obrigação de ir à igreja. Para sempre.

2. A punição não virá em proporção minimamente próxima ao número de ocorrências.
A punição não virá (não veio da outra vez). A defesa da instituição por alguns, especiamente por Dom Dimas, secretário-geral da CNBB , é assustadora, mas é como chover no molhado, uma vez que a própria comunidade dos católicos faz vistas grossas, oferecendo, assim, a maior defesa possível a toda a atrocidade em questão.

3. Esqueçam o fim do celibato dos clérigos
O celibato não cairá. Lembro da ocasião da investidura de Cláudio Hummes como Prefeito da Congregação para o Clero. Ele, de partida para Roma, declarou que o celibato não era questão doutrinária, mas apenas disciplinar. Ou seja, não advém da Palavra de Deus, mas é uma determinação da instituição e, assim, alegava Hummes, era mais facilmente passível de alteração. No dia seguinte, ele se retratava. Pois. O celibato não cairá porque a Igreja, internamente, já é uma comunidade amplamente gay. A maioria do clero é gay e gosta disso. Assim, eles não querem homens de família por lá. Notou como soa estranho? Homem de família como padre católico – nada a ver. Sim, há os que fazem filhos por aí. Não são de família. Só fazem filhos. E, provavelmente, são bissexuais. Sexo bom na Igreja, praticado por seus membros. Isso não soa delírio? Justamente porque a realidade que a Igreja construiu é de uma mentalidade doentia. Sexo é só para procriar. Mulheres são vistas sadicamente. E crianças.
Como se muda isso? Não se muda a Santa Sé!

A segunda parte
46. mari disse:
Aguardando aprovação do moderador.
junho 13, 2010 às 18:53

Pontos 4, 5 e 6
4. Vosso Reino? O jardim da anormalidade veio a nós.

Um padre não é um cara normal. Não pode ser. Ele tem de se esconder em relação a alguma coisa. Tem de esconder filhos; ou tem de esconder seus amantes; ou tem de esconder… Ou tem de esconder tudo isso e mais alguma coisa.
Um católico escreveu no site da Veja, repreendendo os que pedem o fim do celibato: “A Igreja não obriga ninguém a ser padre. E todo o mundo sabe que a Igreja exige a castidade”.
Sim, a igreja não obriga a ser padre. É a família que o faz. São, muitas vezes, as condições materiais da família. Ser padre desponta como uma carreira e tanto. Outras vezes, o jovem ou pessoa que se vê incapaz de enfrentar a vida, como um leigo, corre para a Igreja. Não, ela não obriga. Ela só está lá, todos os dias, santos ou profanos, de portas bem abertas. E, uma vez lá, seja como padres, seja como fiéis, não conseguimos mais sair. Grave pecado: não reconhecemos isso.

5. Desconhecemos o Código de Direito Canônico da Igreja.
Os que reclamam dos procedimentos da Igreja diante dos crimes desconhecem a existência do Código de Direito Canônino. Sim, existe tal código na sua Igreja; embora jamais seja citado nos jornais. (É para a bela adormecida não despertar antes de o príncipe chegar, no dia de…) O Código está no site do Vaticano, aqui:
http://www.vatican.va/archive/ENG1104/_INDEX.HTM
Diante de um homicídio por um religioso, o máximo previsto no Código Cânino é a dispensa do status clerical. A pedofilia não é equiparável a homicídio, então… A Santa Sé sequer dispensava do status clerical. Graças à manifestação da sociedade, sempre repudiada por aquela instituição, pode passar a haver tal dispensa, muito “pontualmente”.
Constatamos, também, no Código em questão, o descompasso entre a punição aos delitos de religiosos contra as pessoas e a punição a que fica sujeita uma pessoa, religiosa ou não, que ataque a Igreja e seus membros. A punição prevista para a última é maior.

6. O escândalo é nosso, porque a covardia também é.
É da sociedade. Que, neste país, é católica em peso. O Vaticano não está abalado.
Poucos reconhecem que apoiamos tudo o que acontece na Igreja, quer com omissão, quer apenas rezando, quer acusando A,B,C – sem olhar para nós mesmos.
Cansamos de dizer: “Isso há em todo o lugar”, o que denota covardia. Pedofilia é sinônimo. Ver um padre como um ser sobrenatural, também.
Há mulheres que não tomam a hóstia de outra mulher, de uma ministra da comunhão. É covardia não ver a tamanha pressão, interna e externa, que um padre sofre, sem poder namorar ao ar livre, sem poder sorrir para uma mulher por quem ele se encantou, sem poder ser um homem que espirra, tosse e… tem de ejacular. Covardia, com covardia, se paga.

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