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Friday, March 27, 2009
VATICANO - LAVAGEM DE MILHÕES VINDOS ATÉ DE DENTES DE SAQUEADOS
Como mais um substancial suporte à minha alegação de manipulação do que sai ou não sai na mídia, especialmente no que tange ao Vaticano, trago para vocês um caso judicial de que quase ninguém aqui - ou mesmo em outros lugares - sabe.
A ação corre há dez anos nos tribunais de São Francisco, Estados Unidos. Nela, o BANCO do VATICANO e a ORDEM FRANCISCANA são acusados de lavar o produto dos saques ocorridos na antiga Iugoslávia, logo após a Segunda Guerra.
O mais recente comunicado público dos advogados dos proponentes da ação foi este, que traduzo para vocês.
Vaticano luta para manter ação longe das cortes americanas - ação relativa a ouro apropriado em ação nazista
São Francisco
03 de fevereiro de 2009
Enquanto enfrenta novas acusações, devido ao perdão concedido pelo Papa ao bispo Williamson, que nega o Holocausto, o Vaticano também tem empreendido uma luta pouco conhecida, que dura dez anos, visando proteger o Banco do Vaticano de responsabilidade por lavagem do produto de saque pelos nazistas, após a Segunda Guerra Mundial.
A ação judicial alega que o Banco do Vaticano e a Ordem Franciscana lavaram dezenas de milhões de dólares, inclusive ouro apreendido em campos de concentração na antiga Iugoslávia, imediatamente após a Segunda Guerra Mundial.
O caso contra o Banco do Vaticano (mas não contra a Ordem Franciscana) não foi acolhido no tribunal sob a alegação de que o Banco do Vaticano é um órgão de uma entidade soberana - o Vaticano - que é imune a ações judiciais.
A apelação recém-protocolada, entretanto, argumenta que o Banco do Vaticano não é soberano e está engajado em atividade comercial nos Estados Unidos; portanto, deve ser considerado passível de responder à ação perante um tribunal federal dos Estados Unidos.
Os advogados dos proponentes da ação - sobreviventes do Holocausto e seus herdeiros, abrangendo sérvios, judeus e romenos - iniciaram a ação em 1999. Eles pleiteam um levantamento e a devolução do saque, estimado em mais de US$ 50 milhões em 1946.
O ouro apreendido nos campos de concentração refere-se a moedas, alianças e próteses dentárias das vítimas para lá levadas, a maioria delas exterminada.
Tal como se deu quando do acordo entre Lula e Bento 16, formalizado em novembro [2011], matéria sobre o caso acima só saiu na mídia puramente digital. O jornal impresso Folha de S. Paulo não contém o que consta na Folha Online, uma tradução - ruim - de matéria original em inglês:
24/11/2000 - 21h38
Vaticano pede para EUA rejeitar caso sobre ouro nazista
da Reuters em San Francisco
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u13450.shtml
O Banco do Vaticano pediu a um tribunal dos Estados Unidos que rejeitasse o processo que o acusava de ter recebido ouro e outros bens roubados pelo regime nazista.
O banco alegou que o Vaticano tem imunidade porque é um Estado independente, disseram advogados do caso hoje.
A ação acusa o Banco do Vaticano, em conjunto com a Ordem Franciscana e com o Banco Nacional Suíço, de lavagem de centenas de milhões de dólares em ouro e outros bens confiscados pelo brutal regime de Ustasha na Croácia entre os anos de 1941 e 1945.
Ustasha era um dos aliados do nazismo.
A Ordem Franciscana também pediu ao tribunal que dispensasse o caso. O Banco Nacional Suíço ainda não se pronunciou. O Vaticano também pediu ao governo dos EUA, no mês passado, para que intervisse (sic) no caso, o que foi considerado pela acusação como uma tentativa de negociação. "Não está claro o que eles estão pedindo, mas talvez eles estejam querendo negociar'', disse o advogado de um dos reclamantes, Jonathan Levy.
Mas o diretor-executivo do Congresso Mundial Judeu, Elan Steinberg, disse hoje que duvidava que o governo dos EUA atendesse o pedido do Vaticano. Ele afirmou que o governo dos EUA somente envolveu-se em casos semelhantes quando os acusados expressaram uma vontade de cooperar e chegar a um acordo. Este não é o caso do Vaticano, que até agora não abriu seus arquivos do tempo da guerra, acrescentou.
O processo, entregue formalmente em novembro de 1999, pede a restituição e a contabilidade de todos os bens confiscados. Ele também acusa o Vaticano e outros bancos de secretamente ajudar a transferir dinheiro do tesouro de Ustasha para fora da Iugoslávia. Segundo a acusação estes recursos foram usados para ajudar criminosos de guerra croatas e nazistas a escapar da Europa depois do fim da guerra.
Apesar dos documentos anexados ao processo implicarem o Vaticano em lavagem de dinheiro e receptação de ouro nazista confiscado, Steinberg classificou a ação de "fraca''. "Este caso não vai ao centro do envolvimento do Vaticano'', disse Steinberg.-
"intervisse" não existe - correto: intervenha
O pior dessa tradução da Folha (que acabamos de reproduzir acima)
"Ouro nazista" é lamentável. O ouro foi apreendido, roubado, pelos nazistas. Isso é tradução "ao pé da letra" de "Nazi Gold Lawsuit". O idioma inglês permite essa estrutura enxuta, que subentende que o leitor já sabe o básico sobre o assunto, sendo capaz de interpretar corretamente a expressão, ou, caso contrário, é bastante familiarizado com a língua inglesa para decidir ler o artigo antes de se precipitar em incorreções com base apenas no título, que é ambíguo quanto à relação entre "Nazi", "gold" e "lawsuit".
Em suma, é preciso ler algo do artigo para decifrar tal relação. O tradutor preguiçoso dispara "caso do ouro nazista", que não é aceitável como tradução para o português, porque não corresponde à realidade do caso, descrita no artigo.
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'-ERS' FELLOWS: LOVERS OF IDEAS; EXPLORERS OF THE SUBLE; THINKERS AND WRITERS OF INEXHAUSTIBLE PASSION. ULTIMATELY MINDERS OF FREEDOM.
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